As plantas daninhas estão entre os fatores que mais afetam o rendimento e a produtividade das culturas agrícolas, como a cana. Assim, fazer o seu manejo e controle adequado é muito importante para assegurar a alta performance dos canaviais. Conheça quais são as boas práticas no manejo de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar!
As plantas daninhas, também conhecidas popularmente como ervas daninhas, muitas vezes são consideradas espécies de plantas indesejadas nas lavouras.
Isso porque elas são capazes de comprometer o desempenho das culturas de interesse agrícola ao exercer uma forte competição pelos recursos das áreas de cultivo, sejam eles água, luz ou nutrientes.
Estudos indicam que a presença de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar pode aumentar os custos de produção em até 30% e, quando nenhum tipo de controle é empregado, causar perdas de produtividade superiores a 90%.
Além disso, como as plantas daninhas são consideradas hospedeiras de diversas pragas e doenças, o seu manejo inadequado pode causar sérios problemas fitossanitários nas lavouras.
Adicionalmente, especialistas apontam que muitas espécies de plantas daninhas produzem substâncias tóxicas, chamadas de aleloquímicos ou substâncias alelopáticas, que dificultam a formação dos pelos absorventes nas raízes.
E isso, consequentemente, acaba limitando o desenvolvimento da cana por acabar tendo a sua principal via de absorção de água e nutrientes comprometida.
Existem diversas espécies de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar que podem se estabelecer em um canavial. Dentre elas, podemos destacar:
- O capim-camalote (Rottboelia cochinchinensis);
- O capim-marmelada (Brachiaria plantaginea);
- O capim-braquiária (Brachiaria decumbens);
- O capim-colchão (Digitaria horizontalis);
- O capim-colonião (Panicum maximum);
- A mucuna-preta (Mucuna aterrima);
- As cordas-de-viola (Ipomoea spp.);
- A grama-seda (Cynodon dactylon);
- A mamona (Ricinus communis);
- A tiririca (Cyperus rotundus);
- Os cipós (Merremia spp.).
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a interação de fatores bióticos e abióticos é algo decisivo para o desenvolvimento das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar.
Isso porque elas apresentam uma alta capacidade de se adaptar a condições diversas, mesmo sob os mais variados tipos de limitações que prejudicariam o crescimento e desenvolvimento da cana.
Portanto, é importante que o agricultor sempre utilize diferentes estratégias para fazer o manejo e controle das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar.
Quais são os métodos de controle das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar?
O controle de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar se baseia no emprego de diferentes métodos preventivos e de controle.
Os métodos preventivos buscam evitar a introdução e aumento do banco de propágulos de daninhas nas áreas de plantio. Para isso, podem ser utilizadas práticas como:
- A utilização de mudas, tortas de filtro ou compostos orgânicos livres de propágulos de daninhas;
- A manutenção dos canais de vinhaça, de irrigação ou áreas adjacentes livres de daninhas;
- A limpeza das máquinas e equipamentos agrícolas.
Também nessa fase, é importante que o agricultor busque utilizar práticas que ajudem a reduzir a capacidade competição das plantas daninhas com a cana.
Sendo assim, estratégias como a utilização de variedades adaptadas às condições locais, o manejo adequado da fertilidade do solo e o manejo da palhada são muito importantes para proporcionar o rápido desenvolvimento e ocupação do espaço pela cana e evitar que as plantas daninhas exerçam uma competição forte pelos recursos da área.
Vale destacar que a manutenção da palhada no solo não apenas diminui a infestação de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar, mas também contribui com outros benefícios, proporcionando:
- O melhor controle da erosão;
- A maior reciclagem de nutrientes;
- O aumento do teor de matéria orgânica no solo;
- A melhoria das propriedades físicas e químicas do solo;
- A maior atividade de microrganismos do solo, inclusive daqueles benéficos para as plantas.
A remoção da palha da cana-de-açúcar é uma estratégia muito utilizada no manejo dos canaviais, principalmente para ser encaminhada às usinas no processo de produção de etanol. No entanto, quando a palha é mantida na área, ela é capaz de melhorar diversos atributos do solo.
Caso a área de plantio da cana já apresente a presença de plantas daninhas, é recomendado fazer avaliações periódicas das áreas em intervalos de 30 dias até o fechamento do canavial, que acontece aproximadamente aos 120 dias após o plantio.
Dependendo do grau de infestação e das espécies de plantas daninhas presentes na área, pode ser necessário que o agricultor adote algumas medidas de controle.
A primeira delas, e a mais antiga de todas, é a capina manual. Apesar de ser uma prática onerosa, ela ainda é usada por grandes grupos do setor sucroenergético que fazem a produção da cana orgânica.
Outro ponto importante dessa prática que vale destacar é que nem sempre o controle mecânico pode ser a alternativa mais eficiente, principalmente quando realizado em épocas chuvosas ou em áreas infestadas por plantas daninhas que se propagam vegetativamente.
Além do controle mecânico de plantas daninhas na cana-de-açúcar, outra prática muito empregada é o controle químico com herbicidas.
A recomendação de herbicidas para cana, assim como outras culturas, é uma estratégia de controle de plantas daninhas que exige muita cautela, uma vez que o uso incorreto deles pode acarretar em consequências graves para a saúde do homem e do meio ambiente.
Mas, se utilizados corretamente, os herbicidas podem trazer muitos benefícios para o agricultor, uma vez que essa técnica tem um custo relativamente baixo quando comparado aos demais métodos de controle.
Por isso, é sempre recomendado que o seu uso seja orientado por um profissional especializado que definirá o melhor herbicida e doses a serem utilizados, considerando as características químico-físicas das moléculas e das espécies de plantas daninhas na cana-de-açúcar predominantes nas áreas de cultivo.
Os herbicidas mais utilizados na cultura da cana são aplicados na pré-emergência, logo após o plantio da cana, ou na pós-emergência inicial das plantas daninhas.
Para que a sua aplicação se dê de forma efetiva e eficiente, é importante considerar diferentes fatores, como:
- A dosagem;
- O tipo de bico;
- O tamanho da gota;
- O volume da calda;
- As condições climáticas;
- A pressão e regulagem dos equipamentos.
Por fim, outra estratégia que pode ser utilizada para controlar as plantas daninhas na cultura da cana é o uso de rotação, sucessão de culturas e culturas intercalares na renovação do canavial.
De forma geral, quanto maior forem as diferenças fisiológicas das plantas cultivadas durante o ano, menor será a probabilidade de predominância de algumas espécies de plantas daninhas.
Culturas como o amendoim, o feijão, a soja o girassol, a crotalária e a mucuna preta estão dentre as principais espécies usadas nessa prática.
Plantio de cana em toletes, após reforma com soja. Prática essa que favorece o controle de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar (Fonte: FREITAS, P. L. – Embrapa Solos, 2017)
Entretanto, caso tenham sido usados herbicidas nas áreas de cultivo da cana, é importante se atentar ao efeito residual que os herbicidas podem causar em outras culturas.
O manejo de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar exige a integração de diferentes práticas
Considerando todos os aspectos discorridos acerca dos impactos e controle de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar, podemos concluir o manejo delas na agricultura é essencial para assegurar a boa produtividade dos canaviais.
Assim, o agricultor pode fazer a integração de diferentes práticas e estratégias, que vão desde os cuidados com a escolha das cultivares e adubação da cana para proporcionar o rápido desenvolvimento da cultura ao emprego de práticas de controle mecânico e químico das plantas daninhas.
Um fertilizante nacional que tem demonstrado bons resultados para a melhoria da produtividade e longevidade da cana é o K Forte®.
O K Forte® é um fertilizante multinutriente produzido pela Verde Agritech que é uma fonte de potássio eficiente e livre de cloro, que também fornece ao solo outros nutrientes importantes para o desenvolvimento das plantas, como o magnésio, manganês e silício.
E graças à sua matéria-prima, o K Forte® tem liberação progressiva dos nutrientes, ajudando assim na construção e manutenção da fertilidade e da saúde do solo.
Assim, essa fonte de nutrientes pode se tornar um importante aliado do agricultor para potencializar o desenvolvimento da cana e, assim, minimizar os impactos negativos que a competição das plantas daninhas pode gerar na propriedade!