Em meio a expectativas para o último mês de 2023, um dos destaques nas notícias agrícolas é a expectativa das chuvas, comuns nesse período e importantes para a agricultura.
Nesse sentido, o Brasil Central se prepara para um cenário de chuvas que, embora beneficiem a recuperação do armazenamento de água no solo, podem apresentar irregularidades. É o que apontam as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A instituição divulgou seu prognóstico recentemente, indicando que áreas dos estados de Mato Grosso e Goiás podem receber volumes acima de 300 mm, enquanto praticamente todo o Mato Grosso do Sul experimentará uma anomalia acima da média.
Essas condições, em linhas gerais, são consideradas “favoráveis para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra“, segundo o Inmet.
Entretanto, certas regiões, como o Noroeste de Mato Grosso do Sul, Sudoeste de Mato Grosso e Norte de Goiás, podem enfrentar níveis de umidade mais baixos, com previsões de volumes inferiores a 200 mm.
Situação semelhante é projetada para o Sudeste do Brasil, com volumes acima de 300 mm previstos para o Centro-Sul de Minas Gerais, Nordeste de São Paulo e Sul do Rio de Janeiro.
No entanto, a expectativa é que as chuvas não ultrapassem os 200 mm no Norte de Minas Gerais e no Espírito Santo.
Para a região do Matopiba, a previsão é de chuvas escassas, impactando as áreas produtoras, com baixos volumes que manterão os níveis de água no solo baixos.
Exceções notáveis incluem o Sul de Tocantins e o Sudoeste da Bahia, onde ocorrerá uma pequena recuperação da umidade.
O Inmet destaca que essa condição “poderá impactar a evolução do plantio e desenvolvimento inicial dos cultivos de primeira safra que já estão em andamento”.
Enquanto isso, no Sul do Brasil, que enfrentou fortes chuvas durante o ano, as previsões ainda indicam precipitações acima da média nos estados do Paraná e Santa Catarina.
No entanto, em certas regiões, o alerta é feito pelo Inmet: “o excesso de chuvas poderá resultar em excedente hídrico e encharcamento do solo, impactando a colheita dos cultivos de inverno e impedir o avanço da semeadura dos cultivos de primeira safra“.
Previsão de chuvas e temperaturas para dezembro (Fonte: Inmet)
Quais são as previsões de chuvas para as duas primeiras semanas de dezembro
Segundo o departamento oficial de clima do governo norte-americano (NOAA) projeta para o período entre 30 de novembro e 8 de dezembro os maiores volumes de chuva concentrados no Oeste da região Sul e parte do Norte do Brasil, superando os 100 mm.
No Centro-Oeste e Sudeste, espera-se, de forma mais geral, volumes em torno de 50 a 60 milímetros.
O Nordeste, incluindo a região do Matopiba, pode ter chuvas abaixo de 20 mm nas primeiras semanas de dezembro, com áreas de maiores precipitações registrando volumes entre 50 e 60 milímetros.
Já na semana seguinte, entre 8 e 16 de dezembro, as chuvas mais volumosas tendem a se espalhar pelo país, com previsões acima de 100 milímetros no Leste da região Sul e partes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.
Pico do El Niño pode chegar no final do ano, impactando o clima
Conforme Estael Sias, diretora do serviço de meteorologia da Metsul, o episódio de El Niño pode atingir seu pico no final de dezembro ou, no máximo, em janeiro do próximo ano.
Denominado como “Super El Niño”, esse fenômeno implica em temperaturas da superfície do mar acima de 2°C no Pacífico Equatorial Centro-Leste.
Segundo o último boletim do estado do Oceano Pacífico divulgado pelo NOAA, a anomalia de temperatura da superfície do mar atingiu 2,1°C na região conhecida como Niño 3.4.
Esse valor é a maior anomalia semanal observada desde o início do El Niño atual, comparável ao registrado no episódio de 2015-2016 em 17 de fevereiro de 2016.
Temperatura do Oceano Pacífico no final de novembro de 2023 (Fonte: NOAA)
Estar atento às notícias agrícolas sobre o clima e implementar medidas de prevenção é fundamental
As notícias agrícolas que preveem irregularidades na chuva e o pico do El Niño para o final do dia podem trazer preocupações no setor agrícola. Por isso, é importante que os agricultores estejam preparados, implementando boas práticas para mitigar possíveis danos.
Isso inclui o auxílio de orientações técnicas especializadas, que permitam um embasamento maior para tomadas de decisão mais assertivas em relação ao manejo das lavouras.
É o caso do acompanhamento das recomendações de plantio e também do investimento em práticas de conservação do solo, além da utilização sistemas de irrigação eficientes.
Nesse sentido, também é muito importante o uso de fertilizantes adequados, que ajudem as plantas a lidar com possíveis estresses abióticos.
E, diante das imprevisibilidades do clima e de outros fatores, uma opção interessante para os agricultores é a antecipação das compras de fertilizantes, de forma a minimizar possíveis transtornos na hora de fazer o manejo.
Assim, a preparação e a informação são ferramentas fundamentais para enfrentar os desafios que o clima e outros eventos possam trazer para a agricultura. Isso facilita a busca por uma atividade agrícola com mais sustentabilidade e mais produtividade.