Entenda Como A Greve Nos Portos Do Canadá Pode Afetar O Mercado De Potássio E A Agricultura Brasileira

Entenda como a greve nos portos do Canadá pode afetar o mercado de potássio e a agricultura brasileira

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Um dos principais fornecedores de fertilizantes do mundo, o Canadá, tem enfrentado dificuldades logísticas devido a uma greve nos portos do país, que se arrasta há quase duas semanas. Recentemente, a produção de potássio canadense sofreu um impacto com essa greve. Saiba mais sobre isso e quais os reflexos no mercado internacional de fertilizantes e também na agricultura brasileira! 

O impacto da greve nos portos do Canadá sobre o mercado internacional de potássio

O mercado internacional de fertilizantes tem passado por turbulências nos últimos dias. Desde o dia 01 de julho, uma greve de 7.500 funcionários tem prejudicado o funcionamento de dois dos principais portos do Canadá: o porto de Vancouver e o porto de Prince Rupert.

Mas, o que isso tem a ver com os fertilizantes? Em decorrência dessa greve, uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, que atua no Canadá, anunciou a diminuição da produção de potássio em uma de suas minas no país.

A justificativa para isso é que os portos canadenses desempenham um papel crucial nas atividades de exportação do país, pois são responsáveis por facilitar o transporte de seus produtos para mercados internacionais.

Contudo, o bloqueio decorrente da greve gerou atrasos e interrupções logísticas, prejudicando consideravelmente a capacidade da empresa em atender à demanda global.

Assim, a redução da produção de potássio seria uma medida para mitigar os impactos negativos e ajustar a oferta à realidade atual e garantir a continuidade das operações, apesar das dificuldades enfrentadas.

Vale notar que o potássio é um elemento essencial para o desenvolvimento adequado das plantas, desempenhando um papel fundamental no aumento da produtividade agrícola.

Por isso, de maneira geral, ele é o segundo nutriente mais requerido pelos cultivos agrícolas para produzirem mais e com mais qualidade.

Assim, impactos negativos no mercado internacional de potássio podem ter um reflexo na atividade agrícola, inclusive no Brasil. 

Como impactos negativos no mercado internacional de potássio podem afetar a agricultura brasileira?

A atividade agrícola no Brasil tem uma alta dependência de fertilizantes importados, incluindo dos fertilizantes potássicos. Vale destacar que, nesse contexto, o Canadá está entre os maiores fornecedores desse insumo para o país.

Para se ter uma ideia, segundo dados de um relatório da consultoria Itaú BBA, o Canadá foi o segundo principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil, sendo responsável por 16% das importações desse insumo entre os meses de janeiro e maio de 2023.

Quando se fala exclusivamente de fertilizantes potássicos, essa porcentagem é ainda maior. De acordo com o último relatório ACERTO Weekly Fertilizer Report Brazil, na primeira metade de 2023, o Canadá foi o fornecedor de 38% das importações de fertilizantes potássicos para o setor agrícola.

O relatório ainda desataca que os impactos da greve dos portos canadenses, caso prolongada, podem afetar ainda mais a produção de potássio do país, impactando, por exemplo, as minas em Saskatchewan.

Além disso, ainda não se tem uma ideia clara dos reflexos disso nos carregamentos para países como o Brasil.

Essa condição de dependência de fertilizantes importados se mostra uma fragilidade da agricultura do Brasil. Isso acontece porque ela faz com que os preços desse insumo crucial estejam mais suscetíveis a questões sociais, políticas e econômicas internacionais.

Recentemente, por exemplo, a possibilidade da não renovação de um acordo de exportação de fertilizantes russos, outro grande fornecedor de fertilizantes para o Brasil, tem causado certa insegurança no mercado internacional.

Vale notar que, depois de semanas de queda nos preços, o valor pago por alguns fertilizantes, incluindo o cloreto de potássio (KCl), já vem demonstrando tendências de aumento nas últimas semanas, de acordo ainda com o relatório ACERTO Weekly Fertilizer Report Brazil.

Outro ponto em que a dependência externa de fertilizantes fragiliza a agricultura brasileira é em relação à questão do dólar. A moeda norte-americana, que serve de lastro das operações comerciais dos fertilizantes tem tido um movimento de queda nos últimos meses.

Todavia, de acordo com análise do portal G1, está já em um patamar de estabilidade. E vale notar também que existe a possibilidade de valorização do dólar nos próximos dias.

Pensando nessa conjuntura, é importante fortalecer o mercado nacional de fertilizantes. Mas, como fazer isso?

Por que é importante fortalecer o mercado nacional de fertilizantes e como fazer isso?

Em primeiro lugar, é preciso notar que o uso de fertilizantes é essencial para a agricultura brasileira. Isso dá devido ao fato de que os solos do país têm baixa disponibilidade de alguns nutrientes, como é o caso do potássio.

É o que diz a a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no documento Aspectos relacionados ao mapeamento da disponibilidade de potássio nos solos do Brasil.

Vale ressaltar também que o potássio exerce funções essenciais na fisiologia e no metabolismo das plantas, que contribuem para a produtividade e a qualidade dos alimentos.

Assim, é essencial fortalecer o mercado interno de potássio, para que a dependência externa desse recurso tão importante para o agronegócio brasileiro e para o país como um todo seja reduzida.

Nesse sentido, ações como o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) são ferramentas importantes para que o Brasil possa explorar o seu potencial de produzir o seu próprio potássio.

Além disso, elas são ajudam a incentivar o uso de novas fontes eficientes desse nutriente e que agregam tecnologias inovadoras.

Tecnologias inovadoras ajudam a tornar os fertilizantes mais eficientes

Entre essas tecnologias, vale destacar aquelas que favorecem, por exemplo, o uso dos microrganismos benéficos para potencializar a adubação, o que ajuda a trazer mais produtividade e qualidade para as lavouras brasileiras.

Outras ações do governo que também podem ajudar a fortalecer a agricultura brasileira estão dentro do Plano Safra 2023/24, mas também é essencial que o agricultor esteja atento a empresas que desenvolvem soluções de nutrição eficientes e nacionais.

É o caso da Verde Agritech, com fertilizantes como o K Forte® e o BAKS®.

Vale notar que os fertilizantes da Verde Agritech tem diversas características vantajosas, fruto das tecnologias inovadoras e exclusivas com as quais eles contam, que ajudam a manter a saúde da microbiota do solo e tornam a adubação mais eficiente.

Fortalecer o mercado interno é crucial para reduzir a dependência externa de fertilizantes

Em resumo, turbulências internacionais como a greve nos portos canadenses podem desencadear impactos no mercado de fertilizantes, incluindo o de fertilizantes potássicos, que são essenciais para que a agricultura brasileira seja bem-sucedida.

Por isso, é importante fortalecer o mercado interno de potássio, já que isso ajuda a reduzir a dependência externa de fertilizantes do Brasil. Ações como o Plano Nacional de Fertilizantes e também o Plano Safra 2023/24 são ferramentas nesse sentido.

Todavia é importante que o agricultor esteja atento e se prepare, considerando outras ações como a antecipação das compras de fertilizante e também o investimento no potássio brasileiro, que já conta com fontes eficientes e que agregam tecnologias inovadoras!

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