Produção de grãos no Brasil até 2033 deve crescer expressivamente e é destaque nas notícias agrícolas

Produção de grãos no Brasil até 2033 deve crescer expressivamente e é destaque nas notícias agrícolas

O Brasil está prestes a vivenciar um notável aumento de 24,1% na produção de grãos nos próximos dez anos, o que é destaque nas notícias agrícolas da semana.

É o que mostra um estudo recente elaborado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Com esse crescimento, a safra 2032/2033 deve alcançar a impressionante marca de cerca de 390 milhões de toneladas de grãos, representando um acréscimo de aproximadamente 75,5 milhões de toneladas. A taxa anual de crescimento esperada é de 2,4%, impulsionada principalmente pelas lavouras de soja, milho de segunda safra e algodão.

Para que essa expansão produtiva seja viabilizada, a área dedicada ao cultivo de grãos deverá aumentar consideravelmente, passando dos atuais 77,5 milhões de hectares para aproximadamente 92,3 milhões de hectares em 2032/2033.

Destaca-se que o crescimento projetado baseia-se principalmente no aumento da produtividade, mas o estudo enfatiza a necessidade de investir em pesquisas para garantir a sustentabilidade desse avanço no setor agrícola.

O incremento de 14,7 milhões de hectares na área cultivada de grãos pode ser alcançado através da conversão de áreas degradadas, incluindo antigas pastagens extensivas, além de outras alternativas que evitem afetar a cobertura vegetal do país. Prevê-se que aproximadamente 78% dessa expansão ocorra com o cultivo de soja.

O crescimento na produção de grãos e algodão

A produção projetada de soja para o ano 2032/2033 é de 186,7 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 20,6% em comparação com a produção atual. Adicionalmente, a projeção para a exportação de soja em grão é de 121,4 milhões de toneladas, com uma participação prevista de 60,6% nas exportações globais.

Nesse contexto, a área destinada ao cultivo de milho de segunda safra deve expandir-se, aproveitando áreas anteriormente ocupadas pela soja no sistema de plantio direto. A crescente demanda por culturas relevantes na produção de biocombustíveis, como biodiesel e etanol de milho, também pressionará o cultivo de milho e soja.

A projeção indica um aumento expressivo na produção total de milho, chegando a 160 milhões de toneladas em 2032/2033, o que representa um crescimento de 27% em relação à produção atual. Esse aumento será estimulado pelas exportações e pela demanda crescente de milho para a produção de etanol e outros fins, pois o milho adquire cada vez mais importância como matéria-prima e alimento.

No setor do algodão, as projeções indicam uma expansão significativa de 26,8% na produção de algodão em pluma nos próximos dez anos, alcançando um total de 3,6 milhões de toneladas. Mato Grosso e Bahia são responsáveis atualmente por 90% da produção nacional de algodão, e espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhorias genéticas, práticas agronômicas avançadas, novas tecnologias e adoção de técnicas de agricultura de precisão.

Em termos globais, o Brasil tem previsão de responder por 12,5% da produção mundial de algodão em 2030. Nesse cenário, Brasil, Estados Unidos e Índia deverão se destacar como principais exportadores do produto. Quanto ao consumo interno, estima-se que o consumo de algodão no Brasil permaneça estável nos próximos anos, mantendo-se em torno de 732 mil toneladas anuais.

Previsão de crescimento da produção de grãos no Brasil

Previsão de crescimento da produção de grãos e algodão no Brasil (Fonte: Mapa e Embrapa)

Além das projeções para a produção de grãos e algodão, o estudo também aborda o setor de carnes. A expectativa é de um aumento de 6,6 milhões de toneladas na produção de carnes (bovina, suína e frango) entre 2022/23 e 2032/33, o que representa um crescimento de 22,4%.

Esse aumento será impulsionado especialmente pelas carnes de frango e suína, que devem apresentar índices de crescimento de 28,1% e 23,2%, respectivamente.

A produção de carne bovina também deve crescer, com um aumento previsto de 12,4%. Vale ressaltar que o Brasil continuará liderando o mercado internacional de carne bovina, suprindo 28,5% do consumo global.

Para atingir o crescimento esperado, é importante o investimento em uma série de fatores, como o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes

Para que esses cenários se concretizem, será necessário um esforço conjunto para investir em infraestrutura, pesquisa e financiamento do setor agropecuário, considerando a crescente demanda por proteína animal.

Nesse contexto, é importante também o investimento em pesquisas que se dediquem ao desenvolvimento de tecnologias de nutrição mais eficientes, que ajudem a otimizar o manejo e o agroecossistema, como fertilizantes e outros insumos.

Em suma, as projeções do agronegócio no Brasil apontam para um futuro promissor, no qual o país desempenhará um papel importante na produção e exportação de grãos, algodão e carnes.

Os ganhos de produtividade, o crescimento do mercado interno e as exportações serão os principais impulsionadores desse cenário positivo, ressaltando a importância do setor agrícola para o desenvolvimento econômico do país.

O estudo oferece uma visão valiosa para os formuladores de políticas públicas, auxiliando-os a planejar estratégias que impulsionem o crescimento sustentável do agronegócio brasileiro.

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