A soja é uma das commodities agrícolas mais relevantes para a agricultura brasileira. No entanto, esse cultivo enfrenta um grande desafio: a ferrugem asiática da soja. E o crescimento de casos da doença já no início do ano pode ser uma ameaça para o potencial produtivo do plantio de soja no Brasil esse ano. Saiba mais sobre isso e descubra maneiras de promover a prevenção e o controle mais eficaz dessa doença!
Condições climáticas propiciam o crescimento de casos de ferrugem asiática da soja
As variações no clima recentes, provocadas em grande parte pelos efeitos das mudanças climáticas, como o fenômeno El Niño, tem tido outras repercussões na agricultura além dos impactos das altas temperaturas e irregularidades nos volumes de chuva.
É o caso da criação de um ambiente propício para um aumento dos casos de ferrugem asiática da soja nas lavouras do país. É o que aponta o Consórcio Antiferrugem, parceria público-privada dedicada ao combate dessa doença agrícola.
Os dados do consórcio mostram que os casos registrados da doença vêm aumentando consideravelmente desde o final do ano passado. Até o início de fevereiro de 2024, já são 275 ocorrências.
Casos de ferrugem asiática da soja têm crescido desde o final do ano passado (Fonte: Consórcio Antiferrugem)
Entre os estados onde é feito o plantio de soja, o Paraná e o Rio Grande do Sul lideram os números de casos registrados da ferrugem asiática, com 123 e 84 ocorrências, respectivamente.
Já o Mato Grosso do Sul vem em terceiro lugar, com 34 casos da doença. Vale lembrar que esses estados são importantes produtores de soja no Brasil e o aumento do número de casos pode significar perigo para a safra do país.
Casos de ferrugem asiática da soja por estados produtores (Fonte: Consórcio Antiferrugem)
Mas, quais são exatamente os possíveis motivos desse aumento dos casos da ferrugem asiática da soja? Quais são os riscos que essa doença traz? Como o agricultor pode se prevenir e mitigar os danos?
Quais são as principais medidas de prevenção e controle da ferrugem asiática da soja?
A combinação de altas temperaturas e de elevados níveis de umidade pode ser uma das explicações para o recente aumento de casos de ferrugem asiática da soja que tem sido observado nas lavouras brasileiras.
É o que explica o fisiologista e diretor do Instituto de Ciências Agronômicas (Incia), Elmar Floss, em entrevista ao portal Notícias Agrícolas.
E, de fato, as regiões onde há maior incidência das ocorrências registradas é justamente a de estados que sofreram com altos índices de chuvas seguidos de altas temperaturas em um período recente, influenciados pelo El Niño.
Mas, quais os riscos que a ferrugem asiática da soja pode trazer? Essa doença, que é causada por um fungo micoparasita chamado Phakopsora pachyrhizi é muito perigosa e tem um alto poder destrutivo para as lavouras de soja.
Isso porque, quando há condições adequadas de temperatura e de umidade, o fungo capaz de infectar os tecidos vegetais e causar danos estruturais irreversíveis, especialmente nas folhas.
O fungo causador da ferrugem asiática da soja ainda tem a capacidade de produzir um grande número de esporos logo abaixo da epiderme da face inferior das folhas, em estruturas de reprodutivas que são conhecidas como urédias ou pústulas.
Com isso, pode ocorrer a queda das folhas da soja. Assim, a capacidade de fotossíntese é drasticamente reduzida, o que leva as plantas a perderem a capacidade de desenvolvimento pleno e, em consequência, de produtividade.
De acordo com o Consórcio Antiferrugem, os danos causados pela ferrugem asiática da soja podem impedir a completa formação dos grãos, gerando perdas de até 90% de produtividade caso a doença não seja controlada.
Outro fator que torna a ferrugem asiática da soja altamente perigosa o rápido ciclo de desenvolvimento do fungo patógeno causador da doença, que varia de 6 a 9 dias apenas.
Além disso, ele tem uma dispersão altamente facilitada pelo vento, fazendo com que ele seja um agente patogênico com um alto nível de agressividade para a cultivo da soja. Diante, disso, como o agricultor pode evitar possíveis danos à sua lavoura?
A melhor medida para isso é a prevenção, ou seja, evitar que o agente patógeno causador da ferrugem asiática da soja chegue à lavoura.
Nesse sentido, é importante que o agricultor realize um monitoramento constante, da lavoura, principalmente diante de situações de aumento de casos como a vista recentemente.
Aqui, acompanhar os alertas de instituições como o Consórcio Antiferrugem também é importante.
Além disso, também é essencial que o agricultor procure adotar medidas de controle integradas de forma preventiva, para ajudar a impedir ou minimizar a entrada da doença nos talhões. Dentre elas, pode-se destacar:
- Realizar o plantio da soja no início da época recomendada para a sua região e em uma densidade de plantas que permita bom arejamento das plantas;
- Atenção à realização do vazio sanitário, segundo orientações para a região onde se encontra a lavoura;
- Optar pelo uso de cultivares precoces de soja e com características genéticas que favoreçam a tolerância à doença;
- A eliminação de plantas voluntárias de soja na entressafra.
No entanto, se mesmo com essas medidas de prevenção, o agricultor chegar a identificar o fungo causador da ferrugem asiática da soja na lavoura, é importante que medidas de controle sejam implementadas o quanto antes.
Nesse sentido, Elmar Floss chama a atenção para que isso seja feito com a aplicação de uma combinação de fungicidas adequados para o combate ao Phakopsora pachyrhizi.
Além disso, é importante que seja feita uma rotação desses fungicidas, para evitar que seja induzida uma resistência aos fungicidas de forma acelerada, o que pode fazer com que o tratamento se torne ineficaz.
Vale destacar que, de acordo com a Embrapa Soja, os três principais grupos de fungicida que são utilizados no controle da ferrugem asiática da soja são:
- Os Inibidores de desmetilação (IDM), também conhecidos como “triazóis”;
- Os Inibidores da Quinona externa (IQe) ou “estrobilurinas”;
- Os Inibidores da Succinato Desidrogenase (ISDH) ou “carboxamidas”.
Além disso, a eliminação de plantas já contaminadas pode ser uma solução em casos mais extremos.
Outra ação que pode otimizar tanto a prevenção quanto o controle da ferrugem asiática da soja é a adubação adequada, especialmente com fertilizantes ricos em silício.
Como a adubação rica em silício ajuda a mitigar os danos da ferrugem asiática da soja?
As plantas necessitam de diversos nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento, a exemplo do potássio, do magnésio e do manganês.
Já o silício também é um elemento que tem papeis importantes dentro da fisiologia e do metabolismo vegetal. Por isso, existem debates na comunidade científica acerca da consideração dele como um nutriente essencial.
Todavia, de qualquer maneira, ele é tido como um elemento benéfico para as plantas, em razão das vantagens que a sua inclusão no manejo pode trazer.
Entre elas, estão a indução a estresses abióticos, como a seca e também aos estresses bióticos, que incluem pragas e doenças. É nesse sentido que a adubação rica em silício pode ser uma estratégia importante na prevenção e controle da ferrugem asiática da soja.
Estudos conduzidos nos últimos anos têm apontado que o silício é capaz de promover o aumento dos níveis de substâncias pigmentantes que são importantes para a fotossíntese das plantas.
Assim, os efeitos dos sintomas da ferrugem asiática da soja que levam ao enfraquecimento das plantas e ao seu desenvolvimento mais lento podem ser reduzidos.
É o que observaram o Prof. Fabrício de Ávila Rodrigues e outros pesquisadores do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no artigo Asian Soybean Rust Control on Soybean Sprayed with a New Source of Soluble Silicon.
Além disso, a adubação rica em silício na soja também traz outra vantagem, que está relacionada à redução dos sintomas da ferrugem asiática.
A razão para isso é que o silício potencializa os mecanismos naturais de defesa da planta à infecção por patógenos. Além disso, esse elemento é capaz ainda de promover a formação de uma barreira física que evita a penetração de fungos patogênicos.
É Maria Fernanda Antunes da Cruz e outros pesquisadores apontam, no artigo Silício no processo infeccioso de Phakopsora pachyrhizi em folíolos de plantas de soja.
Micrografias de luz e eletromicrografias de varreduras evidenciando a diferença do processo infeccioso do agente causal da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) em folíolos de plantas de soja sem (A, B e E) e com a aplicação de silício (C, D e F) (Fonte:Cruz et al, 2012)
Assim, além dos cuidados de prevenção e do controle químico, o uso de fertilizantes que consigam fornecer o silício para a soja de maneira adequada pode ser uma ação chave para evitar e mitigar danos dessa doença.
São fertilizantes como o K Forte® e os outros que a Verde Agritech, empresa de tecnologia agrícola, produz.
Os fertilizantes da Verde Agritech são multinutrientes, sendo fonte de potássio e outros nutrientes para as plantas. E eles também são ricos em silício.
Assim, o seu uso na adubação faz com que o manejo seja mais completo e eficaz. E, nesse âmbito da ferrugem asiática da soja, eles ajudam a favorecer as defesas naturais das plantas de soja.
O K Forte® e os outros fertilizantes que a Verde Agritech produz ainda contam com tecnologias exclusivas e inovadoras, que dão a eles características mais vantajosas para o manejo agrícola.
Desenvolvidas em conjunto com instituições renomadas, ao longo de anos de estudos, tais tecnologias são responsáveis, por exemplo, pela característica de disponibilização dos nutrientes de maneira gradual que eles têm.
Isso promove um efeito residual duradouro, que contribui para a construção e a manutenção da fertilidade do solo. Dessa maneira, o manejo é otimizado e o investimento do agricultor é valorizado.
Fertilizantes com disponibilização gradual trazem mais vantagens para o manejo
E o K Forte® e os outros fertilizantes que a Verde Agritech trazem ainda uma diversa gama de tecnologias que ajudam a tornar a nutrição mais eficaz e vantajosa.
Com isso, a combinação de cuidados de prevenção, ações de controle implementadas de maneira rápida e seguindo as orientações necessárias e uma adubação rica em silício podem ajudar a prevenir e reduzir danos provocados pela ferrugem asiática da soja.
Monitoramento, prevenção e controle adequados e uma adubação rica em silício são medidas essenciais para prevenir prejuízos causados pela ferrugem asiática da soja
Sintetizando, a ferrugem asiática da soja é uma doença importante do cultivo da soja, cujos casos têm tido um aumento recentemente. Aumento esse propiciado por condições climáticas que associaram altas temperaturas a uma alta umidade.
Por isso, é importante que o agricultor que cultiva soja esteja atento para evitar que a doença se prolifere na sua lavoura, observando atentamente os sinais dela nas plantas e implementando medidas de prevenção e controle eficazes.
Além disso, a adubação com fertilizantes ricos em silício pode ser uma ferramenta que ajuda nesse sentido, já que esse elemento tem ações nas plantas que ajudam a reduzir o avanço da doença, além de induzir as defesas naturais da soja.