Quais São Os Sintomas De Deficiência De Manganês Na Cana

Quais são os sintomas de deficiência de manganês na cana?

Saber identificar e evitar os sintomas de deficiência de manganês na cana é muito importante para alcançar a alta performance das lavouras, uma vez que a deficiência desse micronutriente pode comprometer a produtividade dos canaviais. Conheça, a seguir, quais são os sintomas de deficiência de manganês na cana e como evitá-los através do bom manejo desse micronutriente no solo!

Como identificar a deficiência de manganês na cana?

Os sintomas de deficiência de micronutrientes na cana já são uma realidade de muitas regiões produtoras brasileiras.

No estado de São Paulo, por exemplo, Fábio Vale e outros pesquisadores observaram que cerca de 80% das quase 900 amostras de solo e folhas analisadas de cana-de-açúcar estavam com teores de micronutrientes abaixo do nível crítico.

É o que eles apontam em seu estudo Avaliação do estado nutricional dos micronutrientes em áreas com cana-de-açúcar.

Essa realidade tem imposto uma série de limitações à cultura da cana-de-açúcar, já que os sintomas de deficiência de alguns nutrientes, como o manganês, afetam diretamente a produtividade da lavoura.

A deficiência de manganês na cana se manifesta, principalmente, com o aparecimento de estrias amareladas longitudinais nos espaços internervais das folhas mais novas, se concentrando na região da ponta até o meio das folhas.

Tais sintomas são um reflexo do papel ativo do manganês no processo de fotossíntese e são reforçados em razão da baixa mobilidade desse micronutriente no interior da planta.

O manganês se encontra entre os oito micronutrientes essenciais, insubstituíveis para o metabolismo da planta

Com a progressão dos sintomas, as estrias nas folhas podem adquirir uma coloração esbranquiçada com regiões necróticas, que fazem com que as elas se desfiem facilmente pela ação do vento.

É o que destacam José Orlando Filho e outros pesquisadores, no arquivo do agrônomo nº 6 da POTAFOS Seja o doutor do seu canavial.

Entretanto, nem sempre a manifestação da deficiência de manganês na cana se dá através da diagnose visual dos sintomas de deficiência nas plantas.

No artigo Micronutrientes em cana-de-açúcar:  a fome oculta dos canaviais, Estêvão V. Mellis e José A. Quaggio afirmam que a cana-de-açúcar apresenta frequentemente o fenômeno da “fome oculta” em relação aos micronutrientes.

Quando isso acontece, as plantas têm a sua produtividade limitada mesmo sem o surgimento de sintomas aparentes de deficiência.

Por isso, é importante que o agricultor utilize métodos complementares à diagnose visual para constatar a presença da deficiência de manganês nos seus talhões. Tais métodos são, por exemplo, o acompanhamento dos níveis dos nutrientes nas plantas, através de técnicas como a análise foliar. Mas, qual o teor ideal de manganês para a cultura da cana-de-açúcar?

Em estudos agrícolas, como o conduzido no estado de São Paulo pelo renomado agrônomo Eurípedes Malavolta, observou-se que os teores adequados de manganês para a folha diagnóstico da cana-planta aos 4 meses após o plantio se encontravam dentro da faixa de 100 a 250 ppm.

Já em relação à matéria-seca das plantas de cana, diversos estudos conduzidos ao longo das décadas observaram que os teores adequados de manganês variavam de 12 a 250mg/kg. Sendo essa variação em função, principalmente, da época e folha amostrada.

Ou seja, quaisquer valores abaixo desses parâmetros podem indicar que a cana não está conseguindo absorver as quantidades adequadas de manganês no solo.

Diante do impacto da deficiência do manganês na cana-de-açúcar e da importância desse nutriente na cultura, como o agricultor pode melhorar o manejo de forma a nutrir a lavoura de forma satisfatória?

O manejo do manganês na cana-de-açúcar

Tendo em vista os diferentes impactos negativos que os sintomas de deficiência de manganês podem causar na cultura da cana-de-açúcar, é indispensável o manejo adequado desse micronutriente no solo.

Apesar da aplicação de micronutrientes na cana-de-açúcar ser uma prática ainda pouco difundida, desde a década de 60, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) vem conduzindo diversas pesquisas na área.

No estudo Micronutrientes em cana-de-açúcar:  a fome oculta dos canaviais, os pesquisadores Estêvão V. Mellis e José A. Quaggio observaram que a cana-planta apresentou ganhos expressivos de produtividade com a aplicação de micronutrientes, independentemente do tipo de solo e da variedade empregada.

Outros trabalhos mostram incrementos de produtividade da cana-planta de quase 30%, com a aplicação de manganês no sulco de plantio.

É o que demonstram os pesquisadores D. F. Azeredo e J. Bolsanello, no artigo Efeito de micronutrientes na produção e na qualidade de cana – de – açúcar no Rio de Janeiro, Espirito Santo e Minas Gerais (zona da mata): Estudo preliminar.

Dessa forma, a inclusão de boas fontes de manganês nos programas de adubação da cana é indispensável para se alcançar a alta performance dos canaviais. Para isso, é recomendado que o agricultor observe e compare algumas características dos fertilizantes disponíveis do mercado, como:

Além da aplicação de manganês no solo, também é importante que o agricultor observe outros aspectos relacionados as características físicas, químicas e biológicas do solo. Isso porque a deficiência de manganês geralmente aparece em canaviais cultivados em solos arenosos muito lixiviados, ou indevidamente corrigidos com excesso de calcário.

É o que explica Elias Sultanum, no artigo Considerações sobre a sintomatologia de micronutrientes em cana-de-açúcar.

Por isso, realizar adequadamente a correção do solo e outras práticas que favoreçam a qualidade física e biológica do solo é tão importante quanto o uso de fontes de manganês para aumentar a disponibilidade desse micronutriente no solo.

A adubação e correção do solo são práticas importantes para evitar os sintomas de deficiência de manganês na cana

Sendo assim, podemos perceber que a adubação e a correção do solo são práticas importantes para aumentar a disponibilidade de manganês no solo e alcançar a alta performance dos canaviais.

Isso porque esses sintomas, além de afetarem a parte vegetativa da planta, podem comprometer a produtividade da cultura.

Portanto, recomenda-se que o agricultor sempre inclua fontes adequadas de manganês no seu programa de adubação e utilize práticas de manejo que favoreçam a qualidade física e biológica do solo para evitar os sintomas de deficiência de manganês na cana!

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