Tradicionalmente, a agricultura brasileira tem um foco muito grande na agricultura de produtos. Entretanto, esse sistema produtivo adotado nos últimos anos tem levado a baixa produtividade e rentabilidade em áreas de cultivo mais antigas, em decorrência da intensificação dos problemas com pragas e doenças.
Uma das soluções para esse cenário está sendo construída com grandes nomes da sojicultura brasileira, que encontraram no potássio brasileiro e na agricultura regenerativa um caminho para alcançar sistemas mais produtivos, rentáveis e sustentáveis.
Encerrando os encontros da Edição Especial Soja: como alcançar altas produtividades, agricultores que vêm tendo boas experiências com fertilizantes da Verde, K Forte® e BAKS®, compartilharam um pouco dos manejos que adotam para alcançar grandes produtividades nas suas lavouras no “Encontro com Gigantes – Gigantes da soja compartilham resultados obtidos com potássio brasileiro em suas lavouras”
O debate contou com:
- Laercio Dalla Vecchia, Agricultor de Mangueirinha/PR e vencedor do 12º Desafio Nacional de Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb);
- Flavio Faedo, Agricultor de Rio Verde/GO e vencedor do prêmio Personagem Soja Brasil 20/21, promovido pelo Canal Rural;
- Adriano Cruvinel, Engenheiro Agrônomo, Agricultor de Rio Verde/GO, membro do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) e referência em agricultura regenerativa.
O evento foi promovido pela Verde, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte® e Silício Forte, no dia 02 de setembro de 2021.
Você pode conferir a conversa, mediada por Rodrigo Mac Leod, na íntegra pelo link:
Os limites da agricultura tradicional
Por muitos anos, a agricultura brasileira esteve focada na melhoria das características físicas e químicas do solo, preconizando o uso intensivo do solo e a aplicação recorrente de insumos agrícolas químicos.
Contudo, essa agricultura de produtos começou a cobrar seu preço com o avanço das safras. Laercio Dalla Vecchia mencionou que em uma das safras da propriedade, esse modelo estava se mostrando insustentável:
“Eu tentava produzir mais somente com produtos, trabalhando apenas a parte física e química, mas não tinha vida nem diversidade no solo. Mesmo com um grande investimento, alcancei apenas 81 sacas por hectares de soja e com morte de 40% de plantas prematuras por doenças radiculares.”
Parte desses resultados são atribuídos ao impacto direto que o uso intensivo de insumos agrícolas químicos e do próprio solo tem na microbiota.
O elevado índice salino e de cloro nos insumos, por exemplo, tem um efeito biocida no solo e leva ao desequilíbrio das relações de sinergismos e antagonismos que os microrganismos estabelecem com todo o ecossistema do solo.
Além disso, Laercio Dalla Vecchia ainda destacou que o uso intensivo do solo, apenas anda na contramão da rentabilidade:
“Numa agricultura em que o foco é a sucessão de culturas e que não conseguimos colocar vida no solo, nós vamos apenas diminuindo o teor de matéria orgânica e aumentando o número de nematoides. Nós estamos, cada vez mais, caminhando para mais gastos.”
Na busca por um modelo de agricultura mais produtivo, rentável e sustentável Laercio Dalla Vecchia, Flavio Faedo e Adriano Cruvinel conheceram a agricultura regenerativa.
O potencial da agricultura regenerativa na produtividade, rentabilidade e sustentabilidade dos sistemas agrícolas
Segundo a Regeneration International, organização sem fins lucrativos que promove a agricultura regenerativa, ela pode ser definida como: as práticas agrícolas e de pastoreio que revertem as mudanças climáticas, reconstruindo a matéria orgânica do solo e restaurando a biodiversidade degradada.
Adriano Cruvinel destaca a resposta do ecossistema agrícola à agricultura regnerativa:
“Começamos a ver que tinha outra forma de fazer agricultura, que é a agricultura regenerativa que estamos praticando há cinco anos. Quando nós paramos de agredir o sistema ele responde muito rápido, porque muito mais importante que os microrganismos inoculados, são aquelas comunidades nativas que estão ali sendo suprimidas ano após ano. E as vantagens que estamos tendo nesse sistema são muito gratificantes para nós como agricultores, porque alcançamos a redução de custos.”
A adoção desse tipo de agricultura por Laercio Dalla Vecchia possibilitou que uma área sem aplicação de inseticidas fosse campeã do Desafio Nacional de Produtividade do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) pela primeira vez na história.
Entretanto, Flavio Faedo destacou que para alcançar essa redução de custos e do uso de métodos de controle de plantas daninhas, pragas e doenças, é preciso usar um conjunto de práticas e manejos para favorecer o equilíbrio do solo. Flávio inclui nesse conjunto:
- Plantio direto;
- Rotação de culturas intensiva;
- Uso de plantas de cobertura;
- Monitoramento intensivo de pragas e doenças;
- Assistência técnica.
No processo de transição entre a agricultura tradicional e a regenerativa, Laercio Dalla Vecchia explicou que o agricultor não deve ter medo de testar, errar e desaprender.
Já Adriano Cruvinel salientou a importância da constante capacitação para entender profundamente sobre as relações entre os produtos, princípios e técnicas da agricultura regenerativa e os seus efeitos na lavoura.
Dentre esses efeitos, Flavio Faedo comentou sobre a qualidade nutricional dos grãos:
“A qualidade nutricional do grão de milho nos experimentos conduzidos somente com os pós de rocha é muito melhor do que nos sistemas de plantio com apenas adubo químico. Encontramos o dobro de ferro, quase o dobro de magnésio e cerca de 30% a mais de manganês. Isso garante mais qualidade nutricional não somente para alimentação animal, mas também para alimentação humana.”
Mas, como qualquer sistema produtivo, a agricultura regenerativa também tem seus próprios desafios.
Os desafios da agricultura regenerativa
Um dos grandes desafios da agricultura regenerativa envolve conhecer o que está realmente acontecendo no solo, para orientar a tomada de decisão. Entretanto, Flavio Faedo destacou que a análise de solo atual ainda é um fator limitante:
“Eu acredito que essas análises de solo hoje não mostram a realidade dos nossos solos, porque a análise de solo em si não é representativa para o modelo de agricultura que nós seguimos hoje. Outra metodologia de análise ainda precisa ser criada para saber o que está e como está a fertilidade do solo com esses novos produtos utilizados na agricultura regenerativa.”
Para entender mais sobre resultados obtidos com potássio brasileiro e a agricultura regenerativa, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!
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