Como Produzir Superalimentos? Biofortificação E Agricultura Funcional São Discutidas Por Autoridades Em Debate Online - 17 08 2020 Como Produzir Superalimentos Biofortificacao E Agricultura Funcional Sao Discutidas Por Autoridades Em Debate Online

Como produzir superalimentos? Biofortificação e agricultura funcional são discutidas por autoridades em debate online

Para debater sobre a importância do valor nutritivo dos alimentos para a saúde humana através da agricultura funcional e da biofortificação, Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme, professor titular do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e Dr. Sílvio Romão, médico e CEO da Univale se reuniram no dia 26 de maio, em um evento online promovido pela Verde, empresa que produz o fertilizante K Forte®.

A conversa ocorreu durante o evento “Encontro com Gigantes – Biofortificação de alimentos e agricultura funcional” e pode ser vista na íntegra aqui:

 

O início do debate foi precedido por um minuto de silêncio, em homenagem ao Professor Alfredo Scheid Lopes, responsável pelo estudo pioneiro em solos do Cerrado brasileiro, na década de 1970, o que permitiu o aumento da produção agrícola na região, uma grande conquista para a agricultura brasileira.

A biofortificação, como elucidou a apresentação do Dr. Sílvio Romão, fundador e CEO da Bananas Univale, é, em essência, enriquecer alimentos por meio do aumento dos teores de nutrientes na planta, como ferro, zinco, selênio e vitamina A.

E foi através de muito estudo e pesquisas de fortificação do solo, principalmente nos territórios pobres do Cerrado que, segundo o Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme, professor na Universidade Federal de Lavras (UFLA), que hoje o Brasil consegue alimentar milhões de pessoas no mundo todo, por meio da sua agricultura:

“Grande parte dessa solução é feita nos Cerrados, solo que apesar de pobre, trouxe essa revolução e o crescimento de 70% da produção agrícola brasileira”.

O Brasil, para Dr. Luiz Roberto, foi se tornando parâmetro de disposição, qualidade e segurança alimentar, por causa da oferta dos micronutrientes. Assim, surgiu a ciência agrobiomédica e a ideia da agricultura funcional, com o objetivo maior de nutrir as plantas para nutrir os humanos.

Dr. Guimarães trouxe ao bate-papo um questionamento: “O que é melhor para diminuir a fome da população mundial e aumentar a qualidade de vida das pessoas: A fortificação da nossa saúde por meio de suplementos e medicamentos vendidos nas farmácias ou a biofortificação dos alimentos e nutrição do solo?”.

O CEO da Bananas Univale, Dr. Sílvio Romão, ressalta que a biofortificação é inevitável no Brasil, pois o país apresenta um solo não tão rico em nutrientes, e que é preciso a realização de correções para oferecer uma maior fertilidade:

“A biofortificação é viável em termos de custos e melhora de maneira sustentável a nutrição e saúde das pessoas e dos animais”.

Como médico, Dr. Sílvio Romão, apresentou dados de que a deficiência de nutrientes prejudica o desenvolvimento mental, o aprendizado e capacidade de trabalho, destacando a importância da biofortificação agronômica da banana, riquíssima em nutrientes:

“A banana é uma fruta consumida por todas as classes sociais, principalmente pela C. É uma fruta nutritiva, eleita há 10 anos como a fruta mais querida do mundo, além disso contribui para o bem estar e saúde”.

Segundo informações trazidas por Romão, atualmente a estratégia usada para combater a desnutrição é o fornecimento de suplementos vitamínicos e minerais. Um procedimento considerado caro e de difícil execução.

Na sua visão, as ações de biofortificação devem ser incrementadas e valorizadas o mais rápido possível, pois a população do planeta tende a crescer de forma muito acelerada até 2050, o que vai fazer aumentar a demanda por alimentos:

“Hoje, quase 1 bilhão de pessoas não consomem calorias suficientes para suas necessidades básicas e quase 3 bilhões, sofrem os efeitos da fome oculta (deficiência de vitaminas e minerais na dieta) levando ao mau funcionamento do organismo”.

Nesse caso, fertilizantes, se usados em doses corretas podem ajudar na fertilidade e nutrição do solo, podendo garantir uma segurança alimentar mais elevada e sustentável.

Para Dr. Luiz Guimarães, a diversidade de cor no prato, significa diversidade de composição. Diferentes alimentos, têm capacidades diferentes e melhoram a saúde.

Ao debaterem sobre o sucesso e a importância da aplicação de selênio no solo, o resultado apresentado é animador e o custo é considerado baixo, conforme Guimarães.

Dr. Sílvio Romão, adicionou, ainda, que segundo pesquisas, questões nutricionais e hormonais também estão elencadas no uso do selênio. E a ausência dele pode até causar ataques virais e câncer:

“Precisamos mudar isso através de políticas públicas e conscientização, para que possamos sair da filosofia de produzir alimentos para nutrir as pessoas”.

Como o selênio, o zinco é fundamental para a saúde e para imunidade, agindo como um protetor celular, como destacou o Dr. Sílvio:

“O zinco é um elemento importante na hora da divisão celular. Fundamental para o funcionamento, por exemplo, das mitocôndrias, que são consideradas as baterias das células”.

Entretanto, não basta apenas o esforço e investimento na biofortificação dos alimentos. Também é preciso educar melhor a população sobre ter uma alimentação correta e balanceada, aliada à prática de atividades físicas. Esse conjunto de ações vai levar o ser humano a ter uma maior longevidade, afirmou o médico.

Luiz Roberto Guimarães Guilherme é professor titular do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Com mais de 30 anos de experiência na área da agricultura, Luiz Roberto atua como consultor científico de diversas agências de fomento, revistas científicas e empresas públicas e privadas.

Entre os prêmios recebidos por suas contribuições na área, recebeu a Comenda Antônio Secundino de São José, honraria concedida pelo Governo do Estado de Minas Gerais a pessoas que tenham se dedicado ao desenvolvimento da agricultura, pecuária e abastecimento e ao saneamento e meio ambiente, no País. Luiz Roberto Guimarães

Guilherme é formado em Engenharia Agrônoma e tem mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela UFLA, além de PhD em Ciência do Solo pela Michigan State University e em Toxicologia Ambiental pelo Michighan State University’s Center for Integrative Toxicology, nos Estados Unidos. Também tem Pós-Doutorado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Sílvio Romão é produtor de bananas no Vale do Ribeira, São Paulo. Sílvio faz parte da quarta geração da família no agronegócio. Atualmente, realiza a gestão da propriedade junto com seu filho, Augusto. Sílvio e o filho foram nomeados médicos rurais pela Revista UNESP de Ciência, da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP).

Como médicos rurais aplicados, Silvio e Augusto estudaram muito a bananicultura e o mercado e estão fazendo hoje uma espécie de agricultura baseada em evidências. A propriedade de Sílvio, a Fazenda Univale, sempre trabalhou com Boas Práticas Agrícolas e há 3 anos conquistou a Certificação Global GAP. Gestão é palavra chave em todos os processos e procedimentos da Univale.

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