Agricultura regenerativa o uso do sistema biológico como caminho para redução de custos e aumento da produtividade

Agricultura regenerativa: o uso do sistema biológico como caminho para redução de custos e aumento da produtividade

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Na década de 80, o agricultor americano Robert Rodale começou a estudar os processos de regeneração dos sistemas agrícolas ao longo do tempo e criou o termo “agricultura regenerativa“. De lá para cá, a adesão a esse sistema agrícola, que tem por base o uso do sistema biológico do agroecossistema, tem se mostrado o caminho para redução de custos e o aumento da produtividade.

Para falar sobre esse assunto, o Engenheiro Agrônomo, Agricultor de Rio Verde/GO, membro do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) e referência em agricultura regenerativa, Adriano Cruvinel, participou do “Encontro com Gigantes – Agricultura regenerativa: aprenda a trabalhar a lavoura como um sistema biológico”.

O evento foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte® e Silício Forte, no dia 10 de janeiro de 2022.

Você pode conferir a conversa, mediada por Giuliano Alves, na íntegra pelo link:

 

Qual é o princípio básico da agricultura regenerativa?

O princípio básico da agricultura regenerativa é implementar práticas agrícolas e de pastoreio que revertam as mudanças climáticas, reconstruindo a matéria orgânica do solo e restaurando a biodiversidade degradada.

É o que define a Regeneration International, organização sem fins lucrativos que promove a agricultura regenerativa.

Essa prática agrícola busca uma agricultura mais rentável, produtiva e sustentável, trazendo uma outra forma de abordagem dos agroecossistemas. Abordagem esta que trabalha todo o sistema biológico presente no campo como uma ferramenta a favor do agricultor, como ressalta Adriano Cruvinel:

“Nós precisamos trabalhar com toda a teia alimentar, juntamente com a parte química do solo, para que ela realmente funcione. Se pensarmos nos microrganismos do solo, nós precisamos oferecer materiais para que eles trabalhem e passem isso para as plantas, que vão retornar para o agricultor na forma de grãos. E por isso, é tão importante não utilizar práticas agressivas ao sistema biológico, como o Cloreto de Potássio (KCl) que é rico em cloro.”

Adriano Cruvinel  viu na agricultura regenerativa uma oportunidade para reduzir os custos da sua propriedade. Desde então, ele vem trabalhando com esse sistema de produção agrícola há 6 anos e percebeu que manejo regenerativo está trazendo novas possibilidades para o agronegócio da família.

Utilizando a tecnologia e referências profissionais do setor, ele conta que observou a constante evolução do seu sistema de produção a cada nova safra, com o aumento da produtividade e redução dos custos.

Redução esta que veio da economia com ações como:

  • A economia na aplicação de quase 35 mil litros/kg de inseticidas e fungicidas e aproximadamente 50 toneladas de fertilizantes químicos;
  • A redução no uso de mais de 80% dos produtos tóxicos ao meio ambiente;
  • A substituição dos fertilizantes convencionais por fontes de nutrientes que favorecem o sistema biológico do solo.

“Com os resultados que eu tive na primeira safra usando K Forte®, em substituição ao KCl, obtive a redução do custo, aumento da produtividade e ainda a não adição do cloro (água sanitária) no solo. Esse diferencial que o K Forte® trouxe nos proporcionou uma redução de custos de cerca de 62% na safra 21/22 em relação à safra 15/16, com média produtiva de 81 sacas/ha”, mencionou Adriano Cruvinel

Mas, como trabalhar a agricultura regenerativa na fazenda?

O trabalho com a agricultura regenerativa na prática

Adriano Cruvinel explica que um dos primeiros passos para se trabalhar com a agricultura regenerativa consiste na busca por referências profissionais e parceiros na área. Mesmo assim, ainda é necessário muito trabalho de toda a equipe envolvida para alcançar os resultados no longo prazo.

No caso da sua propriedade, ele menciona que até hoje já foram realizados mais de 60 ensaios na busca das melhores práticas e refinamento das técnicas para a realidade das suas lavouras:

“Para criar o sistema biológico, nós traçamos objetivos e diretrizes até 2030, que vêm sendo inseridos e testados de pouco a pouco na fazenda. Quando começamos, tínhamos ainda muito poucas referências para o que propúnhamos. Mas hoje, em cerca de 3 a 4 anos, você já consegue respostas bem positivas ao adotar a agricultura regenerativa praticando todos os seus princípios.”

Nesse percurso, também é importante que o agricultor conte com algumas ferramentas para monitoramento, tomada de decisão e implementação das técnicas mais adequadas. Para Adriano Cruvinel, o uso de drones, análises foliares e químicas georreferenciadas e uso de biológicos foram práticas essenciais para a evolução das suas lavouras.

Dentre os diversos produtos biológicos inoculados na lavoura, ele destacou o uso de fungos e bactérias benéficas, como:

“Para a biologia nos mostrar o seu real potencial, ela também precisa da construção da parte química e física do solo. As análises químicas georreferenciadas, por exemplo, são uma base essencial para saber o que precisa ser incorporado ao solo para uma melhor resposta da lavoura”, ressaltou Adriano Cruvinel

Além disso, as práticas preventivas podem fazer muita diferença, principalmente no manejo de pragas e doenças.

Por exemplo, em um intervalo de quase 3 meses, mais de 6000 mil mariposas foram capturadas por armadilhas no entorno da propriedade de Adriano Cruvinel, evitando a disseminação de aproximadamente 2 milhões de lagartas na lavoura.

Por fim, Adriano Cruvinel concluiu ressaltando a importância do planejamento à longo prazo e de como os princípios da agricultura regenerativa podem trazer resultados surpreendentes:

“A nossa geração é a que mais grita por milagres, porque é a que mais quebra princípios. Quem quebra princípios, se torna mendigo de milagres. Agora quem pratica princípios, não precisa de milagre. É mais difícil, é mais trabalhoso, mas os resultados são melhores.”

Para entender mais sobre como trabalhar a lavoura como um sistema biológico dentro da agricultura regenerativa, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!

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