Você já ouviu falar em polifenoloxidase? Ela é uma enzima que influencia o gosto, o sabor e a cor de muitos vegetais, incluindo o café. Entenda como essa enzima interage com a cultura do café e como garantir uma boa qualidade da bebida.
Como a polifenoloxidase interage com a cultura do café
A polifenoloxidase, também conhecida pela sigla PPO, é uma enzima que faz parte de um grupo de substâncias conhecidas como compostos fenólicos.
Ela está presente nos plastídios e principalmente nas membranas dos cloroplastos, estrutura responsável pela realização da fotossíntese e que garante a pigmentação verde na planta.
Diferentemente dos demais compostos fenólicos localizados nos vacúolos das plantas e que só conseguem ser liberados quando acontece o rompimento dessa estrutura, a localização privilegiada da polifenoloxidase nos plastídios garante um dos papéis essenciais dessa enzima: a sua atuação na defesa contra fitopatógenos, insetos e nematoides.
Paulo Mazzafera e seus colegas pesquisadores estudaram variedades de café suscetíveis e resistentes ao nematoides das galhas no artigo Fenóis, peroxidase e polifenoloxidase na resistência do cafeeiro a Meloidogyne incognita.
As pesquisas evidenciaram um aumento de PPO e uma maior atividade na variedade resistente Coffea canephora cv. Apoatã, quando comparada com as plantas não infectadas, indicando o papel da polifenoloxidase na defesa do café.
Porém, apesar de a enzima estar mais presente e ativa em tecidos que se encontrem em estádios iniciais de desenvolvimento, como parte das raízes, a sua localização nas membranas dos cloroplastos faz com que a sua expressão seja mais significativa nos tecidos verdes das plantas.
Além da PPO estar mais ativa em folhas novas e frutos em desenvolvimento, graças a sua longa meia vida, ela está distribuída por uma grande variedade de tecidos e vai gerar alguns outros benefícios.
Nos grãos de café, a doutora em Nutrição de Solos Hermínia Emília Prieto Martinez, junto a outros pesquisadores, descreve que a atividade da polifenoloxidase está significativamente ligada à qualidade da bebida, no artigo Nutrição mineral do cafeeiro e qualidade da bebida.
Quanto menor a atividade da enzima polifenoloxidase, pior a qualidade da bebida do café. (Fonte: Embrapa Clima Temperado)
Então, para garantir uma atividade satisfatória da enzima PPO e consequentemente alcançar uma melhor qualidade da bebida, é essencial entender quais fatores podem interferir na sua expressão. E dentro da agricultura, a nutrição do solo é um deles.
A nutrição do solo pode afetar o nível de atividade da polifenoloxidase
Dentre os diferentes insumos usados para nutrição do café, diversos estudos apontam o cloro (Cl-) como sendo um dos componentes com potencial para interferir no nível de atividade da polifenoloxidase.
Ele é introduzido principalmente através do Cloreto de Potássio (KCl), o fertilizante potássico mais utilizado na agricultura. O KCl é composto por 47% de cloro, sob a forma do ânion Cl–.
O Doutor em Ciência do Solo Enilson de Barros Silva, no seu estudo Qualidade de grãos de café beneficiados em resposta à adubação potássica, demonstrou que o cloro provoca a redução da atividade da polifenoloxidase.
Uma das hipóteses levantadas por pesquisadores da área que explicam essa ação inibitória é de que como a PPO é uma enzima cúprica, o excesso dos íons de cloro leva a precipitação do íon Cl– com o Cu2+, reduzindo a ativação da enzima.
Além disso, o próprio Cloreto de Potássio apresenta uma série de outros malefícios para a agricultura, como explica a Dra. Michele Megda, doutora e especialista em Solos e Nutrição de Plantas:
Uma vez que o potássio participa na síntese e transporte de carboidratos para os frutos e está envolvido principalmente na formação dos grãos do café, a nutrição do cafeeiro com ele é fundamental para garantir uma boa produtividade.
Para evitar os efeitos indesejados do cloro e do próprio Cloreto de Potássio, é preciso buscar alternativas para garantir a nutrição adequada de potássio para a cultura.
Fontes alternativas de potássio podem garantir uma melhor atividade da PPO
Entre as fontes alternativas de potássio livres de cloro que podem ser utilizadas na nutrição do cafeeiro, estão os fertilizantes que a Verde Agritech produz, como o BAKS®, o K Forte® e o MONDÉ®.
Eles contam com tecnologias exclusivas que a Verde Agritech desenvolveu ao longo de anos de estudo, em conjunto com instituições de pesquisa renomadas e consolidadas.
Essas tecnologias ajudam os fertilizantes da Verde Agritech a serem mais eficientes e trazerem benefícios para as plantas e para o solo. I
Vale destacar também uma pesquisa realizada Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) com o K Forte®, a fim de entender a sua relação com a melhoria da atividade da enzima polifenoloxidase.
Essa pesquisa, conduzida no município de Patrocínio, região do Triângulo Mineiro, analisou o uso do K Forte® comparado ao uso do KCl, além de um grupo de pés de café que não recebeu nutrição potássica, o grupo de controle ou testemunha.
Os resultados indicaram que os pés de café nutridos com o K Forte® tiveram uma maior atividade da enzima polifenoloxidase que os pés de café dos outros dois grupos, com diferença estatística significativa.
Assim, a pesquisa mostrou que o uso do K Forte®, além de fornecer potássio ao solo, melhorou a atividade da PPO e resultou assim em uma bebida de mais qualidade.
Dessa forma, o cafeicultor que busca aprimorar a qualidade da bebida do seu café deve cada vez mais buscar por fontes de nutrição livres de cloro e que tenham eficiência comprovada para aumentar a atividade polifenoloxidase.
Gostou deste assunto? Veja como o Sr. Marcelo Nogueira, produtor de café na cidade de São Gotardo, Minas Gerais, conseguiu melhorar a qualidade e a rentabilidade do café!
Leia o depoimento: Produtor de café em São Gotardo (MG) fala sobre fonte de potássio que trouxe mais qualidade e produtividade para sua lavoura