O clima é um fator ao qual o agricultor está sempre atento, já que ele tem impactos diretos no crescimento e desenvolvimento das plantas. Variações climáticas extremas, como as geadas e as secas podem causar danos às plantas e são influenciadas por fenômenos como o La Niña. Nesse sentido, um bom manejo nutricional, incluindo o do potássio, pode ajudar a prevenir os prejuízos causados por essas condições climáticas. Descubra qual é o papel do potássio no aumento da resistência das plantas contra secas e geadas!
A importância do clima para a agricultura
A nutrição vegetal, o que inclui a nutrição potássica, tem um papel fundamental para a agricultura, já que ela repõe os nutrientes que as plantas retiram do solo.
Mas, além de fazer com que elas tenham os recursos necessários para crescer e produzir alimentos, ela pode ajudar na resistência aos estresses abióticos como as geadas e a seca. Esses estresses estão muitas vezes ligados aos eventos climáticos.
Os eventos climáticos são uma séria questão para a agricultura, uma vez que eles interferem de forma intensa em um fator muito relevante para a atividade agrícola: o clima.
Um exemplo são os fenômenos climáticos como o La Niña e o El Niño. Ambos são diferentes fases de um mesmo evento, o El Niño Oscilação Sul ou ENOS. Enquanto o La Niña provoca o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o El Niño faz com que elas se aqueçam.
Isso provoca efeitos diversos no clima, como aumento ou queda de temperaturas, assim como aumento ou diminuição das chuvas. Assim, os impactos desses fenômenos na agricultura são palpáveis.
O agrometeorologista do Climatempo, Celso Oliveira, explicou em entrevista à Revista Globo Rural que as baixas temperaturas registradas no final do primeiro semestre de 2022 no Brasil podem ter uma ligação parcial ao La Niña.
Vale destacar que, de acordo com o a Organização Meteorológica Mundial (OMM), existe a possibilidade de que o fenômeno se estenda até o início de 2023.
Diante disso, como o agricultor pode se preparar para esses eventos climáticos e também para as instabilidades provocadas pela ação humana, como por exemplo as relacionadas ao efeito estufa?
Além de práticas de prevenção, como o planejamento do local e semeadura, a atenção aos períodos de plantio e a irrigação adequada, a nutrição adequada pode ser valiosa para prevenir os danos causados tanto pelas geadas quanto pela seca.
Nesse sentido, o potássio é um nutriente que desempenha papeis relevantes nessa proteção da lavoura. Mas, qual é o papel do potássio no aumento da resistência das plantas contra geadas e secas?
Como o potássio ajuda a induzir a resistência das plantas à geada e à seca?
O potássio é um macronutriente primário, o que significa que ele é essencial para que as plantas se desenvolvam e é requerido em grandes quantidades.
De maneira geral, ele é o segundo nutriente mais exigido pelas culturas agrícolas. Esse alto grau de requerimento potássico está ligado às diversas funções que esse nutriente desempenha no crescimento das plantas. Entre elas, podemos citar:
- Ativação enzimática;
- Síntese proteica;
- Fotossíntese;
- Transporte de fotoassimilados no floema;
- Crescimento celular;
- Melhoria da qualidade de flores e frutos;
- Regulação do potencial hídrico das células;
- Amenização de estresses bióticos e abióticos.
É principalmente através das duas últimas funções relacionadas acima que o potássio pode ser um grande aliado do agricultor para aumentar a resistência das plantas os danos causados por variações climáticas extremos, como as geadas e secas.
No caso das geadas, o potássio atua na fisiologia vegetal de algumas culturas, promovendo a redução do ponto de congelamento da seiva das plantas. Assim, ele auxilia na resistência a esse fenômeno causado por baixas temperaturas.
Além disso, em sua participação no evento Encontro Com Gigantes, o Dr. Pedro Maranha explica como o potássio induz a resistência das plantas ao frio de maneira geral:
“Enquanto o cálcio e o boro são fundamentais para manter a membrana das células firmes e elásticas, o potássio, de forma geral, é como um lubrificante da planta. O potássio auxilia na movimentação de compostos e fotoassimilados, o que proporciona uma alta concentração de açúcares na planta e que reduz ainda mais a temperatura letal.”
Entre as estratégias que o agricultor pode utilizar para se prevenir dos danos causados pela geada, está a adubação potássica.
Além disso, a ação do potássio na fisiologia vegetal ajuda a reduzir os danos causados pela geada nos tecidos das plantas, tais como:
- Desidratação das células;
- Perda do potencial de turgescência;
- Redução do volume celular;
- Ruptura da membrana plasmática.
Já no caso da seca, o potássio pode auxiliar na indução da resistência ao estresse hídrico causado por esse fenômeno através da regulação do potencial hídrico das células.
Isso acontece porque a absorção de água pela célula e pelos tecidos é frequentemente consequência da absorção ativa do potássio.
Além disso, os íons de potássio têm uma atuação direta na abertura e fechamento dos estômatos.
Essas estruturas são aberturas microscópicas encontradas principalmente nas folhas e que são responsáveis por realizar as trocas gasosas que incluem vapores d’água, dióxido de carbono (CO2) e oxigênio (O2).
Em situações de estresse hídrico, a falta da regulação correta na abertura dos estômatos pode levar a perda excessiva de água.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos depende inteiramente do fluxo de potássio sobre a taxa de assimilação de CO2.
Isso acontece através da promoção da síntese de uma enzima chamada RuBisCO, ou ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase/oxigenase, que é a enzima mais abundante nas plantas.
Assim, uma boa nutrição com potássio é essencial para que essas funções desse nutriente não sejam comprometidas e, em consequência, fiquem mais vulneráveis à geada e às secas.
Mas, como melhorar a nutrição potássica das plantas?
Dicas para melhorar a nutrição potássica das plantas
Levando-se em conta que as plantas requerem bastante potássio e que os solos brasileiros são em sua maioria pobres nesse nutriente, de acordo com a Embrapa, uma boa adubação é fundamental para garantir que as lavouras estejam bem nutridas com potássio.
Um dos primeiros passos para isso é entender quais são as necessidades da lavoura. Cada cultura tem uma demanda específica de potássio, logo conhecer essas demandas é importante para que haja uma nutrição adequada.
Além disso, entender o estado de fertilidade do solo é essencial nesse sentido, para que as dosagens adequadas sejam aplicadas. Para isso, o uso de métodos adequados de análise de solo é muito importante.
Também é importante que o agricultor acompanhe a resposta da lavoura à adubação, através, por exemplo, de técnicas como a análise foliar.
Em relação às fontes de potássio utilizadas no manejo nutricional potássico, a escolha de qual fertilizante utilizar também faz toda a diferença. Embora fertilizantes de liberação rápida, a exemplo do Cloreto de Potássio (KCl), disponibilizem os nutrientes mais rapidamente, elas são mais suscetíveis à lixiviação.
Nesse sentido, fontes de liberação gradual podem ser uma boa opção, já que elas são menos sujeitas a esse fenômeno e também têm um efeito residual duradouro. Isso ajuda a construir e manter a fertilidade potássica do solo.
Assim, entendendo o papel do potássio no aumento da resistência das plantas contra geadas e secas e os passos de como fazer uma adubação mais eficiente, o agricultor pode minimizar os danos causados por essas variações climáticas.
O potássio é um aliado do agricultor na prevenção dos danos das geadas e secas
Em síntese, melhorar a resistência das plantas contra variações extremas do clima, como a seca e a geada, é essencial para o agricultor. E o potássio é um nutriente que desempenha funções na fisiologia da planta que ajudam nesse sentido.
Para que a adubação potássica seja bem-sucedida, o agricultor precisa adotar práticas adequadas, como o uso de fertilizantes eficientes. Fertilizantes como o K Forte® e o BAKS®, são multinutrientes que fornecem não somente o potássio, mas também outros nutrientes: o magnésio e o manganês, no caso do K Forte®; e o enxofre, o boro e o manganês, no caso do BAKS®.
Além disso, ambos são fonte de silício, um elemento benéfico que também induz a resistência das plantas aos estresses abióticos. Assim, o agricultor consegue um manejo otimizado e eficiente!