Os baixos teores de magnésio presentes em muitos solos brasileiros ainda impõem diversos desafios para a agricultura nacional, visto que os sintomas de deficiência de magnésio podem comprometer tanto a qualidade quanto a produtividade de muitas culturas agrícolas, como a banana. Veja a seguir como os sintomas de deficiência de magnésio na banana se manifestam nessa cultura e como evitá-los através da adoção do bom manejo do magnésio no solo!
A relação entre o magnésio e a cultura da banana
No Brasil, muitos estados ainda enfrentam diversos desafios para lidar com os baixos teores de magnésio presentes no solo. Esse é o caso, por exemplo, de mais da metade dos solos do estado do Amazonas, que possuem teores baixos ou muito baixos desse nutriente.
Essa constatação, feita pelos pesquisadores Adônis Moreira e Nand Kumar Fageria no artigo Repartição e remobilização de nutrientes na bananeira, revelam que cada vez mais o magnésio pode se tornar um fator limitante para produção da banana.
Isso porque esse nutriente participa ativamente do metabolismo e diversas outras funções fisiológicas essenciais das plantas, que podem ter um grande impacto na qualidade e produtividade agrícola.
Plantas de banana deficientes em magnésio tendem a ter o seu processo fotossintético comprometido, uma vez que o magnésio participa como átomo central da molécula de clorofila e está envolvido com a formação das moléculas responsáveis pelo armazenamento de energia nas plantas, denominadas trifosfato de adenosina (ATP).
Visualmente, esse comprometimento do aparato fotossintético da planta se manifesta com o amarelecimento da parte interna do limbo foliar das folhas mais velhas, enquanto a nervura central e os bordos foliares permanecem verdes.
Manchas roxa-azuladas também podem surgir na face inferior dos pecíolos da base das nervuras centrais da banana. Entretanto, esse sintoma de deficiência de magnésio da banana está mais associado ao desequilíbrio de nutrientes no solo, em especial da relação magnésio e potássio, causando o conhecido “azul da bananeira”.
Além das folhas e pecíolos, outras partes da banana também podem indicar condições de deficiência de magnésio.
Algumas cultivares, como a “Poyo”, podem apresentar um sistema radicular deficiente e até mesmo apodrecido na ausência de teores adequados de magnésio no solo. É o que afirmam os pesquisadores Martin-Prével & Charpentier, no artigo Sintomas de carência em seis elementos minerais na bananeira.
Os frutos da banana também são outra região muito afetada pelos sintomas de deficiência de magnésio, já que o esse nutriente está intimamente ligado com o transporte de fotoassimilados das plantas. Dessa forma, baixos teores de magnésio geralmente levam a formação de cachos:
- Raquíticos e deformados;
- Maturação irregular;
- Polpa mole, viscosa e de sabor desagradável.
Tendo em vista que esses diferentes sintomas de deficiência de magnésio na banana não afetam somente a estrutura vegetativa da planta, mas como também o seu principal produto comercial, é imprescindível adotar boas práticas de adubação com magnésio na banana.
Como evitar a deficiência de magnésio na banana
No campo, uma das práticas de manejo que mais levam a manifestação dos sintomas de deficiência de magnésio é o desequilíbrio de nutrientes no solo.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o manejo inadequado da calagem, da gessagem e da adubação no Brasil estão entre os principais fatores que têm acentuado as limitações que a ausência de teores adequados de magnésio no solo impõe nas lavouras.
Isso acontece porque pode ser estabelecida no solo uma condição conhecida como inibição competitiva, em que a presença excessiva de um ou mais nutrientes pode reduzir a disponibilidade dos outros.
É o que ocorre, por exemplo, quando a relação entre o magnésio e o potássio trocável do solo não é adequada. Resultando, assim, no sintoma conhecido como “azul da bananeira”, que é frequentemente associado a decréscimos significativos no rendimento da banana.
O efeito de antagonismo entre os nutrientes pode afetar a nutrição e a produtividade da lavoura.
Para evitar essa condição, é recomendado que o agricultor utilize métodos de análise do solo mais adequados para cada nutriente, a fim de se alcançar uma recomendação assertiva dos diferentes corretivos e fertilizantes a serem utilizados.
No estudo Fertirrigação em bananeira, os pesquisadores William Natale e Maria Geralda Vilela Rodrigues recomendam que seja mantida uma relação entre cálcio, magnésio e potássio no solo em uma proporção de 5:4:1 a 6:3:1 para o bom desenvolvimento da bananeira.
Além disso, também é possível favorecer o equilíbrio de nutrientes no solo e a disponibilidade de magnésio com a escolha do fertilizante, já que eles afetam a dinâmica nutrientes na solução do solo.
Normalmente, quanto mais próximas forem as taxas de liberação do fertilizante e de absorção de magnésio pelas plantas e quanto maior for o tempo de permanência desse nutriente na região da rizosfera vegetal, melhor poderá ser o aproveitamento do magnésio pela banana.
Sendo essa característica encontrada, por exemplo, em fontes de magnésio de liberação progressiva e com longo efeito residual, como o K Forte®.
O magnésio é indispensável para produção de bananas de qualidade
Tendo em vista que os sintomas de deficiência de magnésio na banana afetam tanto a planta quanto os frutos, o uso de boas práticas de correção e adubação do solo são indispensáveis para sustentar uma produção de bananas de qualidade.
Para isso, é recomendado que o agricultor busque sempre pela manutenção do equilíbrio de nutrientes no solo e a boa disponibilidade de magnésio para as plantas, através do uso dos métodos de análise de solo e a escolha dos fertilizantes mais adequados para a sua lavoura!
