A Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) emitiu uma atualização impactante e que é destaque nas notícias agrícolas da semana: o El Niño fez um retorno oficial, e as análises indicam uma probabilidade de 95% de que esse fenômeno climático de intensidade marcante se mantenha de dezembro a fevereiro de 2024.
Tais condições podem ter um impacto direto sobre a futura safra de grãos do Brasil, e a comunidade agrícola está atenta às recentes informações fornecidas pelo NOAA.
De acordo com os especialistas, há maior confiança de que o evento El Niño será robusto desta vez, considerando os desenvolvimentos mais recentes. Esse tipo de El Niño, com intensidade acentuada e conhecido como Super El Niño, ocorre quando a temperatura da superfície do Oceano Pacífico atinge ou ultrapassa 1,5°C.
O NOAA aponta para vários fatores que contribuíram para a estimativa de 95% de continuidade do fenômeno até o início do próximo ano. Eles enfatizam que o Pacífico tropical centro-leste está apresentando temperaturas notavelmente elevadas.
Especificamente, o Índice Niño-3.4, que é uma medida crucial para monitorar o El Niño, registrou uma temperatura média da superfície do mar na região Niño-3.4, localizada no centro-leste do Pacífico tropical, que ficou 1,0°C acima da média histórica para o mês de julho. Essa informação é baseada nos dados mais confiáveis à disposição.
Além disso, o Índice Niño Oceânico, que é uma média de três meses do Índice Niño-3.4, revelou um aumento de 0,8°C em relação à média de longo prazo durante o período de maio a julho. Esse é o segundo período consecutivo de três meses com valores acima do limite do El Niño de 0,5°C.
Probabilidades do El Niño para o Índice Niño 3.4 (Fonte: NOAA)
O anúncio da NOAA chega em um momento crucial, a apenas um mês antes do início do plantio no estado do Paraná. Essa atualização intensifica as preocupações de todo o setor produtivo em relação à próxima safra de grãos no Brasil.
De acordo com especialistas entrevistados pelo portal Notícias Agrícolas, o fenômeno deste ano apresenta particularidades distintas em relação aos eventos de 1982-1983 e 1997-1998. Isso ocorre porque, além do El Niño, outros fatores estão contribuindo para o aquecimento das águas em diversas regiões do mundo.
Os meteorologistas alertam que os efeitos provavelmente se intensificarão a partir de agora, sobretudo no Sul do Brasil. Os mapas indicam precipitações acima da média, juntamente com temperaturas mais elevadas. Essa tendência deve se fortalecer especialmente na primavera.
Além do impacto na safra de grãos, outros setores, como café, hortifrutis e citros, também estão em alerta. Esses setores tiveram resultados desfavoráveis durante os últimos três anos de La Niña. Com o retorno da estação chuvosa, a preocupação agora também envolve as altas temperaturas, que podem afetar as áreas de produção.
No Centro-Norte do Brasil, a principal apreensão está relacionada à diminuição da precipitação. Conforme o previsto, o El Niño poderá reduzir o volume de chuvas nessas áreas, tendo impactos significativos nas áreas rurais e no abastecimento de água.
Estar atento às notícias agrícolas que falam sobre o clima e tomar medidas de prevenção é essencial
Tendo em vista esse cenário, é essencial que os agricultores estejam atentos às notícias agrícolas e às previsões meteorológicas atualizadas, além de buscar orientações técnicas especializadas para tomar as melhores decisões em relação ao manejo de suas plantações.
Também é importante acompanhar as recomendações de plantio, investir em práticas de conservação do solo e utilizar sistemas de irrigação eficientes são algumas medidas que podem ajudar a minimizar os possíveis impactos negativos do El Niño na produção agrícola.
Outra ação que pode ajudar o agricultor a se prevenir dos efeitos negativos do El Niño na atividade agrícola é o uso de fertilizantes adequados, menos suscetíveis à lixiviação e que ajudem as plantas a lidar com possíveis estresses abióticos, também é muito importante.
Assim, estar preparado e informado é fundamental para enfrentar os desafios que o El Niño e outros fenômenos climáticos podem impor à agricultura, visando garantir a sustentabilidade e a produtividade do setor.
