A deficiência de manganês no algodão pode se tornar um grande problema para os agricultores, já que algumas pesquisas indicam que o algodoeiro absorve o manganês praticamente durante todo o ciclo da cultura. Descubra, a seguir, como identificar e evitar a deficiência de manganês no algodão!
O que a falta de manganês pode causar no algodão?
A falta de teores adequados de manganês no solo pode se tornar um fator limitante para o crescimento e produtividade do algodão, uma vez que esse micronutriente está envolvido com diversas funções metabólicas vitais das plantas, tais como:
- A síntese de proteínas, carboidratos e lipídeos;
- O funcionamento dos cloroplastos;
- A divisão e extensão celular;
- O processo de fotossíntese;
- O processo de respiração;
- A ativação enzimática;
- A fotólise da água.
Plantas de algodão sob deficiência de manganês geralmente apresentam regiões amareladas entre as nervuras e nas bordas das folhas mais novas, acompanhadas pelo encurvamento e enrugamento do limbo foliar para baixo.
Vale destacar que esse último sintoma da deficiência de manganês no algodão é uma importante característica que permite diferenciar os sintomas de deficiência de manganês e zinco na cultura.
Além disso, outros estudos relatam a ocorrência de entrenós mais curtos, queda de folhas, redução na altura das plantas e um menor número de maçãs em plantas de algodão deficientes em manganês.
É o que escrevem os pesquisadores Ciro Antônio Rosolem e Gustavo Bernardes Bastos, no artigo Deficiências minerais no cultivar de algodão IAC-22.
É importante ressaltar também que os sintomas de deficiência de manganês no algodão podem se tornar ainda mais pronunciados na época de florescimento da cultura. Isso porque é nessa época em que há a maior velocidade de absorção do manganês pelo algodão.
Segundo um estudo conduzido por Nelson Machado da Silva, no período de florescimento do algodão os teores adequados de manganês na matéria seca de folhas de algodoeiro podem chegar a 300mg/kg.
É o que ele e outros pesquisadores ressaltaram, no arquivo do agrônomo nº 8 da POTAFOS Seja o doutor do seu algodoeiro.
Como, então, corrigir a deficiência de manganês no algodão?
Como evitar e corrigir a deficiência de manganês no algodão?
Para melhorar a disponibilidade de manganês para as plantas, o agricultor deve recorrer a métodos de correção e adubação do solo buscando
Cabendo aqui ressaltar a importância da identificação dos sintomas de deficiência de manganês no algodão através da diagnose visual das plantas e do uso dos métodos adequados de análise de análise de solos e foliares.
A correção do solo é uma ferramenta muito importante a ser usada pelo agricultor, já que o algodão apresenta baixa tolerância à acidez do solo e o pH do solo exerce uma influência muito grande sobre a disponibilidade do manganês.
Entretanto, vale destacar que quando a correção do solo não é feita de forma adequada e se estabelece uma condição de supercalagem, a disponibilidade de manganês no solo pode ser diminuída drasticamente.
Estima-se que, para cada unidade de pH aumentada, a disponibilidade de manganês e de alguns outros nutrientes cai em 100 vezes. Por isso, é importante que a correção do solo sempre seja feita seguindo os critérios técnicos estabelecidos pelos profissionais da área.
Além do pH do solo, outros fatores como compactação e a baixa atividade microbiológica também podem prejudicar a disponibilidade de manganês para as plantas. Sendo nesse caso, importante adotar práticas de manejo que favoreçam a qualidade física, química e biológica do solo.
Para melhoria da qualidade física do solo, por exemplo, recomenda-se a redução do tráfego de cargas nas lavouras e da mobilização do solo durante o seu preparo. Enquanto que para a melhoria da qualidade biológica do solo recomenda-se incrementar o teor de matéria orgânica do solo e reduzir o uso excessivo de insumos agrícolas com efeito biocida.
Os microrganismos benéficos além de atuarem em processos de ciclagem e disponibilização de nutrientes no solo, promovem diversos outros benefícios para as plantas.
A adoção do uso de fontes de manganês nos programas de adubação do algodão também é outra prática muito importante para melhorar a disponibilidade de manganês para as plantas.
Estudos indicam que, para cada tonelada de algodão em caroço, são acumulados cerca de 52 g a 92 g de manganês. Já para produção de algodão em pluma, esses valores podem alcançar até 729 g/ha para uma produtividade de até 2.725 kg/ha.
É o que observaram Ian J. Rochester e outros pesquisadores, no artigo Nutrient uptake and export from an Australian cotton field.
Por isso, é muito importante considerar a escolha adequada de fontes de manganês para atender as demandas nutricionais do algodão ao longo do seu ciclo produtivo.
Tendo em vista que a absorção de manganês é distribuída ao longo do ciclo produtivo dessa cultura, recomenda-se principalmente o uso de fertilizantes multinutrientes de liberação progressiva e como longo efeito residual.
Isso porque essas duas características encontradas em alguns fertilizantes são capazes de prolongar todos os benefícios que a fonte de nutrientes pode proporcionar a longo prazo, ao ajustar a liberação dos nutrientes às necessidades das plantas ao longo do seu ciclo e ainda reduzir as perdas no sistema solo-planta-atmosfera.
Assim, o uso conjunto de práticas de correção a adubação do solo associados a outras boas práticas agrícolas podem favorecer a disponibilidade de manganês para as plantas e evitar os sintomas de deficiência de manganês no algodão.
O manejo adequado do manganês é muito importante para a cultura do algodão
Em resumo, podemos perceber que é o manejo adequado do manganês é muito importante para a cultura do algodão, uma vez que os sintomas de deficiência desse micronutriente podem afetar tanto o crescimento quanto a produtividade dessa cultura.
Portanto, recomenda-se que o agricultor adote o uso de corretivos e boas fontes de manganês para adubação da sua lavoura a fim de se evitar os impactos negativos da deficiência de manganês no algodão!
