Boro no milho: importância e dicas para um manejo eficiente

Boro no milho: importância e dicas para um manejo eficiente

Repostas positivas da adubação com boro no milho vêm sendo observadas em vários estudos conduzidos nos últimos anos, reforçando a importância que esse micronutriente tem na agricultura. Conheça mais sobre as funções do boro no milho e saiba como fazer um manejo eficiente desse micronutriente no campo!

Qual importância do boro na cultura do milho?

Pesquisas indicam que a aplicação de boro nas lavouras vêm trazendo muitos resultados positivos para diversas culturas agrícolas, a exemplo do milho.

Quando plantas de milho recebem doses adequadas de boro, elas podem ter a produção de matéria seca da parte aérea e das raízes, bem como o comprimento das mesmas, favorecidos pela aplicação desse micronutriente.

Assim, isso favorece não apenas a produção de silagem, quando esta é a finalidade da cultura, mas também facilita o acesso das plantas à água e nutrientes distribuídos pelo perfil do solo.

É o que observou o pesquisador Jean Antônio Berlezi, no artigo Interferência da aplicação de boro na produtividade do milho silagem e na produção de leite.

Ele explica que esse incremento da produção de biomassa é resultado das diversas funções que o boro desempenha no metabolismo da planta, em especial na síntese da parede celular e manutenção da integridade da membrana celular.

Além disso, nesse estudo também foi observado que a aplicação de boro incrementou a massa da espiga de milho em até 61,66g, em comparação à adubação padrão do agricultor.

Segundo o pesquisador Jean Antônio, quando plantas de milho estão expostas a concentrações ideais de boro para o seu desenvolvimento, elas conseguem metabolizar açúcares com menor gasto energético e maior eficiência.

Condição essa que leva a maiores translocações de açúcares para enchimento de grãos e ganhos produtivos, resultando em espigas mais pesadas e em alimentos de maior qualidade para os animais.

Outros estudos também mostram que a aplicação de boro no sulco de semeadura  exerce influência sobre o número de grãos por fileira da espiga (NGF), que também favorece a produtividade do milho.

É o que observaram Durval Dourado Neto e outros pesquisadores, no artigo Efeito de boro e nitrogênio na cultura do milho.

Tendo em vista esses diferentes benefícios do boro no milho, quando esse micronutriente deve ser incluído nos programas de adubação?

Quando aplicar boro no milho?

A melhor forma de avaliar quando aplicar boro no milho é através da realização periódica de análises do solo e foliares das plantas. Mas, de forma geral, os solos brasileiros já são pobres em micronutrientes, principalmente em boro, cobre e zinco.

O nível crítico de boro em folhas de milho, por exemplo, normalmente se situa entre 10 a 20 ppm e pode variar conforme os híbridos ou variedades, as populações de plantas, as técnicas de amostragem e as próprias diferenças ambientais.

Além disso, complementarmente, também podem ser verificadas a presença de sintomas de deficiência de boro no milho, que incluem:

  • Folíolos das folhas novas deformados, enrugados, grossos e com cor verde azulado escuro;
  • Crescimento anormal e lento dos pontos de crescimento apical e dos entrenós;
  • Espigas pequenas, disformes, com falhas nas fileiras e grãos deformados;
  • Diminuição do crescimento de novas brotações e raízes;
  • Folhas novas frágeis com riscas brancas pequenas;
  • Inibição ou restrição da formação de flores;
  • Morte do ponto de crescimento.

Uma vez confirmada a necessidade de adubação com boro no milho, o agricultor deve proceder para o preparo adequado do seu solo. Isso porque condições de baixa umidade e variações extremas de pH podem comprometer a disponibilidade desse micronutriente para as plantas.

Também é importante se atentar no momento da escolha da fonte de boro mais adequada, uma vez que esse micronutriente pode ser facilmente perdido para as camadas mais profundas do solo, através do processo de lixiviação.

Para minimizar os efeitos da lixiviação do boro no solo, por exemplo, é recomendado que o agricultor procure por fertilizantes de liberação progressiva e com longo efeito residual.

Além disso, como a inclusão do boro em compostos formulados é muito comum, é importante que agricultor busque por aqueles capazes de uma mistura homogênea e de mesma granulometria de todos nutrientes. Isso para evitar os problemas que a segregação de nutrientes pode causar no campo.

Por fim, os cuidados com a adubação não devem ficar restritos ao boro e sim contemplar todos os demais nutrientes aplicados na lavoura, já que algumas interações estabelecidas entre os nutrientes podem prejudicar a disponibilidade desse micronutriente.

No artigo Efeito de boro e nitrogênio na cultura do milho, por exemplo. Durval Dourado Neto e outros pesquisadores observaram que a adubação nitrogenada em excesso pode potencializar os efeitos negativos da toxicidade de boro nas plantas.

Na nutrição das culturas, os nutrientes estão propensos a interações que podem beneficiar ou prejudicar sua absorção pela planta.

Sendo assim, a nutrição equilibrada das plantas acompanhadas de outras boas práticas de correção e adubação do solo são essenciais para o manejo eficiente do boro no milho.

O manejo eficiente da adubação com boro no milho deve sempre ser acompanhada de outras boas práticas

Em resumo, podemos perceber que a adubação com boro no milho pode trazer diversos benefícios para a cultura, incluindo o incremento da produção de biomassa e da produção de grãos.

Por isso, é importante garantir o manejo eficiente desse micronutriente no campo buscando fazer o preparo adequado do solo e a aplicação de fontes apropriadas de boro, priorizando o equilíbrio nutricional na lavoura!

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