As condições climáticas adversas no Canal do Panamá têm impactado significativamente o tráfego marítimo desde o ano passado. E nessa semana a severa seca local, derivada do fenômeno El Niño, foi destaque nas notícias agrícolas
Além da redução dos índices pluviométricos, a falta de chuvas restringiu a passagem de navios na região.
Vale destacar que essa rota, responsável por cerca de 10% do comércio global, é crucial para o abastecimento de importantes mercados, incluindo China e Estados Unidos.
Todavia, a situação atual no Canal do Panamá pode ser uma oportunidade para o Brasil ganhar espaço no mercado de grãos Estados Unidos.
Isso porque os navios brasileiros não se utilizem dessa rota, proporcionando ao país a chance de assumir parte desse mercado.
Cabe ressaltar que, devido à escassez de água e às limitações, os navios enfrentam atrasos superiores a três semanas para atravessar o Canal.
Diante desse cenário, a alternativa mais viável tem sido contornar o Sul da África, uma rota já familiar aos navios brasileiros, ou utilizar o Canal de Suez. No entanto, os conflitos e ataques na região tornam essa segunda opção mais dispendiosa, demorada e menos viável.
Em análise publicada no portal Notícias Agrícolas, o analista Vlamir Brandalizze destaca:
“Neste período normalmente sai muita soja pra China dos Estados Unidos, sai muito milho dos Estados Unidos e os maiores compradores do milho americano são o México, que está do lado, aí vem Japão, Coreia do Sul e China, todos grandes importadores com grandes volumes, milhões de toneladas são para esses destinos.”
Vlamir aponta como isso pode favorecer o mercado de grãos brasileiro: “E com esse cenário fica mais vantajoso comprar do Brasil por conta do frete, o que segura os prêmios mais positivos aqui.”
Ele explica ainda que, para os compradores de grãos, o valor final do produto, somando a origem e o frete, é crucial.
Essa dinâmica favorece o Brasil, que apresenta uma logística mais ágil, garantindo uma vantagem de pelo menos duas a três semanas no transporte em comparação com os Estados Unidos.
Os números de exportação de janeiro já indicam que o Brasil está capitalizando essa vantagem sobre os americanos.
Para o milho, a projeção inicial era de menos de 3 milhões de toneladas em janeiro, mas dados da Secex revelam que o Brasil já exportou mais de 3,7 milhões de toneladas de milho. E, segundo Brandalizze, ele esse número pode aumentar:
“A expectativa é que possa ficar entre 4,5 ou 5 milhões no mês. Isso é reflexo de navios que eram para ir para os Estados Unidos que estão atracando e carregando no Brasil e vai continuar, mês de fevereiro vai continuar embarcando e vai começar embarcar fortemente também a soja.”
O analista conclui: “Está levando essa vantagem e já não carrega tanto nos Estados Unidos, os embarques por lá estão menores.”
Situação no Canal do Panamá pode levar a um colapso logístico?
A seca na região do Canal do Panamá levou a administração da passagem marítima a adotar medidas para minimizar os impactos.
Todavia, mesmo assim os prejuízos devem chegar ao equivalente a R$ 3,4 bilhões. Além disso, algumas empresas têm optado por utilizar linhas férreas no transporte de cargas.
No entanto, os problemas no Panamá, somados aos graves entraves no Canal de Suez, têm contribuído para o aumento nos custos de frete e gerado preocupações quanto a um possível colapso na logística global.
Vale notar que, no Canal de Suez, a situação é ainda mais complexa, já que é responsável por uma parcela significativa da economia global, sendo a principal rota de escoamento de bens de consumo da Ásia para a Europa.
Assim, é importante observar e acompanhar as notícias agrícolas sobre essas situações e quais serão os seus reflexos no mercado agrícola mundial.
Acompanhar as notícias agrícolas e otimizar o manejo pode fazer a diferença
Tendo em vista essa oportunidade para o mercado de grãos brasileiro, é essencial que o agricultor esteja atento para otimizar as suas lavouras, tanto em termos de produtividade quanto em termos de qualidade.
Vale destacar que, quando se trata de exportações, a qualidade é um parâmetro muito importante.
Também cabe ressaltar que a situação do Canal do Panamá é uma consequência do El Niño e das mudanças climáticas que têm afetado cada vez mais a atividade agrícola no Brasil e no mundo.
Por isso, é essencial acompanhar regularmente as notícias agrícolas e previsões climáticas. Assim, o agricultor pode estar melhor preparado para tomar medidas para mitigar eventuais prejuízos que o clima pode causar.
São fenômenos como ondas de calor ou outras variações climáticas, como excessos de chuva, tenham tanto impacto na lavoura de grãos como a soja, o milho e também outras culturas.
Assim, é crucial trabalhar na implementação e manutenção adequadas de sistemas de irrigação eficientes, e também der uso de fertilizantes mais eficazes e que ajudem na melhoria da qualidade do solo.
Vale notar que o manejo com nutrientes e elementos benéficos que ajudem as plantas a lidarem com estresses hídricos, como o potássio e o silício, é uma estratégia de prevenção e mitigação de danos eficaz.
Por sua vez, fertilizantes que não sejam suscetíveis ao fenômeno da lixiviação podem ser a chave para o sucesso manejo nutricional mesmo em situações em que ocorre um excesso de chuvas.
Já para ajudar a melhorar a produtividade da lavoura, é essencial que o agricultor utilize fertilizantes mais completos e que tragam mais vantagens para o manejo, como tecnologias que otimizem a nutrição.
Dessa maneira, o agricultor possibilita que a lavoura tenha melhores condições para alcançar melhores produtividades, com mais qualidade e rentabilidade.