Perspectivas Para O Mercado De Potássio Em 2021

Perspectivas para o mercado de potássio em 2021

Com o mercado do potássio em alta, o agricultor brasileiro está ficando cada vez mais sem novas alternativas para ter um negócio sustentável. Para falar sobre as expectativas para o preço do potássio nos próximos meses, grandes especialistas do mercado de fertilizantes participaram do Encontro com Gigantes do dia 22 de fevereiro.

Magnus Berge, diretor executivo da Acerto Limited e Carlos Florence, diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubo (AMA Brasil) participaram do evento promovido pela Verde, empresa que produz os fertilizantes multinutrientes BAKS, K Forte®, K Forte Boro e Silício Forte, no dia 22 de fevereiro de 2021.

Você pode conferir a conversa, mediada por Cristiano Veloso, na íntegra pelo link:

A dinâmica do mercado mundial de potássio

O potássio é uma das commodities mais estratégicas do mundo, com uma dinâmica única de mercado. O fato de o insumo ainda ser controlado pelo grande oligopólio formado pelo Canadá, Rússia e Bielorrússia tem forte influência na cotação potássio, conforme evidenciado por Cristiano Veloso:

“A prisão do presidente da Uralkali em 2014, na Bielorrússia, fez com que a empresa rompesse relações com o país, passando a comercializar o potássio em seu preço mais baixo e impactando fortemente o mercado.”

Quando observada essa dinâmica, o último recorde de preços se deu entre 2007 e 2009 com a sua alta no mercado mundial, atingindo o patamar dos U$ 1200,00. Magnus Berge ponderou que, apesar de esperar um aumento do preço durante os próximos meses, não considera a possibilidade desse histórico recorde se concretizar novamente num futuro próximo:

“Isso se deve principalmente pela relação de trocas entre o NPK 0-18-18 e o MOP ter caído muito nos últimos dois anos.”

Esse aumento de preço, esperado tanto Magnus por quanto por Carlos Florence, tem suas origens em 2019 com a queda significativa da demanda até o primeiro semestre de 2020. Isso permitiu a criação de uma grande lacuna entre o potássio e o MAP, que tenderá a diminuir com a recente assinatura de contratos de longo prazo na China e na Índia.

Ainda assim, essa alta nos preços esperada para os próximos meses e a própria volatilidade do câmbio do real tem gerado um cenário de insegurança para a Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil. Para evitar problemas futuros, Carlos Florence recomenda que as empresas misturadoras busquem ficar com dívidas em reais e não em câmbio aberto.

Para os agricultores, Magnus Berge apontou que o quanto antes tomarem uma decisão estratégica e assegurarem o produto enquanto ainda está disponível, melhores podem ser os resultados a longo prazo.

E a tomada de decisão desses dois grupos continua sendo orientada pelas perspectivas de ganhos futuros, como evidenciado pelo estudo apresentado por Cristiano Veloso:

“O ganhador do prêmio Nobel Daniel Kahneman e seu colega israelense Amos Tversky, comprovaram cientificamente que o ser humano se expõe a um risco maior desde que ele possa ter um ganho maior lá na frente, fazendo isso de forma subconsciente.”

Desenhado esse cenário da dinâmica do mercado atual dos fertilizantes potássicos, o que o pode mudá-lo no futuro?

O futuro dos fertilizantes potássicos

Assim como os agricultores em 2008 protagonizaram a mudança do setor no cenário em que as commodities agrícolas estavam com preços recordes, um novo grupo influente vem despontando para mudar a dinâmica do setor.

Esse novo grupo possui o poder de influência dos consumidores finais, buscando produções cada vez mais sustentáveis. Esse desejo acaba acelerando os estudos e o desenvolvimento de novas tecnologias que serão substitutas à commodity convencional do Cloreto de Potássio.

Essa tendência já pode ser observada com o relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no final do ano de 2020. Segundo Cristiano Veloso, é destacada a importância da biodiversidade do solo, fato este que coloca a atual fonte convencional de potássio em discussão:

“As pesquisas nos Estados Unidos mostram que 1 Kg de Cloreto de Potássio é equivalente a 8 litros de água sanitária, quando levada em consideração o seu impacto na microbiota do solo. Quando consideramos que no mundo são utilizados 60 milhões de toneladas de KCl, isso gera um impacto muito grande.”

O investimento nessas novas alternativas de nutrição agrícola, com novas matérias primas é importante, uma vez que nos últimos 50 anos houve poucas mudanças nas opções que o agricultor tem à sua disposição. Carlos Florence reforça essa percepção, dizendo que o que mudou foram as concentrações das formulações, mas as matérias-primas continuaram sendo as mesmas.

Já Magnus Berge aponta que as mudanças no setor não serão protagonizadas apenas por novas tecnologias agregadas aos fertilizantes, mas também através da criação de novas leis e mudanças da legislação que otimizarão a dinâmica do setor.

2021: um ano de transição para o setor de fertilizantes

Mesmo assim, tais mudanças são perspectivas para o médio e longo prazo do setor de fertilizantes. Até lá Carlos Florence aconselha que os produtores devem ter em mente sempre seus bens tangíveis e buscar operar com valores confortáveis. E, segundo Cristiano Veloso, 2021 vem se despontando como um ano que marcará essa transição do setor:

“2021 vai ser um ano emblemático nessa grande transição global da fonte convencional rica em cloro, que se apresenta como um problema para biodiversidade do solo. Veremos o surgimento de fontes inovadoras, como o Siltito Glauconítico, que passam a ser a solução para os problemas que o planeta começa a enfrentar.”

Para ficar por dentro das tendências de transformação do mercado de fertilizantes, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!

Não perca os próximos eventos. Confira toda a programação do Encontro com Gigantes e faça sua inscrição pelo link: https://www.kforte.com.br/encontrocomgigantes/

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