Mesmo o Brasil tendo o maior rebanho bovino do mundo e sendo o maior exportador de carne bovina mundial, estima-se que cerca de 80% das pastagens encontram-se em com algum estado de degradação. Essa realidade apenas revela o potencial que a atividade da pecuária extensiva no país tem para alcançar. Mas, quais são as estratégias de sucesso para manejo de pastagens?
Para falar sobre o assunto, a Verde convidou a Zootecnista e Mestre em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP Campus de Jaboticabal), Hanay Doreto, para o “Encontro com Gigantes – Estratégias de sucesso no manejo de pastagens”.
O evento foi promovido pela Verde, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte® e Silício Forte, no dia 11 de novembro de 2021.
Você pode conferir a conversa, mediada por Rafael Bittencourt, na íntegra pelo link:
Os fatores que condicionam o processo de degradação das pastagens no Brasil
O Brasil tem aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens. Entretanto, pelo menos metade dessas áreas são muito pouco produtivas ou até mesmo improdutivas.
Hanay Doreto explica que parte dessa realidade é atribuída a história da atividade pecuária no país:
“A pecuária começou como uma atividade extrativista, mas chegamos num ponto em que a atividade não é mais lucrativa se ela é conduzida dessa forma. Já que o que verdadeiramente degrada a pastagem é a falta da gestão estratégica e da adoção de boas práticas de manejo, e não o boi.”
Normalmente, o problema de degradação de pastagens começa a ser identificado pelos pecuaristas por meio da redução da taxa de lotação nas áreas produtivas ou mesmo por animais apresentando baixos índices zootécnicos.
Porém, Hanay Doreto destacou que o verdadeiro problema está relacionado, na realidade, com a falta de conhecimento dos pastos e das espécies forrageiras implantadas, assim como o pouco conhecimento acerca do nível de degradação das pastagens.
Isso acaba levando a condução precária do manejo das pastagens no país, sem a adoção de práticas agrícolas anuais como a adubação, por exemplo.
Segundo os dados apresentados pela palestrante, em 2015, apenas 1,57% das entregas de fertilizantes NPK foram destinadas às pastagens, enquanto a soja, o milho, a cana-de-açúcar e o café, representaram juntos mais de 75%.
“É preciso entender que manejo não é só para o produtor que tem mil hectares e exporta, é para qualquer pessoa que tenha pastagem. Se você olha para o seu pasto assim como o agricultor olha para a lavoura, vê que é necessário fazer práticas agrícolas todos os anos para também diminuir os custos de manejo. Isso porque nós precisamos de muito mais operações de formação do que a manutenção”, pontua Hanay.
Então, quais são os primeiros passos para ter sucesso no manejo de pastagens e recuperar áreas degradadas?
A recuperação da produtividade das pastagens através das boas práticas de manejo
A recuperação da produtividade das pastagens começa com o diagnóstico da propriedade.
Hanay Doreto explica que é através dele que o pecuarista vai conseguir entender os seus objetivos e por onde começar, ao avaliar:
- Localização e histórico da área;
- Estrutura de implementos;
- Sistema de produção;
- Análise do solo;
- Mão de obra.
A partir desse ponto, será possível entender qual a melhor alternativa para recuperar a pastagem, seja através da reforma ou manutenção do pasto, ou mesmo com a sua inserção em sistemas de produção integrados ou consorciados.
Independentemente da escolha, Hanay Doreto ressaltou que a finalidade das boas práticas de manejo das pastagens é uma só:
“Quando pensamos em boas práticas de manejo de pastagens, estamos falando principalmente de não deixar a nossa forrageira perder o seu vigor produtivo. Então precisamos trabalhar com a manutenção da fertilidade do solo, porque é isso que vai garantir a perenidade dessa pastagem na área.”
Uma pastagem de qualidade bem formada não tem espaço para muitos problemas, como plantas invasoras e erosão, e proporciona benefícios que vão desde o aumento da taxa de lotação à maior rentabilidade da atividade.
Entretanto, para alcançá-los o pecuarista deve acompanhar constantemente a sua área.
O acompanhamento do sistema de produção pode fazer a diferença para o sucesso no manejo de pastagens
Hanay Doreto destaca que o pecuarista deve estar constantemente acompanhando o seu sistema de produção, para sempre ser capaz de tomar a melhor tomada de decisão quanto ao planejamento. Para isso é preciso estar atento aos seguintes pontos:
- Categoria animal que a pastagem será destinada;
- Altura de entrada e saída dos animais;
- Escolha da forrageira mais adaptada;
- Momento para descanso da pastagem;
- Adubação de manutenção;
- Ajuste na taxa de lotação.
“A altura ideal de entrada e saída dos animais, por exemplo, vai variar de acordo com a espécie forrageira. Para o braquiarão, a altura de entrada será de 30cm e de saída 15 cm, enquanto para o mombaça, a altura de entrada será em média de 90cm e de saída 45 cm.”
Concluindo, Hanay Doreto destacou o papel das novas tecnologias para otimização das adubações, principalmente de nutrientes como o nitrogênio, e ressaltou a importância de sempre cultivar um grande respeito pela área a ser trabalhada.
Para entender mais sobre estratégias de sucesso no manejo de pastagens, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!
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