O crédito é um dos insumos mais importantes para a produção agrícola, já que é através dele que o produtor tem acesso às tecnologias, às soluções e aos insumos que vai utilizar para plantar e colher a lavoura.
Assim, o agricultor muitas vezes se vê diante de perguntas como: qual a situação do crédito no agro diante das crises atuais? Como se atualizar em relação aos assuntos financeiros para se manter no mercado? Quais são os passos que é preciso tomar daqui em diante?
Para discutir sobre esses questionamentos, Jonatas Couri, Marina Fusco Piccini e Renato de Souza Barros Frascino, especialistas na área de crédito para o agronegócio, se reuniram em um evento online gratuito.
A conversa ocorreu durante o evento “Encontro com Gigantes – Crédito no Agro: O que Muda no Cenário Atual”. O debate foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz o fertilizante K Forte® , no dia 30 de abril de 2020.
Sob a mediação do fundador e CEO da Verde Agritech, Cristiano Veloso, os palestrantes conversaram sobre as mudanças recentes no aspecto financeiro do agronegócio e não somente o produtor, mas também o mercado, devem reagir diante delas.
Os palestrantes chamaram a atenção dos efeitos provocados pela crise do Covid-19, que tem efeitos não somente na área da saúde, mas também social e política.
Jonatas Couri, sócio-fundador da LEAF Capital, avalia: “A gente não tem só uma crise sanitária e de sáude, a gente tem incertezas. Essas incertezas fazem com que os investidores busquem opções mais seguras.”
Renato Frascino, diretor da Gaia Agro Securitizadora S.A., explicou que, embora se tenha a percepção de que o agronegócio é sempre um negócio de alto risco, em meio à crise, ele é um dos setores que vem se mantendo estável, já que é essencial para a sociedade. Para ele é preciso mostrar aos investidores esse aspecto.
Uma mudança importante nesse sentido, é a lei 13986 de 2020, conhecida como Lei do Agro. Para Marina Picinni, fundadora da AgroSchool, a lei, que autoriza a renegociação das dívidas de produtores rurais e moderniza as bases legais de instrumentos de créditos ao produtor, tem efeitos que ainda vão ser absorvidos pelo mercado:
“Existe uma curva de aprendizado, uma curva de aceitação do mercado. O mercado tem de aprender a utilizar essas melhorias [da Lei do Agro]. O ponto principal é isso: houve muitas mudanças, de curto e médio prazo, mas ainda assim com uma curva de aprendizado do mercado”, avalia ela.
Outro assunto que foi abordado durante o debate foram as mudanças nas relações entre mercado financeiro e agronegócio que vêm acontecendo.
Uma delas é a prática do barter, que em resumo é o oferecimento de parte da produção agrícola como pagamento pelo dinheiro para a produção.
Os especialistas chamam a atenção que o mercado ainda precisa absorver as especificidades que as operações de barter têm, como por exemplo a não existência de data fixa e sim referenciais – já que dependem de variáveis como a colheita da lavoura, do transporte, etc.
Outra mudança significativa é o crescimento da importância de investimentos como os green bonds ou Títulos Verdes, que são títulos emitidos para a captação de recursos para investimentos em projetos de sustentabilidade que visam a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas:
“A gente vê cada vez mais investidores cada vez mais buscando esses papéis de investimento social e ambiental. É uma tendência que veio pra ficar. Hoje é um plus a mais, mas daqui a algum tempo vai ser essencial as empresas terem esse tipo de ação para chamar a atenção dos investidores”, diz Renato Frascino.
Jonatas Couri é sócio-fundador da LEAF Capital, gestora independente de investimentos no agronegócio. Com 17 anos de experiência em mercados de commodities agrícolas, Jonatas já trabalhou em instituições como Banco do Brasil, West LB, Noble Agri, Syngenta e Ecoagro. Foi membro Associação Brasileira das Securitizadoras Imobiliárias e do Agronegócio (ABSia). Jonatas Couri é formado pela Universidade de Londres e tem especialização em Finanças.
Marina Fusco Piccini é fundadora da AgroSchool, uma empresa de treinamentos com o objetivo de explicar os termos do Agronegócio de maneira simples, fácil e bem objetiva. Marina construiu sua carreira no setor do agronegócio, onde atua desde 2003.
Já trabalhou em multinacionais, corretoras de mercado futuro e trading/esmagadora de soja, tendo conhecimentos técnicos e vivência prática nas áreas de Inteligência de Mercado, Gestão de Riscos, Trading, Planejamento Estratégico e Comercial. É formada em Administração de Empresas pela UEL e com MBA em Comércio Exterior e Relações Internacionais pela FGV.
Já Renato de Souza Barros Frascino é Diretor da Gaia Agro Securitizadora S.A. Dentro do Grupo Gaia, Renato é responsável pela originação e estruturação das operações de CRA. Com mais de 20 anos de experiência em estruturação de operações de crédito no agronegócio em mercados locais e internacionais, já trabalhou na KPMG e INTL FCSTONE.
É membro do Laboratório de Inovação Financeira sobre Finanças Verdes (subgrupo Agro) e também da Associação Brasileira das Securitizadoras Imobiliárias e do Agronegócio (ABSia). Renato se formou em Administração de Empresas pela FAAP com especialização em Agribusiness pela ESALQ/USP e pelo PENSA/FIA/USP.
A conversa com Jonatas Couri, Marina Fusco Piccini e Renato de Souza Barros Frascino pode ser vista na íntegra a seguir:
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