Por que a adubação potássica em pastagens é importante para garantir melhor rendimento animal?

Por que a adubação potássica em pastagens é importante para garantir melhor rendimento animal?

O rendimento animal é um parâmetro muito relevante na atividade pecuária, já que ele está diretamente ligado à rentabilidade do produtor. Nesse contexto, a adubação potássica em pastagens pode ser o diferencial para manter e aumentar a qualidade do rebanho. Descubra a importância da adubação potássica em pastagens e como fazê-la de maneira adequada para ter um melhor rendimento animal!

A importância do potássio para o rendimento animal

Na atividade pecuária, a nutrição animal é um fator essencial, já que ela impacta diretamente na rentabilidade do produtor. E a adubação potássica está relacionada a isso.

Isso é especialmente importante em cenários em que há uma desvalorização da arroba do boi, como a que houve no primeiro semestre de 2022: de acordo com um levantamento reportado pelo portal Notícias Agrícolas, em comparação com o primeiro semestre de 2021, a queda, descontando a inflação, foi de 4,5%.

Mas, como uma boa adubação potássica se relaciona com a rentabilidade do gado? Em primeiro lugar é preciso ter em mente que o potássio é essencial não somente para as plantas, mas também para os animais.

De acordo com Sebastião Silva, engenheiro agrônomo e autor do livro Materiais para a produção de ração, de modo geral, deficiência de potássio nos animais pode causar:

  • Diminuição de crescimento;
  • Decréscimo de eficiência alimentar;
  • Fraqueza muscular;
  • Desordens nervosas;
  • Depauperamento;
  • Rigidez;
  • Paralisia.

Além disso, em vacas em período de lactação, a falta de potássio pode provocar diminuição da ingestão de alimentos, redução do peso vivo e diminuição da produção de leite, entre outros sintomas.

Sintomas semelhantes também são relatados por Lee Russell McDowell, em seu livro Minerais para ruminantes sob pastejo em regiões tropicais, enfatizando o Brasil.

Já nas pastagens, uma das formas de alimentação dos animais na pecuária, a deficiência de potássio pode causar a redução do crescimento vegetativo e radicular, diminuição da resistência e espessura dos colmos, redução do perfilhamento, clorose e necrose nas folhas mais velhas.Sintomas de deficiência de potássio expressados em capins sob diferentes níveis nutricionais

Sintomas de deficiência de potássio expressados em capins sob diferentes níveis nutricionais.(Fonte: Motta, 2016)

Assim, é preciso que o pecuarista esteja atento para que o manejo da adubação potássica em pastagens seja feito de maneira adequada, de forma a garantir que as plantas estejam bem nutridas.

Isso porque, em consequência o gado poderá se alimentar adequadamente e terá um rendimento melhor para o produtor. Mas, como realizar esse manejo?

Como começar a pensar a adubação potássica em pastagens?

Um dos primeiros passos para realizar uma adubação potássica em pastagens que seja eficiente é realizar o preparo correto do solo.

Isso inclui a utilização de técnicas corretas para a correção do solo, como a calagem e a gessagem. A primeira realiza essencialmente a correção da acidez do solo, enquanto a segunda atua principalmente na neutralização do alumínio em profundidade, um elemento tóxico para as plantas que limita o crescimento radicular.

Dentro desse contexto, o produtor precisa estar atento também a aspectos importantes, como a relação cálcio, magnésio e potássio no solo.

Todavia, antes mesmo da correção do solo, o pecuarista precisa entender qual é o estado de fertilidade do mesmo.

Isso se faz através de ferramentas como a análise do solo. É através dela que é possível entender quais as características do seu solo e também como ele se encontra em relação aos teores de nutrientes.

Nesse contexto é preciso que o pecuarista tenha em mente que o solo contempla uma complexa dinâmica entre diferentes “reservas” de potássio no solo. E para entendê-las, é necessário conhecer os diferentes extratores utilizados nos métodos de análise de solo, para escolher aquele que mais se adeque a situação da pastagem.

Levando em conta esse conhecimento, além de outros fatores, como o efeito de sazonalidade da produção de forragens, o produtor pode tomar decisões mais assertivas na hora de pensar e executar o manejo da adubação potássica em pastagens.

Essas decisões incluem o quanto de potássio aplicar e qual o tipo de fertilizante utilizar.

Quanto aplicar e qual fertilizante utilizar na adubação potássica em pastagens

De maneira geral, quando se quer alcançar grandes produtividades em pastagens, o potássio deve corresponder a cerca de 5% da capacidade de troca catiônica (CTC) do solo em pH neutro.Recomendação geral de adubação para pastagens, considerando os teores de K-trocável no solo extraídos por resina.

Recomendação geral de adubação para pastagens, considerando os teores de K-trocável no solo extraídos por resina. (Fonte: Embrapa)

Aqui, é importante destacar que, como já vimos, essas análises precisam ser adequadas e avaliar tanto as concentrações de potássio prontamente disponíveis na solução do solo, quanto aquelas presentes na fração não-trocável do solo e nos minerais.

Isso porque as raízes das pastagens têm tempo suficiente para acessar o potássio retido na superfície e nas intercamadas dos minerais do solo.

É nesse contexto que o pecuarista pode considerar a aplicação de fontes de liberação gradual  na adubação potássica em pastagens, uma vez que esse tipo de fonte contribui para a alta performance das pastagens e propicia a correção da deficiência de potássio na área no longo prazo.

As fontes de liberação gradual de potássio são aquelas que possuem uma taxa de liberação de nutrientes que ocorre ao longo de mais tempo quando comparadas com os fertilizantes potássicos convencionais, a exemplo do Cloreto de Potássio (KCl).

Essa característica permite que se atinja um maior equilíbrio entre a taxa de liberação de nutrientes dos fertilizantes e a taxa de absorção das plantas.

Isso se mostra interessante de maneira especial para culturas que possuem um longo ciclo produtivo, como as pastagens. Dessa maneira, as fontes de liberação gradual de potássio oferecem diversos benefícios ao sistema de produção, como por exemplo:

  • Ser menos suscetíveis a sofrer perdas por lixiviação;
  • Poder reduzir custos com aplicação;
  • Manter os níveis de potássio no solo estáveis por mais tempo;
  • Poder otimizar a adubação nitrogenada;
  • Reduzir a retenção indesejada de potássio no solo.

E, além do potássio, o produtor pode pensar também na adubação com outros nutrientes, para garantir um retorno em qualidade da alimentação dos animais e, em consequência, em rentabilidade.

É o que explica o consultor especialista em formação, recuperação e intensificação de pastagens de haras e produção de feno, Rodolfo Cyrineu, em sua participação no evento Encontro com Gigantes:

A adubação adequada é fundamental para a rentabilidade do pasto e da atividade pecuária.

Dessa maneira, o pecuarista consegue otimizar o manejo e a produtividade das pastagens e fazer com que o rebanho se alimente melhor, gerando um melhor rendimento animal!

A adubação potássica é essencial para que a atividade pecuária se mantenha economicamente viável e rentável

Em síntese, a atividade pecuária está sujeita a flutuações de mercado, como por exemplo a variação do preço da arroba do boi. Por isso, o produtor precisa garantir que o manejo das pastagens seja feito de maneira adequada.

Isso porque a falta de nutrientes, como o potássio, pode fazer com que os animais percam peso e rentabilidade.

Assim, a realização de uma boa adubação potássica em pastagens, com a utilização de técnicas e fontes de potássio adequadas, é essencial para que a atividade pecuária se mantenha economicamente viável e rentável!

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