Quais são as diferenças entre fertilizante de liberação gradual e imediata?

Quais são as diferenças entre um fertilizante de liberação gradual e um de liberação imediata?

Os fertilizantes podem chegar a representar até um terço do custo operacional de culturas como a soja e o milho. Esses dados apresentados pela revista Exame revelam que é preciso buscar estratégias para reduzir os custos operacionais da lavoura e o efeito residual prolongado de nutrientes no solo é uma delas. Os fertilizantes de liberação gradual podem ser ferramenta nisso. Mas, quais são as diferenças entre fertilizantes de liberação gradual e os de liberação imediata?

As características dos fertilizantes de liberação gradual e as dos de liberação imediata

Como o próprio nome sugere, um fertilizante de liberação gradual tem uma taxa de disponibilização mais lenta dos nutrientes para a lavoura do que aqueles de liberação imediata, que disponibilizam praticamente todos os nutrientes em um curto período após a aplicação.

Essa taxa mais lenta de disponibilização dos nutrientes é o resultado da ação de diferentes agentes químicos, biológicos ou físicos, que resultam em melhor aproveitamento efetivo dos nutrientes aplicados.

Segundo o Comitê Europeu de Normalização, para que um fertilizante seja considerado de liberação lenta, ele precisa atender a três critérios:

  • Não mais que 15% liberado em 24 horas;
  • Não mais que 75% liberado em 28 dias;
  • No mínimo 75% de liberação no prazo fixado pelo fabricante.

Analogamente, também existem os denominados fertilizantes de liberação controlada. E apesar de ainda não existir uma distinção oficial de fertilizantes de liberação lenta dos de liberação controlada, aqueles de liberação lenta conseguem prolongar por mais tempo a disponibilidade dos nutrientes no solo.

Esse prolongamento favorece a absorção dos nutrientes ao longo de todo o ciclo produtivo das plantas, favorecendo o não aparecimento de sintomas de toxicidade ou mesmo da inibição competitiva entre os elementos do solo.

Situações estas que são muito comuns com a aplicação de grandes doses de fertilizantes de liberação imediata, uma vez que não existe um equilíbrio entre a taxa de disponibilização de nutrientes e taxa de absorção de potássio pelas plantas.

Geralmente, quanto maior for o desequilíbrio entre essas duas taxas, maiores são as perdas de nutrientes nos sistemas de produção, que podem representar até 70% do total dos fertilizantes aplicados. Como destacado pelos pesquisadores Márcio Valderrama e Salatiér Buzetti, no livro Fertilizantes de eficiência aprimorada.

As perdas de nutrientes, além de trazerem mais custos ao agricultor, podem comprometer o desempenho das culturas, já que parte das dosagens aplicadas estarão inacessíveis para o sistema radicular das plantas.

Quando, então, escolher entre um fertilizante de liberação gradual ou um de imediata?

A escolha entre um fertilizante de liberação gradual ou imediata

Em geral, quando pensamos em fertilizantes, imagina-se que quanto mais rápido eles disponibilizem os nutrientes para o solo e para as plantas melhor é.

Não é difícil imaginar o porquê desse tipo de pensamento: quando precisamos tomar um remédio, por exemplo, quanto mais rápido ele libera seus componentes em nosso organismo, mais rápido ele nos faz sentir melhor. Entretanto, na agricultura isso é um pouco diferente.

A liberação imediata dos nutrientes, geralmente, vai trazer vantagens somente a curto prazo em condições de extrema necessidade, quando, por exemplo, o solo apresentar baixos teores de nutrientes ou as plantas já estiverem manifestando sintomas de deficiência nutricional.

Caso contrário, os fertilizantes de liberação gradual serão os mais recomendados para construção e manutenção da fertilidade do solo, devido aos diversos benefícios que eles podem trazer para as lavouras, como:

  • Manter os níveis de nutrientes no solo estáveis por mais tempo;
  • Ser menos suscetíveis a sofrer perdas por lixiviação;
  • Reduzir a retenção indesejada de nutrientes no solo;
  • Poder otimizar a adubação nitrogenada;
  • Reduzir custos com aplicação.

Os efeitos residuais positivos da liberação gradativa dos fertilizantes são particularmente ainda mais relevantes para alguns sistemas de cultivo e culturas com ciclos produtivos mais longos.

Em sistemas de cultivo em sucessão, por exemplo, o efeito residual presente nas fontes de nutrientes de liberação gradual permite que o agricultor reduza o número de aplicações antes da próxima cultura.

Já em culturas perenes, como o café, o efeito residual prolongado também ajuda a deixar o solo com bons níveis nutricionais por períodos mais longos, fazendo com que haja economia no número de reaplicações e com custos operacionais.

No estudo Fertilizantes nitrogenados convencionais, estabilizados, de liberação lenta, controlada e blends para o cafeeiro, Lucas Bartelega também destaca que outro fator que vem contribuindo para o sucesso dos fertilizantes de liberação progressiva é a má distribuição de chuvas.

Ele explica que sem a predição de como será a distribuição de chuvas no ano agrícola, é necessária a garantia de um produto que se estabeleça bem em condições adversas de clima, como é o caso de algumas fontes de liberação gradual.

Nesse mesmo estudo, ele observou que para os fertilizantes nitrogenados de liberação lenta ou controlada a umidade não influenciou diretamente na liberação do nitrogênio para o solo, uma vez que os picos de volatilização não tiveram relação direta com a precipitação.

Mas, é importante ressaltar que o uso por si só dos fertilizantes de liberação gradual não garante os benefícios do produto. As aplicações devem sempre estar associadas com o bom manejo da qualidade do solo.

O manejo da qualidade do solo como ferramenta para otimizar o desempenho de um fertilizante de liberação gradual

Solos bem estruturados quimicamente, fisicamente e biologicamente proporcionam o máximo desempenho de fertilizantes de liberação gradual. Desse modo, é preciso que o agricultor esteja sempre atento na escolha das práticas agrícolas que mais favoreçam essa relação.

Flavio Faedo, Agricultor de Rio Verde/GO e vencedor do prêmio Personagem Soja Brasil 20/21, por exemplo, recomenda a adoção de algumas práticas e manejos para favorecer o equilíbrio do solo:

 

Assim, ao aplicar essas práticas e manejos que favoreçam a qualidade do solo o agricultor será capaz de desfrutar de todos os benefícios de um fertilizante de liberação gradual de nutrientes, como é o caso do K Forte® e outros fertilizantes da Verde.

 

 

Compartilhe esta publicação

🌱 Já segue o nosso Canal Oficial no WhatsApp?

Entre agora mesmo e receba em primeira mão as principais notícias do Agronegócio.