Para estimar a eficiência agronômica e a melhor forma de manejo de um fertilizante, é necessário que se conheça a solubilidade dele. Dessa forma, é possível saber se um fertilizante apresentará uma liberação imediata dos nutrientes ou se a disponibilização ocorrerá de forma progressiva. Assim, não se pode utilizar as mesmas metodologias de análise para determinar os teores de nutrientes, como o potássio, em fertilizantes que apresentam características diferentes. É o que pode ser observado no caso do K Forte® e do KCl. Entenda por que as análises para esses dois fertilizantes são diferentes e quais metodologias são recomendadas para determinar o teor de potássio (K2O) do K Forte®!
As características dos fertilizantes de liberação imediata
A utilização de fertilizantes na agricultura é essencial para alcançar altas produtividades e qualidade do produto agrícola.
De maneira geral, quando se pensa nesses insumos, há uma tendência em associar que quanto mais rápida a liberação de seus nutrientes melhor será para as plantas. Mas nem sempre isso é verdade.
Fertilizantes convencionais, como o Cloreto de Potássio (KCl), apresentam liberação imediata de nutrientes. Em curto prazo, tal característica pode ser considerada vantagem quando o solo apresenta baixos teores de potássio ou apresenta condições de extrema necessidade nutricional.
No entanto, por causa da sua alta solubilidade em água, fertilizantes como o KCl podem apresentar grandes perdas de nutrientes devido à lixiviação. Dessa forma, o potássio fornecido por meio da adubação é perdido para camadas mais profundas, fora do alcance das raízes.
Isso ocorre porque, ao ser aplicado, o KCl é depositado diretamente na solução do solo. Assim, quando toda a capacidade desse reservatório é alcançada, o potássio fornecido por essa fonte é perdido e as plantas acabam não aproveitando todo o potássio que foi aplicado no solo.
Uma visão mais ampliada do ciclo do potássio no solo. (Fonte: adaptado de Bell et al., 2021)
A ausência do equilíbrio entre a taxa de liberação de nutrientes e a taxa de absorção de potássio pelas plantas pode ocasionar problemas como o surgimento de sintomas de deficiência nutricional e consequentemente afetar a produtividade da lavoura.
De acordo com os pesquisadores Márcio Valderrama e Salatiér Buzetti, no livro Fertilizantes de eficiência aprimorada, quanto maior é o desequilíbrio entre essas duas taxas, maiores são as perdas de nutrientes nos sistemas de produção, que podem representar até 70% do total dos fertilizantes aplicados.
Assim, as perdas de nutrientes, além de comprometerem o desempenho das culturas, também podem trazer mais custos ao agricultor.
Mas, como garantir o melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos para as plantas?
As vantagens dos fertilizantes de liberação progressiva
Com a evolução da agricultura, notou-se também o avanço nas tecnologias voltadas para nutrição de plantas e o surgimento de fontes inovadoras de nutrientes.
Essas fontes são capazes de suprir as necessidades nutricionais das plantas por um período maior de tempo, como é o caso do K Forte®, fertilizante multinutriente produzido pela Verde Agritech.
O K Forte® tem como característica a liberação progressiva dos nutrientes. Como o próprio nome sugere, os fertilizantes de liberação progressiva, são aqueles que apresentam uma taxa de disponibilização dos nutrientes para a lavoura ao longo de um tempo maior, quando comparados aos fertilizantes de liberação imediata.
Em razão disso, os nutrientes também permanecem disponíveis para absorção vegetal por um período maior de tempo, de modo que a liberação entre em sincronia com as necessidades nutricionais das plantas.
Esse maior período de disponibilização ocorre devido à ação de diferentes agentes químicos, biológicos ou físicos, que resultam em melhor aproveitamento efetivo dos nutrientes aplicados.
De modo geral, o fertilizante ideal é aquele que mais se adequa às necessidades da planta durante o seu ciclo de desenvolvimento. Com uma liberação de nutrientes em um padrão crescente, há uma redução de perdas de nutrientes por outros fatores, como pode ser verificado na figura abaixo:
Ilustração de como seria a liberação ideal de nutrientes por um fertilizante. (Fonte: Magalhães e Matos, Revista Opiniões, 2013)
Diante desse cenário, os fertilizantes de liberação progressiva possuem uma maior eficiência na utilização dos nutrientes, facilitando o manejo pela redução do número de aplicações dos fertilizantes.
Dessa forma, de acordo com o renomado professor William Albrecht no artigo Insoluble yet available o que se busca é a disponibilidade de nutrientes e não a solubilidade em água.
Uma vez que, fertilizantes solúveis em água são perdidos logo na primeira chuva. Já fertilizantes insolúveis em água, reagem com processos químicos no solo e ficam expostos a ação de exsudatos radiculares e microrganismos do solo, tornando-os disponíveis para as plantas e evitando perdas por lixiviação.
Apesar da crescente utilização dessas inovadoras fontes de nutrição vegetal, uma dúvida que tem surgido é: qual metodologia de análise deve ser utilizada para verificar o teor de potássio nessas fontes?
Qual é a metodologia recomendada para analisar o teor de K2O do K Forte®?
O K Forte® é uma fonte inovadora de potássio que apresenta liberação progressiva de nutrientes. A estrutura química de cada fertilizante é diferente, o que torna o KCl solúvel em água e o K Forte® não.
Dessa forma, a utilização de métodos com extrator em água não será eficiente para determinar o teor de K2O presente no fertilizante multinutriente da Verde Agritech.
Diante disso, para determinar o melhor extrator e medir a disponibilidade de K2O do K Forte®, um estudo de correlação entre a produtividade e a dose de K2O foi conduzido pela Dra. Eliana Paula Fernandes Brasil, na Universidade Federal de Goiás.
O estudo, intitulado Chemical Extractors to Assess Potassium Availability in Glauconitic Siltstone, mostrou que os métodos que apresentaram melhor correlação entre os teores de K2O e a produtividade das culturas de milho e feijão (Kg ha-1) foram o método estabelecido pelo MAPA 8.2.4.2 e o método que utiliza a solução extratora de ácido tartárico a 5% + fluoreto de sódio 0,5% na relação 1:500.
Correlação entre os teores totais de K2O pelo método MAPA 8.2.4.2 em relação à produtividade (Kg ha-1) de grãos acumulado em milho e feijão no município de Quirinópolis (GO). (Fonte: Brasil et al., 2020)
Correlação entre os teores totais de K2O pelo método que utiliza a solução extratora de ácido tartárico a 5% + fluoreto de sódio 0,5% na relação 1:500, em relação à produtividade (Kg ha-1) de grãos acumulado em milho e feijão no município de Quirinópolis (GO). (Fonte: Brasil et al., 2020)
Dessa forma, a recomendação da Verde Agritech é que as análises do teor total de K2O do K Forte® devem ser realizadas em conformidade com a Instrução Normativa nº 37 de 13 de outubro de 2017, seguindo os procedimentos descritos no Manual de métodos analíticos oficiais para fertilizantes e corretivos (MAPA, 2017), conforme o item 8.2.4.2, com determinação por espectrometria de absorção atômica.
Quanto ao K2O solúvel das amostras, é recomendada a utilização da solução extratora de ácido tartárico a 5% + fluoreto de sódio 0,5% na relação 1:500, método desenvolvido pela Verde Agritech e aprovado pelo MAPA.
O conhecimento da forma de liberação do fertilizante é fundamental para saber qual método de análise utilizar
A agricultura brasileira tem evoluído ano após ano e com isso os insumos como fertilizantes estão evoluindo também, trazendo soluções inovadoras para o agronegócio.
Assim, é preciso que os métodos de análise de solo estejam em constante evolução, a fim de serem cada vez mais precisos e assertivos para se adequar às diferentes condições de solo e manejo encontradas.
A utilização de métodos corretos de avaliação dos resultados ajuda a tornar o manejo mais assertivo e eficiente.