O potássio é um dos nutrientes mais consumidos na agricultura, por isso, otimizar os efeitos da adubação potássica é muito importante.
A otimização dos efeitos dos fertilizantes potássicos envolve o controle dos processos ligados a absorção e a assimilação de nutrientes realizados pelas plantas, assim como o impacto dos diferentes tipos de manejo, que serão explorados a seguir.
O processo de absorção do potássio
O potássio é um dos nutrientes mais presentes nas plantas, responsável por contribuir com diversas reações bioquímicas relacionadas a processos indispensáveis para a sobrevivência.
Uma vez aplicado o fertilizante potássico, ele ficará retido no solo por meio da capacidade de troca catiônica (CTC), que é a capacidade que o solo tem de reter cátions dos nutrientes que serão absorvidos posteriormente.
A CTC é influenciada tanto pela textura do solo presente na região, quanto pela presença de matéria orgânica. Dessa forma, esse parâmetro é um bom indicativo se todos os nutrientes aplicados estão ficando retidos ou estão sendo lixiviados.
Já no solo, o nutriente pode seguir dois caminhos para ser absorvido: via sistema radicular (mecanismo passivo) ou foliar (mecanismo ativo). O potássio é preferencialmente absorvido pelo sistema radicular.
Na rota passiva não existe seletividade para quais nutrientes estão sendo absorvidos por meio do processo de difusão. É um processo que ocorre de forma natural, pela diferença de concentrações entre a solução do solo e o conteúdo celular da planta.
Vale destacar que o processo de salinização terá um grande impacto nessa rota, por tornar a solução do solo hipertônica desfavorecendo o processo de difusão que é regido pela diferença de concentrações entre o solo e a planta, conforme evidenciado por Rodrigo Mac Leod, mestre em Proteção de Plantas:
Otimizando a adubação potássica
A adubação visa ajustar o balanço entre as exigências nutricionais da planta e a disponibilidade de nutrientes no solo, para assim compor a fertilidade do solo.
O balanço nutricional precisa ser constantemente corrigido, pois a cada nova safra existe uma grande exportação de nutrientes do solo pelas plantas. E para reposição desses elementos ser efetiva, deve-se avaliar o tipo de sistema radicular presente no cultivo.
Plantas com raízes pivotantes alcançam maiores profundidades, enquanto aquelas com raízes fasciculadas ficarão concentradas nas camadas mais superficiais do solo. Isso permite a seleção do método correto e a profundidade adequada para incorporação dos fertilizantes.
Mas, somente a correção e o manejo correto do fertilizante não são suficientes para garantir excelentes resultados, porque existe uma dependência direta do potencial genético da variedade escolhida.
O potencial genético determina a capacidade de resposta da planta a incrementos crescentes de adubação, ou seja, de absorver e assimilar os nutrientes e de convertê-los em ganhos de produtividade como a própria biomassa.
Para que essa conversão ocorra na melhor taxa possível, o solo deve apresentar as características adequadas de aeração, temperatura, microrganismos e umidade, que são fortemente influenciados pelo sistema de cultivo e manejo adotados.
O engenheiro agrônomo Davi Bernardes Moscardini em sua dissertação sobre Consórcio café-forrageira tropical: impacto nos indicadores da qualidade do solo, evidenciou a técnica de cobertura do solo para melhoria de atributos químicos e da microbiota na sua pesquisa sobre café: “o consórcio do cafeeiro com a braquiária melhora a qualidade do solo e parâmetros relacionados aos fungos micorrízicos arbusculares principalmente na entrelinha, local ocupado pela gramínea.”
A escolha do fertilizante potássico
A escolha correta do fertilizante potássico de acordo com as particularidades e as exigências da lavoura pode se tornar um diferencial competitivo caso o agricultor saiba explorar bem o potencial do produto e otimizar seus efeitos benéficos.
Priorize tecnologias que sejam livres de substâncias que possam prejudicar a microbiota do seu solo, com ausência de cloro, de baixo índice salino, de baixa potencial para lixiviação e de disponibilização gradual de nutrientes.
Essas características garantem que você obtenha produtos capazes de otimizar:
- Os custos operacionais, já que a liberação de nutrientes acontece durante todo o ciclo da lavoura permitindo uma aplicação única por safra.
- A microbiota do solo, pela ausência de cloro e sais solúveis que são altamente prejudiciais.
- A estrutura do solo, pela constância dos níveis de umidade e aeração adequados, que evitam a compactação.
Com isso, você já tem os primeiros passos para otimizar a sua adubação com potássio para alcançar os melhores resultados na sua lavoura.