Entre as ferramentas que podem auxiliar na melhoria da produtividade e qualidade das lavouras, estão os microrganismos do solo. Assim, o uso de práticas que favoreçam a presença desses seres é vantajoso para o agricultor, bem como também evitar práticas que prejudiquem os microrganismos benéficos do solo. Saiba quais são os impactos do Cloreto de Potássio nos microrganismos do solo verificados em uma pesquisa pelo Dr. Roberto Santinato e pelo Dr. Fernando Dini Andreote!
Entendendo como fontes potássicas diferentes podem impactar os microrganismos do solo
Uma pesquisa conduzida pelo Dr. Roberto Santintato e Dr. Felipe Santinato mostra que o uso de fertilizantes clorados, como o Cloreto de Potássio (KCl), pode reduzir a quantidade de microrganismos no solo em lavouras de café.
O ensaio experimental, realizado em Rio Paranaíba, Minas Gerais, avaliou a quantidade de microrganismos presentes no solo de culturas de café com diferentes tratamentos de fontes de potássio.
Para o experimento, diferentes blocos de uma área plantada com pés de café receberam diferentes tratamentos:
- Um tratamento recebeu 300kg de K2O sob a forma de Cloreto de Potássio (KCl), dividido em três aplicações;
- O outro tratamento recebeu 300kg de K2O sob a forma de K Forte® em uma única aplicação feita em novembro.
Após os tratamentos, amostras de solo foram encaminhadas para o professor de microbiologia do solo na Esalq/USP, Fernando Dini Andreote, para a realização da quantificação absoluta de todos os microrganismos do reino Fungi presentes em determinada amostra de solo.
Nesse processo, foram utilizadas como marcador genético regiões chamadas ITS (Internal Transcribed Spacer), que são recomendadas como regiões universais para identificação de fungos.
Além disso, também foi avaliada a quantificação absoluta de todos os fixadores de nitrogênio presentes em determinada amostra de solo.
Para isso, foram utilizadas como marcador genético regiões chamadas nifH (Nitrogenase iron protein), que são recomendadas como regiões para identificação de fixadores de nitrogênio.
Mas, quais foram os resultados encontrados?
Influência das fontes potássicas sobre a quantificação dos microrganismos
Os resultados da análise biológica do solo mostraram que, o tratamento com o Cloreto de Potássio reduziu a quantidade de fungos totais no solo em relação ao tratamento com K Forte®:
- Os pesquisadores verificaram que o solo tratado com K Forte® apresentou um número total de fungos 30,78% maior que o solo tratado com KCl.
Já para os organismos fixadores de nitrogênio, o K Forte® também apresentou um percentual bem superior ao KCl:
- Em relação ao tratamento com KCl, o tratamento com o K Forte® apresentou 187,5% mais bactérias fixadoras de nitrogênio.
Diferenças entre os tratamentos com Cloreto de Potássio (KCl) e K Forte®: O KCl diminuiu a quantidade de microrganismos benéficos do solo
Fertilizantes com altas doses de cloro, como é o caso do Cloreto de Potássio, que tem 47% desse elemento em sua composição, trazem efeitos muito negativos para a saúde do solo e, em consequência para os microrganismos.
Isso acontece porque o excesso de íons de cloro no solo causa distúrbios fisiológicos, como um alto teor de salinidade, o que tem um efeito altamente biocida, ou seja, de eliminação dos microrganismos do solo.
A importância de se preservar a microbiota do solo
Atualmente, os microrganismos têm ganhado relevância como ferramentas de controle de parâmetros como a fixação de nitrogênio e a disponibilização de nutrientes importantes para o crescimento das plantas.
Os microrganismos do solo, como os fungos (gene ITS) e fixadores de nitrogênio (gene nifH) no estudo dos pesquisadores Roberto e Felipe Santinato, são considerados indicadores de qualidade do solo.
Os fungos têm um importante papel na decomposição da matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e maximização da produção das plantas. Já os fixadores de nitrogênio são importantes para melhorar a absorção desse nutriente essencial para o desenvolvimento vegetal.
O cloro presente em alguns fertilizantes é um grande inimigo dos microrganismos do solo. Por exemplo, a pesquisadora Heide Hermary, no artigo Effects of some synthetic fertilizers on the soil ecosystem, descreve que aplicar 200Kg de Cloreto de Potássio equivale a despejar 1600 litros de água sanitária no solo.
Mesmo a aplicação de uma quantidade pequena de Cloreto de Potássio no solo, como 50Kg ainda equivale a despejar 400 litros de água sanitária, causando danos à microbiota.
Além disso, diversos estudos mostram como a toxidez, a salinidade e a acidificação causadas pelo excesso de cloro têm efeitos devastadores sobre a microbiota do solo, já que diminuem a retenção de umidade e desequilibram o potencial osmótico dele.
Isso se reflete em impactos na fertilidade e na produtividade do solo, causando prejuízos para o produtor. Na cultura de café, por exemplo, o impacto do cloro nos microrganismos traz também uma redução da qualidade da bebida.
Armando Matiello, presidente da Associação dos Cafeicultores do Brasil (SINCAL) explica que, além de preservar os microrganismos, a produção de café pode ser melhorada com a redução de fertilizantes com excesso de cloro, como o KCl:
Armando Matiello fala sobre como a redução do uso de fertilizantes clorados pode ajudar a melhorar a produção de café.
Evitar o excesso de cloro no solo pode ajudar a otimizar a produtividade e rentabilidade da lavoura
Assim, uma vez que os microrganismos têm diversos papeis na saúde do solo e, em consequência das plantações, a preservação da microbiota do solo é uma consideração importante na hora de fazer um planejamento adequado do manejo do solo.
Isso inclui pensar quais os fertilizantes utilizados. Por isso, evitar que haja excesso de cloro colocado no solo é uma parte essencial nos esforços para tornar a lavoura mais rentável e produtiva.
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