Como lidar com condições de seca no milho safrinha

Como lidar com condições de seca no milho safrinha

O período acometido pela seca, também conhecido como veranico, costuma ser muito desafiador para agricultores que cultivam o milho de segunda safra, ou milho safrinha. Isso porque esse fenômeno climático pode coincidir com as épocas que mais definem o potencial produtivo da lavoura, como o início do ciclo e a época de floração. Mas, você sabia que é possível mitigar os danos causados pela seca no milho safrinha através da adubação? Veja, a seguir, como isso é possível! 

Como a seca afeta o milho?

O aumento da imprevisibilidade do clima nos últimos anos tem se tornado um sério desafio para muitos agricultores, uma vez que condições desfavoráveis do clima podem comprometer severamente a produtividade de muitas culturas. 

Um exemplo são os fenômenos climáticos como o El Niño, que provoca o aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Por sua vez, isso traz efeitos diversos para o clima, como o aumento ou a queda de temperaturas, assim como o aumento ou a diminuição das chuvas.

Efeitos do El Niño no mundo

Efeitos do El Niño no clima mundial (Fonte: StoneX)

Vale notar que o El Niño tem sido destaque constante nas notícias agrícolas. Recentemente, por exemplo, um relatório da MetSul Meteorologia apontou que ele já chegou ao nível de Super El Niño.

Isso acontece quando o aumento da temperatura das águas oceânicas ultrapassa os 2ºC. Essa temperatura vem numa crescente, inclusive.

Em meados de novembro de 2023, a anomalia de temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central e que é determinante para classificar o El Niño, já chegava a 1,8ºC.

É o que informava o boletim semanal do estado do Pacífico emitido pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos.

Já outra previsão, dessa vez do Centro de Previsão Climática (CPC) em parceria com a NOAA, indica que existe mais de 95% de probabilidade de que o El Niño persista de janeiro a março de 2024.

O aumento das temperaturas e a distribuição irregular das chuvas que o El Niño pode provocar estão entre os principais fatores que podem causar a quebra da produtividade do milho durante os períodos de seca.

Durante a safra 2021/22, por exemplo, a seca prejudicou os resultados do milho verão na região sul, que registrou uma quebra da produtividade de 20%. 

É o que apontou os levantamentos de custos de produção do Projeto Campo Futuro, que foi apresentado durante um debate promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no mês de novembro de 2022. 

Entretanto, essas quebras de produtividade pela seca têm sido ainda mais preocupantes para o milho de segunda safra, também conhecido como milho safrinha, já que ele tem sido um fator importante para o aumento do volume de produção dessa importante cultura no Brasil. 

Portanto, é essencial que o agricultor adote estratégias que ajudem a mitigar os impactos negativos da seca no milho safrinha. 

Como a adubação correta ajuda a mitigar os danos causados pela seca no milho safrinha

O milho safrinha, assim como outras culturas de segunda safra, ainda sofre muitas restrições nutricionais, já que o investimento em adubações e outras práticas agrícolas ainda é feito com muita cautela, visto que a maior ocorrência de condições climáticas desfavoráveis durante o ciclo da cultura. 

Entretanto, quando a adubação é feita de forma adequada, ela pode inclusive mitigar os danos causados pela seca no milho safrinha e sustentar a boa produtividade dessa cultura mesmo em condições climáticas adversas. 

Durante a ocorrência do período da seca no milho safrinha, um dos principais tipos de estresse responsável por comprometer o desempenho da cultura a campo é o estresse hídrico. 

Esse tipo de estresse acontece quando existe uma baixa disponibilidade de água no solo aliada a elevadas perdas de água por evapotranspiração das plantas.  

Apesar disso, é possível mitigar os seus efeitos fazendo a adubação correta da lavoura com nutrientes e elementos benéficos chaves, como o potássio, o boro e o silício. 

Efeito do déficit hídrico nas espigas do milho safrinha, híbrido Tork, em parcela sem adubo no sulco de plantio (à esquerda) e parcela com uma boa adubação no sulco de plantio (à direita)

Efeito do déficit hídrico nas espigas do milho safrinha, híbrido Tork, em parcela sem adubo no sulco de plantio (à esquerda) e parcela com uma boa adubação no sulco de plantio (à direita) (Fonte: FUNDAÇÃO MS, 2009)

Estudos indicam que a adubação com potássio pode auxiliar na indução da resistência ao estresse hídrico causado pela seca no milho safrinha. 

Isso porque esse nutriente é capaz de atuar na fisiologia vegetal das plantas, promovendo uma maior regulação do potencial hídrico das células e da abertura e fechamento dos estômatos.  

Os estômatos são aberturas microscópicas encontradas principalmente nas folhas e que são responsáveis por realizar as trocas gasosas que incluem vapores d’água, dióxido de carbono (CO2) e oxigênio (O2).  

Em situações de estresse hídrico, a falta da regulação correta na abertura dos estômatos pode levar a perda excessiva de água.  

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos depende inteiramente do fluxo de potássio sobre a taxa de assimilação de CO2. 

Portanto, uma boa nutrição com potássio no milho safrinha é essencial para que as funções desse nutriente não sejam comprometidas e, em consequência, as plantas fiquem mais vulneráveis às secas. 

Além disso, como esse macronutriente desempenha funções ligadas ao crescimento celular e ao transporte de fotoassimilados no floema, ele também apresenta um papel chave na produção de grãos e de matéria seca do milho. 

Outro nutriente muito importante que permite que o milho safrinha apresente melhor tolerância às condições de seca é o boro. 

O boro é um cofator do enraizamento de plantas, pois ele é capaz de influenciar na regulação dos níveis endógenos de auxinas durante o processo de enraizamento e ainda desempenhar outras funções que auxiliam nesse processo. 

O pesquisador David H. Lewis destaca que o boro também exerce um papel muito importante para o suprimento da energia gasta para o crescimento e divisão celular das raízes, já que esse micronutriente também está envolvido com o metabolismo e transporte de carboidratos nas plantas. 

É o que ele explica, em seu estudo Boron, lignification and the origin of vascular plants-a unified hypothesis. 

Quando uma planta apresenta um sistema radicular bem desenvolvido, ela é capaz de explorar um volume muito maior do solo, acessando com maior facilidade todos os recursos disponíveis ao seu alcance. 

E, ao explorar um maior volume do solo, as plantas também acabam se tornando mais resistentes a alguns tipos de estresses abióticos que podem ocorrer ao longo do seu ciclo produtivo, como o estresse hídrico. 

Além do boro e do potássio, também vale destacar o papel que o silício tem de mitigar os impactos do estresse hídrico causado pela seca no milho safrinha.   

Diversos estudos têm mostrado como o silício pode reduzir os danos do estresse hídrico nas plantas. Os pesquisadores têm duas possibilidades para esse efeito benéfico.  

Uma delas é o fortalecimento dos tecidos vegetais, através da deposição do silício nas camadas desses tecidos. Isso ajuda a evitar a perda excessiva de água pela planta pelo processo de transpiração.  

Além disso, essa deposição de silício ajuda a fortalecer os tecidos vegetais, o que por sua vez ajuda a melhorar a arquitetura foliar.  

Esses benefícios auxiliam na redução do autossombreamento, o que também diminui a perda de água por transpiração. Dessa maneira, a planta consegue lidar melhor com situações em que há a falta de água no ambiente.  

Entretanto, em sua pesquisa Role of silicon in plant resistance to water stress, a professora Elzbieta Sacala, da Universidade de Breslávia, na Polônia, explica que:  

“O papel do silício não é restrito à formação de uma barreira física ou mecânica (na forma de precipitação de sílica) nas paredes celulares, lumens e espaços intercelulares. O silício modula o metabolismo das plantas e altera as atividades fisiológicas, particularmente em plantas sujeitas a condições de estresse”. 

Dessa forma, podemos perceber que a adubação adequada pode trazer muitos benefícios para mitigar os efeitos negativos da seca no milho safrinha, ao reduzir os efeitos que o estresse hídrico pode provocar nas plantas. 

Mas, se o milho safrinha geralmente é cultivado em sucessão em outras culturas, como a soja, como é possível aproveitar os benefícios desses nutrientes e elementos benéficos para as plantas? 

Como deve ser feita a adubação do milho safrinha?

Para garantir a boa nutrição das lavouras de milho safrinha é importante que o agricultor tenha cuidado no momento da escolha dos fertilizantes, já que muitas fontes convencionais de adubação são altamente solúveis e liberam todos os nutrientes em um curto período após a aplicação.   

Com isso, parte dos nutrientes que são aplicados acaba se perdendo para as camadas mais profundas do solo, resultando em uma relação custo-benefício menos vantajosa para o agricultor. 

Dessa forma, recomenda-se que o agricultor procure por fontes de nutrientes de liberação progressiva, como o K Forte® e o BAKS®, que são menos suscetíveis à lixiviação e são capazes de manter os níveis de nutrientes no solo estáveis por períodos mais prolongados de tempo. 

Na hora da adubação, é preciso reconhecer que existe uma grande diferença entre a solubilidade em água e a disponibilidade de nutrientes dos fertilizantes.

Tanto o K Forte® quanto o BAKS® são fertilizantes multinutrientes de liberação progressiva, capazes de fornecer aqueles nutrientes que estão diretamente envolvidos com a melhor tolerância do milho safrinha ao estresse hídrico provocado pela seca. 

Enquanto o K Forte® é uma fonte de potássio, silício, magnésio e manganês, o BAKS® é uma fonte de potássio, enxofre, boro, silício e manganês que pode ser personalizada pelo agricultor. 

Portanto, ambas fontes de nutrientes são uma ótima solução para aquele agricultor que busca melhorar a tolerância do milho safrinha à seca através da adubação. 

A boa nutrição do milho safrinha depende da escolha dos fertilizantes

Como vimos anteriormente, a cultura do milho vem enfrentando uma série de desafios com as mudanças climáticas, especialmente com a seca durante o cultivo de segunda safra. 

Mesmo assim, é possível mitigar os impactos da seca no milho safrinha através da adubação correta da lavoura, já que existem muitos nutrientes e elementos benéficos, como o potássio, o boro e o silício, que promovem a melhor tolerância das plantas ao estresse hídrico. 

Entretanto, para aproveitar os benefícios desses nutrientes para mitigar os danos da seca no milho safrinha, que geralmente aproveita a adubação da cultura de primeira safra, é preciso que o agricultor utilize algumas estratégias. 

Dentre elas, podemos destacar a utilização de fertilizantes multinutrientes de liberação progressiva, como o K Forte® e o BAKS®, que permitem que o milho aproveite de todos os benefícios dos nutrientes ao longo do seu ciclo produtivo! 

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