Giuliano Pauli, mestre e doutor em biotecnologia pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – USP e conselheiro da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal – Abisolo, discutiu na câmara dos Deputados sobre o papel dos bioinsumos e fertilizantes organominerais no contexto do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).
Durante a discussão, foram abordados diversos temas, incluindo a isonomia tributária, a importância da sustentabilidade, a competitividade do gás natural e os investimentos em ciência e tecnologia.
O que é o Plano Nacional de Fertilizantes (PFN) e qual o seu objetivo?
O objetivo do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) é reduzir a dependência do Brasil na importação de fertilizantes, por meio de diretrizes estratégicas como:
- A modernização, a reativação e a ampliação das plantas e projetos de fertilizantes no país;
- A promoção da cadeia de produção nacional para melhorar o suprimento do mercado interno;
- A melhoria do ambiente de negócios para atração de investimentos;
- A ampliação do investimento em pesquisa e desenvolvimento de fertilizantes e tecnologias para nutrição de plantas;
- A adequação da infraestrutura logística para integração e viabilização de empreendimentos.
No âmbito do PNF, destaca-se o desenvolvimento e fortalecimento das cadeias emergentes de bioinsumos e fertilizantes organominerais e orgânicos, que trazem inovações tecnológicas que terão um papel crucial ao atender cerca de 30% da demanda nacional de NPK a médio prazo.
O uso de bioinsumos e fertilizantes organominerais e orgânicos auxilia na melhoria da disponibilidade e ciclagem de nutrientes, bem como promove uma série de benefícios para os agroecossistemas, incluindo o aumento da resistência das plantas a estresses bióticos e abióticos.
Nos últimos 10 anos, esses insumos têm apresentado um crescimento consistente na sua adoção, com taxas médias anuais acima de 25-30%. Atualmente, os bioinsumos representam cerca de 5% do mercado e espera-se que essa participação dobre nos próximos três a cinco anos.
E, dentro desse contexto, as cadeias emergentes têm uma importância estratégica no PNF, pois o fortalecimento delas contribui para o desenvolvimento da indústria nacional, geração de empregos e oportunidades de negócios, impulsionando a economia local e aumentando a competitividade do setor agrícola.
Em conclusão, Giuliano Pauli ressaltou que não devemos buscar soluções únicas para a nutrição e proteção das plantas. Em vez disso, o manejo integrado, combinando bioinsumos e produtos químicos quando necessário, é a abordagem mais adequada para atender às demandas do setor agrícola brasileiro, garantindo eficiência e sustentabilidade dessa cadeia.