Descubra o que é o verdete e se ele é uma boa fonte potássica

Descubra o que é o verdete e se ele é uma boa fonte potássica

Você já ouviu falar do verdete? Você sabia que verdete não é a mesma coisa que Siltito Glauconítico? Você sabia que a matéria-prima do K Forte® não é o verdete?

Encontrada no Brasil, o verdete é uma rocha tem propriedades que fazem com que seu uso como fonte potássica na agricultura desperte o interesse dos pesquisadores da área. Buscar fontes de potássio que tenham eficiência agronômica e promovam uma agricultura mais sustentável, trazendo mais vantagens para o agricultor, é um desafio para o setor.

O que é o verdete?

O termo verdete, na verdade, abrange um grupo de rochas sedimentares de ocorrência comum na região da Serra da Saudade, munícipio de Cedro do Abaeté, Minas Gerais. Esse nome foi dado pela coloração tipicamente verde.

O verdete é composto por:

  • Glauconita(até 40%)
  • Quarzto (25%)
  • Argilominerais (filossilicatos que ocorrem em tamanhos inferiores a 2μ) [15%]
  • Caolinita (10%)
  • Micas (5%)
  • Minerais opacos e hidróxidos de ferro (<5%).

O verdete normalmente ocorre intercalado com ritmitos silto-argilosos, arenitos e, em menor proporção, fosforitos e carbonatos. Alguns estudos sugerem que, passando por processamentos industriais, o verdete poderia ser utilizado como fonte potássica.

Entretanto, isso, em conjunto com um menor teor de potássio sob a forma de K2O, o tornaria uma fonte de potássio mais cara, devido à baixa eficiência agronômica em relação a outras fontes.

Mas, então, existe outra fonte de potássio brasileira que tenha vantagens sobre o verdete? A resposta é sim: o Siltito Glauconítico.

Siltito Glauconítico: fonte potássica superior ao verdete

O Siltito Glauconítico é uma matéria-prima com maior potencial de uso agrícola que o verdete. Encontrado na região de São Gotardo, Minas Gerais, ele apresenta coloração verde-azulada, é rico em minerais potássicos e possui uma maior proporção de glauconita.

No artigo A Cambrian age for the upper Bambuí Group, Brazil, supported by the first U-Pb dating of volcaniclastic bed, a Dra. Débora Silvano Moreira, juntamente com outros pesquisadores, caracteriza a composição do Siltito Glauconítico da seguinte maneira:

  • Glauconita (40-80%)
  • Quartzo (10-20%)
  • K-feldspato (10-15%)
  • Muscovita(5%)
  • Biotita (2%)
  • Goethita Óxidos de titânio e de manganês (<1%)
  • Fosfatos de bário e terras raras (traços)

A principal diferença entre o verdete e o Siltito Glauconítico é a quantidade e a forma da glauconita. Enquanto no verdete a glauconita ocorre como pequenos agregados, no Siltito Glauconítico a glauconita está em maior proporção.

Além disso, no Siltito Glauconítico seu teor de potássio acima de 10% está relacionado a um processo de glauconitização, incorporando esse nutriente no mineral durante sua formação.

A composição mineralógica do Siltito Glauconítico o faz com que ele seja igual ao  Greensand, encontrado em Nova Jersey, nos Estados Unidos e utilizado como fertilizante desde 1760.

Outro ponto que Siltito Glauconítico e o Greensand têm em comum é que eles são encontrados em áreas mais restritas. Já o verdete é mais comumente encontrado, não sendo possível essa comparação.

Por que o potássio do Siltito Glauconítico está mais disponível que o potássio do verdete?

As características geológicas, estruturais e mineralógicas do Siltito Glauconítico fazem com que o potássio contido nele esteja mais disponível para o solo e para as plantas do que o potássio contido no verdete.

Débora Silvano Moreira explica outras diferenças entre o verdete e o Siltito Glauconítico no vídeo abaixo:

A combinação de alto teor de glauconita, potássio e ainda outros nutrientes, como o silício, em sua composição faz com que o Siltito Glauconítico tenha potencial para ser usado como fertilizante de potássio na agricultura.

O Siltito Glauconítico é mais vantajoso que o verdete

Em conclusão, embora sejam parecidos visualmente, a composição do verdete e do Siltito Glauconítico faz com que sua eficiência agronômica seja diferente. A maior presença de glauconita no Siltito Glauconítico traz mais melhorias para o solo e promove um uso mais sustentável dele.

Além disso, o Siltito Glauconítico é fonte de potássio e outros nutrientes como o silício, que traz benefícios importantes, como o aumento das defesas contra pragas e doenças e também de estresses abióticos.

Assim, fertilizantes feitos a partir do Siltito Glauconítico trazem mais vantagens para a lavoura, que produz mais e com mais qualidade.

 

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