O milho é umas culturas mais relevantes da agricultura mundial e do Brasil. E, dentro do manejo nutricional dessa cultura, o potássio e o enxofre exercem funções muito importantes para o desempenho da lavoura e para a qualidade do produto agrícola. Entenda porque é preciso nutrir o milho com potássio e enxofre!
Porque o potássio é um nutriente importante para a cultura do milho
O potássio é um nutriente que faz parte do grupo dos macronutrientes primários, juntamente com o nitrogênio e o fósforo. De maneira geral, ele é o segundo nutriente que as plantas mais requerem para o seu desenvolvimento.
Todavia, em algumas condições, ele chega até mesmo a ser o nutriente mais requerido pela cultura do milho. É o que afirma a pesquisadora Carla Fernanda Ferreira, no artigo Diagnose nutricional de cultivares de milho (Zea mays l.) de diferentes níveis tecnológicos.
Nesse trabalho, Carla Fernanda destacou como o potássio foi o macronutriente mais extraído por todas as variedades melhoradas geneticamente e regionais de milho estudadas, acumulando-se principalmente nos grãos e colmos das plantas.
Compartimentalização de potássio (% do total acumulado na parte aérea) em plantas de milho, no enchimento de grãos (R3) e após a maturação fisiológica (R6), em ambientes com alto e médio investimento em adubação. Fonte: (RESENDE et al.,2014).
Esse alto nível de exigência do potássio pela cultura do milho está ligado às funções gerais do potássio nas plantas, entre as quais é possível destacar
- A ativação enzimática;
- A síntese proteica;
- A fotossíntese;
- O transporte de fotoassimilados no floema;
- O crescimento celular;
- A melhoria da qualidade de flores e frutos;
- A regulação do potencial hídrico das células;
- A amenização de estresses bióticos e abióticos.
Também vale ressaltar a participação do potássio na síntese da principal enzima responsável pela fixação de carbono orgânico, a RuBisCO.
Por isso, na falta de uma nutrição adequada do milho com potássio, as plantas passam a apresentar sintomas de deficiência que podem comprometer não somente a produtividade, mas também a qualidade da lavoura. Entre eles, podemos destacar:
- O atraso e redução do crescimento da planta;
- A produção de espigas com poucos grãos na extremidade e com sementes soltas;
- O surgimento de manchas marrons escuras nos nódulos;
- A redução do teor proteico dos grãos de milho;
- O amarelecimento e queimadura das bordas das folhas.
Aqui é importante destacar também que, no caso da produção de milho para silagem, esses sintomas podem surgir com mais facilidade do que na produção de milho para grãos. Isso porque, nesse tipo de produção, a extração e exportação de potássio pela cultura é maior.
Isso acontece porque a produção do milho para silagem requer que o agricultor retire, além dos grãos, a parte vegetativa das plantas. É o que explica o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Antônio Marcos Coelho, na Circular Técnica 78, Nutrição e Adubação do Milho.
Extração média de nutrientes pela cultura de milho destinada à produção de grãos e silagem, em diferentes níveis de produtividade (Fonte: COELHO & FRANÇA, 1995)
Assim, é importante que o agricultor esteja atento à adubação potássica no milho, principalmente porque no Brasil a maioria dos solos tem baixa disponibilidade desse nutriente tão importante.
É o que afirma o documento Aspectos relacionados ao mapeamento da disponibilidade de potássio nos solos do Brasil, também da Embrapa.
Mas, e quanto ao enxofre? Qual a importância desse nutriente na cultura do milho?
A importância do enxofre na cultura do milho
Assim como o potássio, o enxofre é um macronutriente. Entretanto, ele faz parte do grupo chamado de micronutrientes secundários, juntamente com o magnésio e o cálcio.
Rodrigo Vianei Czycza e outros pesquisadores observaram, no artigo Eficiência agronômica de diferentes fertilizantes contendo enxofre para a cultura do milho, respostas positivas da adubação sulfatada na produção de grãos de milho no estado do Paraná.
Em São Paulo, resultados similares também foram encontrados no estado por Rafael de Paiva Andrade e outros pesquisadores, autores do artigo Fontes, modo de aplicação e translocação de enxofre no desenvolvimento inicial do milho.
Quando há deficiência de enxofre no milho, podem surgir sintomas de deficiência na lavoura, que incluem:
- Amarelecimento (clorose) internerval nas folhas mais jovens;
- Tons vermelhos-amarronzados nas bordas das folhas;
- Redução do valor nutritivo dos grãos;
- Atraso no crescimento da planta.
Esses sintomas estão ligados ao papel fundamental desse nutriente fundamental no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das plantas, já que ele se relaciona com funções que vão desde a constituição de elementos estruturais e metabólicos à sua participação na fixação biológica de nitrogênio.
Essa relação de sinergia entre o enxofre e o nitrogênio, inclusive, é muito importante também para o aspecto qualitativo do milho.
No capítulo Sulphur cycling in rice wetlands do livro Sulphur cycling on the continents, Lefroy e seus colegas pesquisadores afirmam que o enxofre e o nitrogênio “andam juntos” no metabolismo das plantas, através de duas rotas principais:
- A fixação biológica do nitrogênio do ar e a incorporação do nitrogênio mineral em aminoácidos;
- A formação de proteínas de qualidade.
O nitrogênio é fundamental para as plantas, estando envolvido em todas as funções e processos que são parte da vida da planta. Tais processos incluem a absorção iônica aos papeis do RNA e DNA, incluindo o controle hormonal e a diferenciação celular.
É o que explicam os pesquisadores Silvia Regina Stipp e Valter Casarin, no artigo A importância do enxofre na agricultura brasileira.
Dessa maneira, a atuação do enxofre na fixação biológica desse nutriente é muito relevante para as culturas agrícolas, incluindo o milho. Já em relação à formação de proteínas de qualidade, esse papel do nitrogênio, que é beneficiado pela presença do enxofre também é muito importante.
Isso porque as proteínas são compostas por uma ou mais cadeias de aminoácidos, de cuja composição o enxofre e o nitrogênio participam.
Dos 20 aminoácidos que compõem as proteínas vegetais, o nitrogênio participa da formação de todos eles. Já o enxofre faz parte de 4 desses aminoácidos:
- A cistina;
- A metionina;
- A cisteína;
- E a taurina.
É o que afirmam John e Margaret Brosnan, no artigo The Sulfur-Containing Amino Acids: An Overview. Em razão disso, quando há ausência ou deficiência de enxofre durante o crescimento das plantas, as proteínas formadas são de baixa qualidade.
De maneira particular, a cistina e a metionina são muito relevantes, já que o consumo de plantas com proteínas deficientes nesses aminoácidos é responsável por doenças irreversíveis em animais e no homem, como escorbuto, hemofilia e cegueira noturna, dentre outras.
Além disso, estudos mostram que o uso de enxofre elementar na cultura do milho potencializa a adubação fosfatada no milho. É o caso do artigo Eficiência de adubos fosfatados associados ao enxofre elementar na cultura do milho, de Jucenei Fernando Frandoloso e outros pesquisadores.
Outro ponto importante que vale a pena destacar é que, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos Brasileiros (SiBCS), compõem 58% do total dos solos nacionais, são, de maneira geral, pobres em enxofre.
Assim, é muito importante que o agricultor esteja atento à adubação do milho com enxofre, bem como com potássio, como já visto.
Mas, qual a melhor maneira de nutrir o milho com potássio e enxofre?
Como nutrir a lavoura de milho com potássio e enxofre?
Quando se fala em adubar o milho com potássio e enxofre, o agricultor pode optar por utilizar fontes separadas desses dois nutrientes.
Entretanto, existem fontes no mercado que oferecem potássio e enxofre em um único fertilizante. É o caso do sulfato de potássio, que é um composto químico que pode ser representado pela fórmula K2SO4.
Entre as vantagens que esse fertilizante tem, está a sua boa concentração de nutrientes: ele tem cerca de 50% de potássio, sob a forma de K2O, e 17% de enxofre, sob a forma de SO42-.
Todavia, o sulfato de potássio também possui algumas limitações que podem prejudicar o manejo agrícola. Uma delas é que ele tem uma alta mobilização vertical no solo.
Por causa disso, os nutrientes do sulfato de potássio se deslocam muito facilmente em direção às camadas mais profundas do solo, para longe do alcance das raízes, em um processo conhecido como lixiviação.
Assim, o agricultor acaba perdendo parte dos nutrientes que ele aplica no solo, fazendo com que haja prejuízos econômicos e também aumentando o risco da ocorrência de sintomas de deficiência de potássio e enxofre no milho.
Outra limitação relevante do sulfato de potássio,é o seu índice salino de 46%. Quando comparado com outros fertilizantes utilizados na agricultura, como o Cloreto de Potássio (KCl), cujo índice salino é de 116%, é um valor que não parece tão alto.
Índice salino de alguns fertilizantes utilizados na agricultura
Ainda assim, o uso intensivo do sulfato de potássio pode aumentar a salinidade do solo. Isso, por sua vez, pode trazer a deterioração da saúde da microbiota do solo.
Todavia, com o surgimento de novas tecnologias, outras fontes que conseguem oferecer potássio e enxofre para a agricultura foram surgindo. É o caso do BAKS®, fertilizante multinutriente desenvolvido pela Verde Agritech.
O BAKS® utiliza uma matéria-prima nacional rica em glauconita como fonte de potássio. Isso faz com que, além de melhorar parâmetros importantes do solo como a capacidade de retenção de água e nutrientes e ser rico em potássio, ele consiga nutrir a lavoura também com os micronutrientes boro e manganês.
Esses nutrientes muito importantes para as plantas. Além disso, o BAKS® também fornece o silício, um elemento reconhecidamente benéfico para as plantas, que ajuda, por exemplo, a induzir a resistência aos estresses abióticos.
Já como fonte de enxofre, ele utiliza o enxofre elementar micronizado, que tem uma granulometria muito fina graças à exclusiva tecnologia MicroS Technology.
Entre os benefícios dessa fonte de enxofre estão a alta concentração de enxofre e o fato de que ela é livre de lixiviação. Além disso, a granulometria fina faz com que haja uma maior uniformidade na distribuição do fertilizante no solo, otimizando o manejo.
Também graças às tecnologias utilizadas no seu processo de fabricação, o BAKS® não está sujeito ao fenômeno da segregação de nutrientes, que costuma ocorrer quando um fertilizante utiliza duas ou mais matérias primas diferentes.
A segregação de nutrientes pode afetar o desempenho dos fertilizantes agrícolas
Assim, o uso do BAKS® pode ser uma boa opção para o agricultor realizar a adubação com potássio e enxofre no milho de forma otimizada.
Buscar as melhores formas de fazer a adubação com potássio e enxofre é essencial para o sucesso da cultura do milho
Em síntese, a adubação com potássio e enxofre é muito importante para a cultura do milho, em razão das funções desses dois nutrientes nas plantas e da pouca disponibilidade deles nos solos brasileiros.
Assim, o agricultor precisa buscar as melhores formas de realizar o manejo desses nutrientes. Uma boa opção é utilizar fontes que forneçam potássio e enxofre de maneira conjuntas, mas de maneira eficiente e que otimize o manejo agrícola!