A qualidade dos grãos e da bebida do café é um fator muito importante para uma boa rentabilidade da cultura cafeeira: quanto melhor elas forem, maior será o valor de mercado do produto. Por isso, assegurar a boa qualidade do café tem se tornado o foco de muitos cafeicultores. Entenda como a nutrição das lavouras com fertilizantes pode interferir nesse parâmetro e quais as melhores alternativas!
Como a nutrição de plantas interfere na qualidade do café
O potássio é considerado o elemento da qualidade quando se fala em nutrição das plantas. O grande problema é que boa parte do potássio é fornecido através da adubação com o Cloreto de Potássio (KCl), que contém 47% de cloro, sob a forma do ânion Cl-.
O cloro é um elemento com alto nível de toxicidade, que é absorvido pelo cafeeiro e afeta a qualidade dos grãos e da bebida do café, além de trazer problemas no desenvolvimento das plantas.
Estudos ligam a adubação com fertilizantes com alto teor de cloro à uma atividade menor de uma enzima chamada polifenoloxidase, como é o caso do artigo Qualidade de grãos de café beneficiados em resposta à adubação potássica, do Doutor em Ciência do Solo Enilson de Barros Silva.
A polifenoloxidase faz parte de um grupo de substâncias conhecidas como compostos fenólicos e influencia o gosto, o sabor e a cor de muitos vegetais. Quanto menos atividade da enzima, pior a qualidade da bebida do café, como descreve a doutora em Nutrição de Solos pela Universidade de São Paulo, Hermínia Emilia Prieto Martinez, no artigo Nutrição mineral do cafeeiro e qualidade da bebida.
Portanto, uma adubação feita com excesso de cloro traz um café com menos qualidade de bebida e, em consequência, menos rentável para o produtor.
Outro problema causado pelo cloro na plantação de café está no desenvolvimento das plantas
No artigo Toxidez de Cloro em Mudas de Café Arábica Cultivadas em Vasos, O Dr. Cesar Abel Krohling investigou os efeitos de altas doses de cloro em mudas de café.
O pesquisador chegou à conclusão de que doses elevadas de cloro interferiram de forma negativa nos processos fisiológicos do cafeeiro. Altas doses do elemento foram identificadas nas folhas dos pés de café, indicando que o elemento foi absorvido por elas.
A consequência foi amarelamento e a queimadura das bordas das folhas, além da necrose de outros tecidos vegetais. Esses problemas levam a diminuição da capacidade de produção dos pés de café e uma menor rentabilidade da lavoura.
Problemas também para o solo e o microbioma:
O excesso de cloro causa problemas ainda para o solo e seu microbioma, que impactam diretamente na produção do café.
O cloro mata os microrganismos que são importantes para que as plantas realizem seus processos de desenvolvimento. No caso do café, isso traz consequências para a qualidade do que é produzido, segundo o produtor de café e 1º Q-Grader do Brasil, Bruno Souza:
“O que fermenta os açúcares e transmite aos grãos as características que são responsáveis pela maior parte da qualidade do café são as leveduras ou os fungos que a gente chama de wild yeast. As bactérias não têm tanta função direta na qualidade do café, mas elas produzem alimento para os fungos. Quando eu uso o cloro, eu mato essa população”.
Bruno Souza também fala sobre a necessidade de utilizar tecnologias que tenham menos quantidade de cloro:
O solo também sofre com o excesso de cloro:
Estudos indicam que esse elemento tem relação direta com o efeito de compactação e outros danos à estrutura do solo. Segundo o estudo The Potassium paradox: Implications for soil fertility, crop production and human health, do professor de Geologia e Ciência Agrícola da Universidade de Illinois, nos EUA, Dr. Timothy Ellsworth, juntamente com outros pesquisadores:
“O valor estabilizador do KCl há muito tempo é reconhecido na construção de pavimentos e fundações impermeáveis. Infelizmente, as consequências agronômicas [dessa compactação e impermeabilidade incluem a perda de CTC (Capacidade de Troca Catiônica) e baixa capacidade de retenção de água, o que não traz crescimento e produtividade da lavoura”.
O acúmulo de cristais de sais minerais resultantes do excesso de cloro também provoca a salinização do solo, que também reduz a sua capacidade de reter água e nutrientes. Isso torna o solo mais pobre e com menos capacidade de produzir.
Reduzir o uso de insumos que contenham altas doses de cloro, como o KCl é uma forma eficiente de eliminar os impactos negativos desse elemento na cultura do café. Assim, tanto a produtividade, a qualidade e a rentabilidade da lavoura de café pode ter melhoras significativas.
E no mercado, o agricultor já encontra algumas fontes alternativas de potássio para café eficientes, que são livres de cloro, como o K Forte®!