Entenda Por Que Os Psilídeos, Vetores Do Greening, Estão Preocupando Os Citricultores Brasileiros - Entenda Por Que Os Psilideos Vetores Do Greening Estao Preocupando Os Citricultores Brasileiros

Entenda por que os psilídeos, vetores do greening, estão preocupando os citricultores brasileiros

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Os psílídeos são insetos praga que são vetores de uma importante doença do cultivo dos citros: o greening. E esses insetos estão no radar de preocupações dos citricultores do Brasil. A razão para isso é o aumento da incidência dessa praga, bem como o desenvolvimento de resistência a determinados métodos de controle. Entenda mais sobre isso e descubra o que fazer para otimizar a prevenção contra o greening na citricultura!

O aumento da incidência dos psilídeos, vetores do greening

O cenário fitossanitário nas regiões do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro é motivo de apreensão, visto que os números referentes à captura de psilídeos, insetos que vetores do greening, por armadilhas atingiram um novo recorde.

Os dados que apontam essa alta são parte integrante do Alerta Fitossanitário, uma ferramenta essencial fornecida pelo Fundecitrus para auxiliar os citricultores no manejo regional do greening. Segundo o alerta, na segunda metade de agosto, considerando todas as áreas do parque citrícola, houve um crescimento alarmante de 147% na média de captura em comparação com a quinzena anterior.

A média saltou de 3,4 para 8,4 insetos por armadilha, marcando o mais alto índice já registrado em todo o histórico do monitoramento realizado pelo Fundecitrus. Diante dessa situação, todas as regiões do parque citrícola permanecem em estado de alerta máximo nos próximos 15 dias.

Um Dos Sintomas Do Greening É O Mosqueado Amarelado Nas Folhas, Também Sendo Recorrente O Enfezamento Da Planta, Clorose, Deformação De Frutos E Abortamento D

O greening é uma doença que pode causar muitos prejuízos à citricultura

Destaca-se ainda que as regiões de Santa Cruz do Rio Pardo, Bebedouro, Casa Branca e Novo Horizonte foram responsáveis por 66% de todas as capturas. A maior elevação foi registrada em Limeira, onde o índice subiu de 1,4 para 9,3, representando um aumento impressionante de 555%.

Em entrevista ao portal AgroLink, o engenheiro-agrônomo e coordenador do Departamento de Transferência e Tecnologia, Ivaldo Sala, enfatiza a importância da orientação aos produtores para adotarem uma abordagem regionalizada, colaborando com outros citricultores próximos.

Além disso, a utilização de estratégias conjuntas para a rotação dos modos de ação, aplicação de produtos com eficácia comprovada, frequência de pulverização adequada para diminuir a contaminação das plantas e impedir a reprodução do psilídeo são medidas essenciais.

Vale ressaltar a indispensabilidade da qualidade na aplicação dos produtos e da auditoria meticulosa de todo esse processo para enfrentar essa ameaça fitossanitária.

Nesse contexto, vale também estar atento a um outro fator que pode tornar esse combate ao psilídeo causador do greening nos citros mais difícil. 

O aumento da resistência a alguns métodos de controle

Uma outra pesquisa realizada pelo Fundecitrus, dessa vez em colaboração com a Esalq/USP, confirmou o início da resistência do psilídeo ao princípio ativo malationa, que pertence ao grupo químico dos organofosforados.

Esse fenômeno foi identificado em algumas microrregiões do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, marcando o terceiro grupo químico a apresentar essa resistência.

Anteriormente, o inseto vetor dessa importante doença da cultura dos citros já havia demonstrado resistência aos princípios ativos bifentrina e imidacloprido, dos grupos dos piretroides e neonicotinoides, respectivamente.

De acordo com a ProteCitrus, apenas a malationa está atualmente registrada como princípio ativo do grupo dos organofosforados para utilização no campo. No entanto, existem outros princípios ativos registrados para uso em citros que não estão listados, como acefato, clorpirifós, dimetoato, fosmete, metidationa e pirimifós-metílico.

Essas informações foram obtidas por meio de estudos conduzidos pelo engenheiro agrônomo e pós-doutorando da Esalq/USP no Fundecitrus, Fernando Amaral. Para confirmar a resistência a essa molécula, Amaral avaliou populações de psilídeos de quatro regiões do parque citrícola em laboratório, utilizando as gerações subsequentes dos insetos coletados no campo.

Segundo Amaral, embora a resistência esteja presente nessas microrregiões, ainda não atingiu os mesmos níveis de ineficácia no combate ao psilídeo observados em produtos dos grupos piretroides e neonicotinoides. Ele afirma que estamos testemunhando uma fase inicial da evolução da resistência. Isso evidencia mais uma vez a alta frequência de uso desse princípio ativo sem a correta rotação com outros modos de ação ou sem a dosagem adequada indicada na bula.

Nesse momento, os citricultores devem monitorar atentamente a presença de ninfas e psilídeos adultos nos pomares. Se houver falhas no controle, a malationa, como organofosforado, deve ser temporariamente retirada das opções de manejo do inseto. Isso será necessário até que, no futuro, a suscetibilidade seja restabelecida

Neste momento, é crucial que os citricultores deixem de usar grupos químicos com resistência comprovada (piretroides, neonicotinoides e, agora, organofosforado) e recorram a outras moléculas que demonstrem eficácia no combate ao psilídeo.

Estudos do Fundecitrus indicam que inseticidas dos grupos diamida, carbamato, sulfoxamina e espinosina alcançaram eficácia de ≥ 90% no combate ao inseto. Especificamente, as diamidas e os carbamatos mostraram maior eficácia na eliminação do psilídeo em todas as áreas analisadas.

O pesquisador do Fundecitrus, Marcelo Miranda, enfatiza que não basta apenas utilizar esses grupos químicos, é crucial também promover a rotação dessas moléculas para evitar que, futuramente, novas integrem a lista de produtos com resistência.

Neste momento, a frequência e a qualidade das aplicações, o manejo regionalizado e a auditoria são fatores indispensáveis. Além disso, a adição de óleo mineral (0,5% a 1%) misturado aos inseticidas também contribui para o manejo eficaz do psilídeo.

Além disso, é importante também que o agricultor esteja atento ao bom manejo nutricional da sua lavoura, já que isso pode contribuir para melhorar a resistência da lavoura a pragas e doenças, entre outros benefícios. 

Como a adubação pode ajudar no controle dos psilídeos e do greening?

É através da adubação que o manejo agrícola repõe os nutrientes que as plantas retiram do solo durante seus processos de crescimento, mantendo-o fértil. E, nesse contexto, os fertilizantes são essenciais, já que eles são os principais meios para fornecer esses nutrientes.

Além disso, muitos nutrientes têm um papel importante para a manutenção da qualidade dos alimentos e até mesmo na prevenção e controle de doenças e pragas agrícolas. É o caso, por exemplo, do potássio. De maneira geral, ele é o segundo nutriente mais requerido pelas plantas. Entre suas muitas funções no metabolismo e na fisiologia das plantas, está justamente a sua influência na qualidade dos alimentos.

O potássio ainda tem uma ação na indução da resistência das plantas contra esses bióticos, como pragas e doenças. Já outros nutrientes, como o enxofre, também são apontados por estudos científicos como atuantes no controle de pragas e doenças.

Nesse contexto, é importante ressaltar o papel do silício. Ainda que não amplamente considerado um nutriente essencial, ele é considerado pela comunidade científica como um elemento benéfico para as plantas.

Isso em razão das diversas vantagens que a sua inclusão no manejo nutricional pode trazer para elas.

Entre, elas, está justamente a indução da resistência aos bióticos, ou seja, pragas e doenças, como é o caso do greening. Além disso, ele também atua na indução da resistência aos estresses hídricos.

Por fim, é importante que o agricultor esteja atento para que o manejo nutricional não traga prejuízos para a microbiota benéfica do solo.

Isso porque a preservação da saúde biológica do solo é importante para práticas como o manejo biológico e o manejo integrado de pragas e doenças (MIP), que ajudam no controle de doenças importantes dos cintros, incluindo o greening.

Nesse sentido, é essencial a composição dos fertilizantes no manejo. É fato que alguns desses insumos que são amplamente utilizados na agricultura têm uma alta concentração de cloro na sua composição.

Por sua vez, isso não somente prejudica a microbiota benéfica do solo, trazer prejuízos para as plantas e também para a saúde do solo em si.

Tendo isso em mente, o uso de fertilizantes que não somente sejam eficientes, mas também tenham características que ajudem a melhorar a saúde do agroecossistema de maneira geral é crucial. É o caso, por exemplo, do K Forte® e do BAKS®, fertilizantes da Verde Agritech.

Eles têm características que são vantajosas, como o fato de serem multinutrientes, sendo fonte de potássio e outros nutrientes importantes para as plantas. Além disso eles são livres de cloro, o que evita os problemas associados ao excesso desse elemento no manejo nutricional.

O K Forte® e o BAKS® contam ainda com tecnologias exclusivas e inovadoras, desenvolvidas ao longo de anos de estudo, juntamente com instituições de pesquisa renomadas.

Graças a elas, por exemplo, o potássio e os demais nutrientes que os fertilizantes da Verde Agritech fornecem podem disponibilizados de forma gradual para as plantas.

Além disso auxiliar a construção e a manutenção da fertilidade do solo, há a geração de um efeito residual duradouro. Dessa maneira, o investimento do agricultor é valorizado.

A disponibilização gradual ajuda a valorizar o investimento do agricultor

Os fertilizantes da Verde Agritech contam ainda com diversas outras tecnologias exclusivas e inovadoras que fazem com que eles sejam soluções de manejo mais eficientes e vantajosas.

Dessa maneira, com a adoção de práticas como o controle biológico e a implementação de um manejo nutricional adequado e eficiente, o citricultor fortalecer a saúde do agroecossistema e do pomar, conseguindo lidar de maneira melhor com o greening e também alcançando melhores resultados em produtividade e qualidade.

É importante estar atento aos métodos de controle e também à adubação para lidar de maneira melhor com os psilídeos e o greening

Em síntese, estudos apontam que é preciso que o setor citrícola esteja atento aos psilídeos, insetos vetores da doença conhecida como greening. Isso porque a incidência da praga em áreas produtoras de citros tem aumentado.

Além disso, pesquisas indicam que alguns os agentes causadores do greening estão se tornando mais resistentes a alguns dos métodos de controle utilizados no manejo dessa praga, fazendo com que seja mais difícil lidar com ela.

Assim, é importante procurar métodos de controle que sejam mais eficazes, bem como cuidar da adubação adequada dos pomares, uma vez que essa etapa do manejo pode fazer a diferença na forma com que as plantas lidam com estresses bióticos, como pragas e doenças.

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