Entenda Como Construir Um Legado Familiar Na Agricultura

Entenda como construir um legado familiar na agricultura

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a sucessão familiar ainda enfrenta muitos desafios no campo. O IBGE aponta que apenas 30% das empresas familiares chegam na segunda geração, e só 5% conseguem resistir até a terceira.  Mas, como é possível reverter esse cenário e envolver a família no empreendimento rural, construindo um legado familiar na agricultura?

Para falar sobre esse assunto, o campeão de produtividade do Cesb da safra 19/20, Laercio Dalla Vecchia, juntamente com o engenheiro agrônomo e diretor técnico do Grupo Stracci, Lucas Stracci, participaram da live “Construindo legados na agricultura” no Instagram da Verde Agritech.

O evento foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte®, K Forte Boro e Silício Forte, no dia 08 de setembro de 2022.

Você pode conferir a conversa, mediada por Giuliano Alves, na íntegra pelo link:

O que é um legado familiar na agricultura?

Você já percebeu que, na agricultura, cada sistema de produção é único à região e ao grupo familiar ao qual pertence? E que uma mesma cultura ou produto podem ser produzidos por diferentes meios? Ou ainda, que esses conhecimentos acabam atravessando gerações?

Pois então, esse conjunto de particularidades que sustentam a família e a empresa no campo e que são passados dos pais para os filhos, e suas futuras gerações, correspondem ao legado familiar na agricultura.

Desde a sua criação, a agricultura sempre foi uma atividade que dependeu muito da transmissão de legados para o seu desenvolvimento e aprimoramento.

Entretanto, atualmente, essa prática tem enfrentado um sério desafio frente a descontinuidade dos agroempreendimentos pela evasão de jovens das comunidades rurais.

Segundo o agricultor Laercio Dalla Vecchia, existem diversos fatores que podem levar os filhos a não optarem por dar continuidade aos negócios da família, incluindo a forma de criação dos próprios pais:

“Se nós queremos que os nossos filhos sejam agricultores, precisamos desde cedo fazer com que esse amor pelo campo brote através do exemplo e do incentivo. Por meio das nossas atitudes e dos nossos gestos nós conseguimos tentar influenciar os nossos filhos.  Temos sempre que fazer com que as crianças estejam juntas no dia-a-dia da fazenda, ouvi-las e envolvê-las na tomada de decisão.”

Ele explica que esse tempo dedicado aos filhos é essencial para criação e fortalecimento dos laços familiares, que são essenciais em um processo de construção e transmissão de um legado familiar na agricultura.

Além disso, o engenheiro agrônomo Lucas Stracci destaca que nesse momento é imprescindível que seja criado um bom diálogo entre os pais e filhos, buscando sempre respeitar as aptidões de cada um:

“Esse respeito pelo momento de cada um é muito importante, porque eu, por exemplo, acabei me inserindo no grupo de uma maneira diferente do meu pai. Enquanto meu pai se inseriu muito na parte da operação, eu já me inseri muito mais no lado da tecnologia.”

Entretanto, também é preciso entender que nem sempre as expectativas dos pais para que os filhos herdem o negócio da família serão atingidas, caso as suas aptidões não estejam relacionadas com a atividade do campo.

Laercio Dalla Vecchia pontuou que, mais importante que suceder o negócio da família, é que os filhos sejam felizes.

Além do estabelecimento do bom diálogo e envolvimento dos filhos nas atividades do campo, também é importante que o agricultor esteja atento a outros aspectos que envolvem a sucessão familiar.

Um exemplo disso é a própria sustentabilidade do agronegócio ao longo dos anos.

Como construir um legado na agricultura?

Além da estruturação de uma base familiar sólida, o processo de construção de um legado familiar na agricultura também envolve o cuidado com a própria sustentabilidade econômica e ambiental do empreendimento no campo.

O agricultor deve buscar sempre por formas de manejo e práticas agrícolas que não degradem um dos únicos e maiores patrimônios que ele e sua família tem no campo: o solo.

“Nós, agricultores, estamos aqui só de passagem. Então, cabe a nós cuidar do solo com carinho fazendo as boas práticas agrícolas, porque é ele que vai ficar para os nossos filhos e netos.”, destacou Laercio Dalla Vecchia.

Laercio Dalla Vecchia explicou que o agricultor deve sempre olhar para o solo como um recurso não renovável, ou seja, ele sempre tem que buscar por formas de manejo e práticas agrícolas que beneficiem as suas propriedades físicas, químicas e biológicas.

Mas, ele destacou que esse processo nem sempre envolve, necessariamente, maiores custos aos agricultores. Muitas práticas, como a substituição de insumos, a mudança no regime de entradas nas lavouras, a otimização de processos, envolvem apenas uma análise criteriosa dos dados da lavoura para a tomada de decisão.

Para isso, Lucas Stracci recomendou que as análises de mapas de produtividade, associadas a práticas de monitoramento e a própria agricultura de precisão são importantes ferramentas que o agricultor pode usar para investigar a fundo a sua propriedade.

E uma vez identificados pontos de melhoria na propriedade, o agricultor pode ir gradativamente incorporando as mudanças nas suas áreas de produção. Isso porque os testes são muitos importantes para quebrar os paradigmas e implementar novas tecnologias na propriedade.

Em conclusão, tanto Lucas Stracci quanto Laercio Dalla Vecchia destacaram que nada substitui o básico bem feito, já que ele será o alicerce de todas as práticas e tecnologias que serão incorporadas ao sistema de produção.

Entenda mais sobre a construção de legados na agricultura e confira as experiências compartilhadas por Laercio Dalla Vecchia e Lucas Stracci,  assistindo o vídeo da live na íntegra!

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