Especialistas Debatem Sobre O Aumento De 70 Na Produtividade Dos Plantios Comerciais De Eucalipto Em Grandes Empresas

Especialistas debatem sobre o aumento de 70% na produtividade dos plantios comerciais de eucalipto em grandes empresas

No dia 09 de junho, Raul Chaves e Marcos Diogo se reuniram no evento “Encontro com Gigantes – Especialistas debatem aumento de 70% na produtividade dos plantios comerciais de eucalipto”. O evento online é promovido pela Verde, empresa que produz o fertilizante K Forte®.

A conversa pode ser vista na íntegra aqui:

Raul Chaves, engenheiro florestal pela ESALQ/USP, ajudou a aumentar a produtividade dos plantios comerciais da Duratex em mais de 70%, empresa pioneira na produção de chapas de fibra de madeira no Brasil. Hoje atua como consultor dando continuidade, no trabalho que iniciou, para a atual equipe da empresa.

Quanto aos resultados expressivos na Duratex, Raul Chaves citou ser um conjunto de fatores: “Entender que a planta está interagindo com seu genoma, com a sua parte genética, que ela está interagindo com uma série de coisas no meio ambiente. O segredo é descobrir, rapidamente, aqueles fatores que estão em níveis inferiores e tentar elevá-los”.

A atividade de melhorias de uma floresta cabe muito a parte de observação, destacou Chaves: “É preciso buscar o entendimento do que está acontecendo naquela área e conseguir interpretar suas restrições e, a partir disso, estabelecer um plano de ação”.

Para que o trabalho ocorra, de forma harmoniosa, segundo Raul, é necessário o envolvimento de toda a equipe, não só da parte de desenvolvimento e de pesquisa. É preciso que toda a operação esteja compromissada para a geração de níveis superiores de produtividade.

Raul chaves pontuou, ainda, algumas situações que podem vir a diferenciar os resultados nos plantios comerciais de eucalipto e trazer aumento de produtividade:

1 – Seleção das espécies

A parte genética, a seleção das espécies, conduzindo programas de melhoramento, testando a adaptação dessas espécies, até começar a ser desenvolvido, efetivamente, um programa de cruzamentos, e fazer clonagens.

“Existe hoje no Brasil uma base genética, muito boa, para ser utilizada. A adaptação vem depois de diversas centenas de testes, em diferentes situações”.

2 – Nutrição florestal

Há 40 anos atrás o que se fazia em termos de nutrição era muito básico. Tinha-se uma visão de que o eucalipto se adaptava e tirava seu próprio sustento. Hoje sabemos que existe muita técnica por trás do aumento da produtividade, por exemplo a adubação de segunda rotação.

3 – Manejo

Um setor, que também foi se desenvolvimento, gradativamente, no Brasil foi o manejo. Temos que pensar quais devem ser as práticas culturais e observar as interações em diferentes tipos de ambientes.

Marcos Flávio Gontijo Diogo, engenheiro agrônomo, atua com recursos energéticos em silvicultura e colheita florestal na BRF, uma das maiores produtoras de alimento do Brasil. Ele contou sua experiência na empresa: “Desde 2014 já existiam algumas áreas bem manejadas, mas a maioria era de plantios antigos, com baixos níveis tecnológicos de manejo. Tinham produtividade média muito baixa.”

Foi preciso pensar em novas práticas e atuações diferenciadas para melhorar a produtividade, destacou Marcos Diogo:

“Em termos práticos de manejo podemos dizer que passamos a diagnosticar melhor nossas áreas, fazer o melhor monitoramento de pragas e doenças, além da análise de solo e foliar feitos por uma consultoria, uma orientação voltada para uma floresta de alta performance. E diversificação dos materiais genéticos. Uma coisa que fizemos diferente foi levar em conta a parte química e microbiológica do solo.”

Marcos conta que a partir de 2017 passou a experimentar alguns manejos diferentes, que levassem em conta o fator microbiológico do solo e disse que isso fez muita diferença em termos de controle de pragas e doenças.

O pilar de tudo é a fertilidade. Um dos desafios de hoje é ter florestas de alta performance em solos que não são pobres, é realizar a nutrição adequada desses locais, salientou Marcos.

Marcos chamou a atenção para a adubação potássica, nutriente que a o eucalipto demanda muito e conta do desafio de nutrir as plantas em solos mais pobres, onde há problema de lixiviação.

A solução encontrada foram as fontes de liberação mais lenta:“Com esse manejo de liberação mais lenta, a gente pode se dar ao luxo de não fazer a adubação de cobertura. Aquele elemento que antes era perdido pelo solo não conseguir reter, hoje é perdido muito pouco”.

Raul Chaves conclui que hoje existem cerca de 900 espécies diferentes de eucalipto. Dessas, 100 vão ter um potencial maior e aqui no Brasil uma média de 20 a 30 vão ter mais produtividade.

“A grande vantagem que o setor florestal tem é que os problemas de melhoramento são bastante iniciais. As possibilidades são inúmeras.”

Além do material genético é, perfeitamente adequado observar e repensar a questão do ambiente e do manejo, concluiu Marcos Diogo.

Raul Chaves é consultor e coaching de equipes em desenvolvimento silvicultural e tecnológico de florestas. É formado em Engenharia Florestal pela ESALQ/USP.

Ao longo da sua carreira, em sinergia com a operação florestal e equipes multidisciplinares, Raul ajudou a aumentar a produtividade dos plantios comerciais da Duratex em mais de 70%.

Durante 39 anos de experiência na Duratex, empresa pioneira na produção de chapas de fibra de madeira no Brasil, Raul Chaves desenvolveu amplo conhecimento das técnicas de manejo adequadas para obter altas produtividades florestais.

Também teve atuação junto a programas cooperativos de pesquisa e tecnologia com institutos de pesquisas, universidades e empresas florestais.

Marcos Flávio Gontijo Diogo atua com Recursos Energéticos em Silvicultura e Colheita Florestal na BRF, uma das maiores produtoras de alimento do Brasil.

Na BRF desde 2007, trabalhou com licenciamento ambiental, gestão e manejo de resíduos sólidos, Implantação de sistemas de compostagem, estudos de viabilidade agronômica para destinação de resíduos orgânicos (cama aviária, lodo de esgoto, resíduos do incubatório), tendo produzido inúmeros trabalhos científicos através de parceria entre BRF e UNIFIMES.

Em 2014, passou a integrar a área de Recursos Energéticos, atuando com Silvicultura e Colheita Florestal, onde implementou práticas sustentáveis na produção de florestas de eucalipto. Marcos também tem ampla experiência em consultoria técnica em grandes culturas de soja e milho, além de ter coordenado o Projeto de Recuperação ambiental das Nascentes do Rio Araguaia e Projeto de Agricultura e Conservação pela Fundação Emas de Mineiros.

Marcos Flávio Gontijo Diogo é formado em Engenharia Agronômica pela UNIFIMES de Mineiros-GO e especialista em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Agrícolas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).

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