3 dicas para melhorar a adubação com magnésio na soja

3 dicas para melhorar a adubação com magnésio na soja

Nos últimos anos, o crescimento dos patamares de produtividade de soja no Brasil vem sendo um resultado combinado do aumento do potencial de rendimento das cultivares e da melhoria do ambiente produtivo. Nesse âmbito, se destaca o manejo do equilíbrio dos nutrientes do solo. Dentre eles, o potencial de contribuição do magnésio para a qualidade da soja vem ganhando relevância. Veja a seguir 3 dicas para melhorar a adubação com magnésio na soja!

Os benefícios da adubação com magnésio na soja

O manejo correto da adubação com magnésio na soja pode trazer muitos benefícios para a cultura.

Isso pode ser explicado pela participação ativa desse nutriente em diversos processos metabólicos e outras funções essenciais para o crescimento, produtividade e qualidade das plantas.

Estima-se que até 75% do magnésio foliar está envolvido com a síntese proteica, uma vez que ele atua como um dos principais ativadores enzimáticos das plantas e na incorporação do carbono obtido por meio do processo de fotossíntese.

O magnésio também tem um importante papel para formação de óleos: já existem diversos estudos que constataram a maior presença de magnésio em sementes oleaginosas. É o que afirmam os autores Edward J. Russell e E. Walter Russell, no livro Soil Conditions and Plant Growth.

Dessa forma, a ação combinada do magnésio para a síntese proteica e a formação de óleos em sementes pode levar a uma grande contribuição para a qualidade da soja, uma semente oleaginosa com mais de 40% de proteínas acumuladas nos grãos.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cada tonelada de grãos de soja produzidos chega a exportar cerca de 2 kg de magnésio do campo.

Entretanto, para se alcançar o máximo desempenho do magnésio na soja é preciso contar com algumas boas práticas de adubação, que envolvem:

1. Manter o bom equilíbrio de nutrientes no solo

O magnésio, assim como outros nutrientes catiônicos, pode ficar retido temporariamente no solo para ser absorvido pelas plantas.

Essa capacidade de retenção de cátions do solo é mensurada através de um parâmetro chamado de capacidade de troca catiônica do solo, também conhecido como CTC do solo.

A CTC do solo corresponde à quantidade de cargas negativas presentes nele. Cargas essas que são denominados ânions. Dentro das dinâmicas eletroquímicas do solo, e esses ânions vão se ligar aos cátions presentes no solo, dependendo:

  • Do pH do solo;
  • Da natureza dos cátions trocáveis;
  • Da concentração dos cátions na solução do solo.

A partir disso, é possível inferir que o tempo de permanência do magnésio do solo não vai depender apenas da presença de cargas negativas no solo, mas também da relação que ele estabelece com os outros elementos na solução do solo.

Ou seja: se os nutrientes do solo não se encontram em equilíbrio, facilmente as plantas podem apresentar sintomas de deficiência, mesmo que os teores de magnésio do solo estejam adequados.

Tanto a aplicação excessiva de potássio, quanto de fontes de cálcio, por exemplo, pode levar à inibição da absorção de magnésio pelas plantas.

E, no Brasil, o desequilíbrio dos nutrientes no solo ainda é um problema recorrente, visto o uso intensivo de fertilizantes muito solúveis em água, assim como a ampla utilização do calcário como única fonte de magnésio para as plantas.

Assim, diversos pesquisadores preconizam o uso das doses adequadas dos nutrientes do solo, buscando alcançar as seguintes saturações dos nutrientes no seu complexo de troca:

  • Cálcio: 65% – 85%;
  • Magnésio: 4% – 12%;
  • Potássio: 2% – 5%.

Além do manejo adequado das doses dos fertilizantes, também é possível que o agricultor alcance um melhor equilíbrio de nutrientes no solo ao usar fertilizante de liberação progressiva, uma vez que podem liberar os nutrientes num ritmo próximo às necessidades das plantas.

2. Aplicar o fertilizante da maneira correta

Segundo a Embrapa Soja, apesar da mobilidade de magnésio no solo depender da disponibilidade de água, um processo que contribui significativamente para a absorção do magnésio pelas plantas é a interceptação radicular.

Nesse processo, a absorção de nutrientes pelas plantas depende do bom desenvolvimento das raízes, para que elas entrem em contato com o magnésio para ele ser absorvido. Assim, práticas que busquem a prevenção da compactação excessiva do solo são essenciais.

 

A substituição do Cloreto de Potássio (KCl) por outras fontes de potássio é uma importante prática de prevenção da compactação do solo.

Além disso, no manejo da adubação, a incorporação das fontes de magnésio no solo pode trazer melhores resultados.

E isso explica por que a aplicação do calcário como fonte de magnésio precisa de mais tempo para que as plantas consigam acessar os nutrientes, já que sua aplicação geralmente é feita a lanço.

3. Escolher a fonte de magnésio mais adequada

Por fim, outra prática que pode ter um grande impacto no manejo da adubação com magnésio na soja é a escolha da fonte de magnésio mais adequada.

Como apresentado anteriormente, fontes de magnésio de liberação progressiva podem melhorar o equilíbrio entre os nutrientes no solo e evitar que os sintomas de deficiência induzida surjam na lavoura, principalmente na fase de enchimento de grãos.

Outra característica que também deve ser levada em consideração é o efeito residual dos nutrientes.

Como os fertilizantes com maior efeito residual são capazes de reduzir as perdas no sistema solo-planta-atmosfera, esta também é uma característica que deve ser buscada, uma vez que o magnésio pode ser facilmente perdido pelos processos de lixiviação e erosão do solo.

A adubação com magnésio é uma importante aliada para a qualidade da soja

Levando em consideração as suas funções dentro dos processos de crescimento e desenvolvimento da soja, a adubação com magnésio é uma importante aliada para a qualidade dessa cultura.

Isso porque ela promove diversos benefícios para a cultura, que incluem o favorecimento de um melhor teor proteico e o acúmulo de óleos nos grãos.

Assim, o agricultor deve sempre visar à manutenção do equilíbrio de nutrientes no solo, a fim de evitar a indução de sintomas de deficiência de magnésio, além de também aplicar os fertilizantes de forma correta.

Nesse sentido, é de igual importância a escolha de fertilizantes de liberação progressiva e com longo efeito residual, para que seja possível aproveitar o máximo potencial dos benefícios das fontes de magnésio para a lavoura!

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