Como controlar a cigarrinha-do-milho e o complexo de enfezamentos através da nutrição das plantas?

Como controlar a cigarrinha-do-milho e o complexo de enfezamentos através da nutrição das plantas?

Você já observou o avermelhamento ou amarelecimento generalizado ou estrias esbranquiçadas nas plantas de milho, associadas a quedas de produtividade? Saiba que esses sintomas podem estar associados ao complexo de enfezamentos do milho, que são transmitidos pelo seu vetor: a cigarrinha-do-milho. Esse ainda é um problema sem solução que tem se alastrado ano após ano nas lavouras brasileiras, mas que pode ser controlado e mitigado usando um conjunto de boas práticas no campo, que incluem a nutrição vegetal.

Para falar sobre esse assunto, o agrônomo com mais de 15 anos de experiência e criador do movimento DeOlhoNaPlanta, Luís Eduardo Salvatico, participou do “Encontro com Gigantes – Cigarrinha-do-milho: como o potássio pode contribuir no manejo desta praga?”.

O evento foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte®, K Forte Boro e Silício Forte, no dia 15 de setembro de 2022.

Você pode conferir a conversa, mediada pela Dra. Rafaela Santos, na íntegra pelo link:

Quais são os impactos da cigarrinha-do-milho?

Nos últimos anos, a cigarrinha-do-milho tem atraído a atenção de muitos agricultores, mas não por causa dos impactos diretos que ela causa enquanto um inseto-praga na lavoura.

A causa principal da preocupação com as infestações desse inseto nas lavouras é o fato de que ele é um importante vetor dos três principais agentes patogênicos que causam o complexo de enfezamento do milho.

“O dano da cigarrinha como inseto, faz com que ela seja uma praga de baixa importância econômica. O grande problema acontece é quando ela atua como vetor, uma praga que transmite o complexo de enfezamentos.”, pontuou o agrônomo Luís Eduardo Salvatico

Esse inseto pequeno de cor branco-palha, quando infectado, é capaz de infectar as plantas com fitopatógenos durante a sua alimentação, incluindo aqueles que causam o complexo de enfezamento do milho:

  • As bactérias do grupo fitoplasma;
  • As bactérias do grupo espiroplasma;
  • O vírus Maize rayado fino virus.

Enquanto as bactérias do grupo fitoplasma e espiroplasma são responsáveis por causar o enfezamento-vermelho e o enfezamento-pálido do milho, respectivamente, e é atribuído ao vírus a virose da risca.

Luís Eduardo Salvatico explicou que essas doenças podem trazer muitos prejuízos para a produtividade do milho, uma vez que elas levam à redução da capacidade de absorção, assimilação de nutrientes e produção de fotoassimilados das plantas e ainda reduzem a taxa de crescimento do milho.

Entretanto, como ainda não existe nenhuma tecnologia ou produto capaz de conter a progressão do complexo dos enfezamentos, grande parte dos esforços para contenção dessa doença fica concentrada no controle do seu vetor: a cigarrinha-do milho.

Segundo Salvatico, o controle efetivo da cigarrinha-do-milho normalmente envolve um conjunto de boas práticas, adotando táticas preventivas para reduzir a população de insetos e fonte de inóculos. Mesmo assim, o controle desse inseto-praga no Brasil é cercado de vários desafios:

“A planta hospedeira da cigarrinha é o milho, ou seja, a praga precisa dela para se multiplicar. Mas, quando não tem milho, ela pode usar como refúgio algumas outras espécies, como milheto, capim colonião, braquiária dentro outras espécies. Além disso, a cigarrinha-do-milho é capaz de usar a mata nativa como refúgio e acumular reservas de gordura, o que permite ela passar pelos períodos mais frios do ano em que a taxa de eclosão de ninfas é baixa.”, explicou Luís Eduardo Salvatico.

Além das próprias características da praga, Luís Eduardo cita que um dos grandes problemas no Brasil é o cultivo da planta hospedeira durante o ano todo em muitas regiões do país, o que cria pontes verdes que proporcionam a manutenção das populações da cigarrinha no campo.

Entre esses fatores, também está inclusa a presença de condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da praga, que potencializam a taxa de eclosão de ninfas e número de ovos depositados por cada fêmea por dia.

Dessa forma, Luís Eduardo Salvatico explica que além do monitoramento e controle da praga, também é importante que o agricultor também valorize e potencialize a capacidade natural de defesa das plantas:

“Cada vez mais é importante buscar entender com a planta funciona, como ela reage e quais são os seus mecanismos de defesa, para que você, através da boa construção do ambiente, possa tornar ela mais responsiva, mais defensiva e mais resistente à cigarrinha-do-milho e às doenças transmitidas por esse vetor.”

Mas, como o agricultor pode lidar com a cigarrinha-do-milho e controlar o enfezamento do milho?

Como controlar o enfezamento do milho?

De acordo com o agrônomo Luís Eduardo Salvatico, uma das práticas capazes de controlar e mitigar o enfezamento do milho é a nutrição das plantas. Entretanto, esse é ainda um tópico pouco trabalhado no campo:

“Se o complexo de enfezamentos reduz a absorção e assimilação de nutrientes e produção de fotoassimilados e eu sei que existem nutrientes e elementos benéficos que potencializam esses processos, eu posso mitigar os problemas causados pelos enfezamentos com a boa nutrição das plantas. Ainda se fala muito no uso de híbridos, controle químico, controle biológico, e muito pouco em nutrição.”

Ele explicou que existem diversos nutrientes que podem ajudar a planta a mitigar os problemas causados pelo complexo de enfezamentos sendo que, dentre eles, ele destacou o potássio, o magnésio, o boro e o silício.

O potássio, por exemplo, é responsável por controlar o regime de água dentro da planta que, por sua vez, favorece o transporte de nutrientes dentro dos vegetais.

Além disso, esse macronutriente também facilita a entrada de CO2 para dentro da planta e proporciona o aumento do colmo do milho, o que favorece a produtividade da cultura e a resistência das plantas ao tombamento.

Em conclusão, Luís Eduardo Salvatico ressaltou que também é preciso pensar na dose adequada de nutrientes quando falamos em nutrição de plantas. Isso porque o desequilíbrio nas relações nutricionais das plantas pode ter um efeito contrário no controle do complexo de enfezamentos e seu vetor.

Para entender mais sobre como o potássio pode contribuir no manejo da cigarrinha-do-milho, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!

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