A aplicação de fontes de silício na agricultura tem se tornado um importante aliado do agricultor para manter a sanidade e produtividade das lavouras, mesmo em condições ambientais adversas. Isso porque plantas bem nutridas com esse elemento manifestam diversos benefícios, que são essenciais para a perenidade de diversas tecnologias presentes no mercado para o controle de pragas e doenças, além de proporcionar a construção de uma agricultura cada vez mais economicamente viável e ambientalmente sustentável.
Para falar sobre esse assunto, o pesquisador que é autoridade no estudo do silício na resistência das plantas às doenças e professor associado ao Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Dr. Fabrício Rodrigues, participou do “Encontro com Gigantes – Silício no controle de doenças: aprenda com a maior autoridade no assunto”.
O evento foi promovido pela Verde Agritech, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte® e Silício Forte, no dia 23 de junho de 2022.
Você pode conferir a conversa, mediada pela Dra. Lilian Matias, na íntegra pelo link:
Os benefícios do uso do silício nas plantas
Desde 2015, a comunidade científica reconhece silício (Si) como um elemento benéfico para as plantas por oferecer diversos benefícios para o crescimento, proteção e metabolismo de diversas culturas. Entre esses diferentes benefícios estão inclusos:
- Aumento da resistência das plantas aos estresses abióticos, como o estresse hídrico, salino, térmico e pela radiação solar;
- Redução da intensidade das doenças e a infestação por insetos-praga;
- Aumento da resistência das culturas aos metais pesados;
- Melhoria do balanço nutricional da planta.
“A redução da intensidade de doenças, por exemplo, se dá principalmente pela criação de uma camada de sílica abaixo da cutícula da planta, o que dificulta a penetração do patógeno. Entretanto, como a deposição do silício não é homogênea, esse maior tempo que o patógeno vai levar para ingressar dentro das células vegetais, proporcionará um maior tempo para que as plantas ativem seus mecanismos de defesa. O resultado desse processo será a redução da colonização dos tecidos das plantas pelo patógeno, que é indicado principalmente pelo aparecimento de lesões pequenas. Assim, em termos epidemiológicos, a doença se desenvolve de forma menos impactante nas culturas.”, complementou o Dr. Fabrício Rodrigues
Segundo o Dr. Fabrício Rodrigues, grande parte desses benefícios serão manifestados principalmente em plantas sob algum tipo de estresse, uma vez que ainda não é possível perceber fenotipicamente uma resposta do silício em plantas que não estão sofrendo estresse, seja ele de origem biótica ou abiótica.
Além disso, para alguns tipos de estresse, como aqueles causados por doenças, serão as plantas susceptíveis que, de forma geral, irão demonstrar de forma mais perceptível os benefícios gerados pelo silício para atenuação do estresse.
Isso porque as plantas consideradas resistentes, por exemplo, já têm consolidado a sua própria capacidade genética de defesa, tornando assim, secundários os benefícios da adubação com silício na lavoura.
Apesar dos diferentes benefícios do silício já serem comprovados cientificamente, o Dr. Fabrício Rodrigues aponta que a sua baixa adesão na agricultura ainda se dá pela pouca difusão das pesquisas já realizadas, além das diferentes legislações e fontes de silício presentes em cada país.
É o que apresenta também Wendy Zellener e outros pesquisadores, no artigo Silicon’s role in plant stress reduction and Why this element is not used routinely for managing plant health.
Mas, se o silício é considerado o segundo elemento mais abundante na natureza, porque os agricultores tem que recorrer à adubação com silício para desfrutar dos seus benefícios?
A adubação com silício nas plantas
Segundo o Dr. Fabrício Rodrigues, a maioria das classes de solos presentes no Brasil necessitam da reposição de silício. Isso porque o longo processo de formação dos nossos solos acabou levando à perda progressiva do silício do sistema pelo processo de lixiviação.
Para isso, ele recomenda fornecer o silício no solo, uma vez que dessa forma as plantas terão a oportunidade de colocar muito silício dentro dos seus tecidos. Entretanto, é importante que o agricultor e o técnico responsável avaliem a cultura e, se for o caso o patógeno alvo, antes de optar pela aplicação via raiz ou foliar.
Algumas culturas dependem muito da presença de água para absorver o silício, sob a forma ácido monossilícico (H4SiO4), uma vez que esse processo é dependente da transpiração vegetal.
Já outras culturas são capazes de expressar genes responsáveis pela produção de proteínas especializadas que coordenam o transporte ativo do silício. Sendo um desses genes o Lsi1, que já foi identificado em espécies, como:
- Brachypodium distachyon;
- Equisetum arvense;
- Phaseolus vulgaris;
- Triticum aestivum;
- Glycine max;
- Oryza sativa.
Plantas bem nutridas em silício, além de manifestarem diferentes benefícios para o agricultor do ponto de vista agrícola, tem se tornado também um importante recurso para reduzir o impacto ambiental de alguns manejos e ao mesmo tempo favorecer a preservação de diferentes tecnologias presentes no mercado.
Segundo o Dr. Fabrício Rodrigues, o uso do silício tem permitido, por exemplo, a preservação de muitas moléculas de inseticidas e fungicidas, uma vez que o seu uso já vem demonstrando resultados positivos para a redução da aplicação desses insumos.
Em um recente estudo conduzido por ele e sua equipe, constatou-se que os tratamentos nos quais foram usados uma combinação de aplicações alternadas entre um fungicida para controle da Ferrugem Asiática da soja e a fonte de silício, Silício Forte, proporcionaram em relação ao controle:
- A melhoria do peso de 1000 grãos e da produtividade da soja;
- A redução da progressão da doença ao longo do tempo;
- A manutenção dos teores de pigmentos fotossintéticos;
- A redução da desfolha nas plantas de soja;
“Os resultados dessa pesquisa mostraram que é possível reduzir o número de aplicações de fungicidas com o uso do Silício Forte. Tornando-o assim uma importante alternativa capaz de proporcionar uma economia financeira para o agricultor, uma menor agressão ao ecossistema e uma menor a pressão de seleção do patógeno ao controle químico, que permanece sensível ao fungicida.”, complementou o Dr. Fabrício Rodrigues
Concluindo, o Dr. Fabrício Rodrigues mencionou que a introdução assertiva do silício nos programas de adubação da lavoura se tornará um importante recurso para manter a sustentabilidade econômica e ambiental da cadeia produtiva agrícola!
Para entender mais sobre o papel do silício no controle de doenças, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!
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