Deficiência de magnésio no eucalipto: como identificar?

Deficiência de magnésio no eucalipto: como identificar?

Você já observou manchas amareladas e pontos necróticos nas folhas mais velhas do eucalipto? Esse pode ser um dos sintomas de deficiência de magnésio na cultura. Conheça mais sobre esse e outros sintomas de deficiência de magnésio no eucalipto e como evitá-los através do bom manejo desse nutriente no campo!

Os sintomas de deficiência de magnésio no eucalipto

No Brasil, grande parte dos cultivos de eucalipto foram conduzidos durante muito tempo em solos de baixa fertilidade e que não costumam ser aptos para cultivos anuais, também conhecidos como solos marginais.

Entretanto, essa prática criou diversos desafios para o setor, que precisa alcançar o bom desempenho das plantas em condições de cultivo desfavoráveis.

Nesse sentido, grande parte das espécies de eucaliptos plantadas no país até são tolerantes a algumas condições adversas encontradas no campo, como a acidez do solo. Entretanto, ainda assim elas demandam diversos cuidados do agricultor para que possam expressar todo seu potencial produtivo.

Dentre os diferentes cuidados necessários para alcançar a alta performance dos povoamentos florestais, a nutrição das plantas tem se mostrado como um importante ponto a ser manejado pelo agricultor.

Isso porque diversos sintomas de deficiência nutricional podem impactar tanto na qualidade quanto na produtividade do eucalipto, incluindo os sintomas de deficiência de magnésio.

 

A nutrição florestal está entre os fatores que podem afetar a produtividade do eucalipto.

Inicialmente, plantas de eucalipto com deficiência de magnésio não apresentam sintomas visuais aparentes dessa desordem nutricional. Nesse estágio, são comuns relatos relacionados apenas à perda de produtividade.

No estado de São Paulo, foram registrados sintomas de deficiência de magnésio em plantações de eucaliptos situados em áreas com solos de areia quartzosa e latossolos arenosos, com baixos teores de magnésio disponíveis e ainda associados a adubações inferiores às exigências da cultura.

É o que relatam Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira e outros pesquisadores, no arquivo do agrônomo nº 12 da POTAFOS Seja o doutor do seu eucalipto.

Com a progressão dos sintomas, o agricultor passará a identificar nas plantas um gradiente de sintomas devido a mobilidade do magnésio na planta. Como esse nutriente é móvel dentro da planta, os sintomas acabam se iniciando e sendo mais intensos nas folhas mais velhas.

Também é importante que seja observado uma certa simetria dos sintomas, ou seja, que as folhas de ambos os lados dos ramos apresentem anomalias, para que isso esteja correlacionado a uma deficiência nutricional.

No caso da deficiência de magnésio no eucalipto, essas anomalias são caracterizadas pelo aparecimento de manchas amareladas e pontos necróticos nas folhas mais velhas, com as nervuras permanecendo verdes.

Esse padrão sintomático está muito relacionado às funções que o magnésio desempenha na planta, especialmente para a síntese de clorofila. A clorofila é o principal pigmento fotossintético responsável por dar a cor verde às plantas e pela captação da luz solar.

É por esse motivo que, na ausência de teores adequados de magnésio no solo, as plantas tendem a ter a maior parte da produção desse pigmento inibida. Produção que posteriormente é degradada preferencialmente na região internerval das folhas, comprometendo severamente o processo de fotossíntese das plantas.

No capítulo Forest plantation do livro Plant analysis: an interpretation manual, Robert Boardman e outros autores ressaltam, por exemplo, que plantas de Eucalyptus dunnii se encontram deficientes quando os teores de magnésio das folhas são inferiores a 1,5g/kg.

Entretanto, esse valor pode ser maior ou menor dependendo da espécie, tipo de solo, manejo empregado e diversos outros fatores específicos ao local de cultivo.

Como, então, conduzir um bom manejo de magnésio para as plantações de eucalipto e evitar os sintomas de deficiência?

A adubação com magnésio no eucalipto

O primeiro passo para garantir o bom manejo do magnésio no eucalipto se inicia com o entendimento de que ele começa muito antes da prática de adubação em si.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o manejo inadequado de algumas práticas agrícolas de correção do solo e da própria adubação tem agravado os impactos da deficiência de magnésio na agricultura.

Isso acontece porque o magnésio pode ter sua absorção pelas plantas inibida, caso não seja alcançado um equilíbrio de nutrientes no solo, principalmente entre o cálcio, o magnésio e o potássio.

Por isso, realizar práticas adequadas de amostragem e análise do solo e posterior correção e adubação do solo são essenciais para que haja uma boa disponibilidade de magnésio para as plantas.

Além disso, nesse processo também é importante que o agricultor entenda quais são as exigências nutricionais do seu povoamento florestal e utilizá-la como referência para trabalhar com a adubação com magnésio no eucalipto.Acúmulo de macronutrientes em componentes removidos da área de produção, por espécies de Eucalyptus, expresso em Kg de nutrientes por tonelada de biomassa produzida.

Acúmulo de macronutrientes em componentes removidos da área de produção, por espécies de Eucalyptus, expresso em Kg de nutrientes por tonelada de biomassa produzida. (Fonte: Gonçalves, 1995).

Já na etapa de adubação, o maior cuidado deve recair sobre a escolha da fonte de magnésio, uma vez que ele deve favorecer tanto o equilíbrio de nutrientes no solo quanto ser capaz de fornecer magnésio por períodos mais prolongados de tempo. Isso tendo em vista o grande ciclo produtivo do eucalipto.

Nesse sentido, ambas as características são atendidas, por exemplo, com o uso de fertilizantes de liberação progressiva de nutrientes e com longo efeito residual, como o K Forte®.

Por fim, também é importante saber fazer o bom manejo dos resíduos culturais oriundos principalmente na fase de colheita, já que eles podem ser responsáveis pela maior retirada de nutrientes da área.

Estudos como o do pesquisador Celso Foelkel mostram que a exportação de magnésio somente pela extração da madeira chega a ser menos que a metade do total exportado pela extração da madeira, casca e copa das árvores.

É o que ele relata no artigo Minerais e nutrientes das árvores dos eucaliptos: Aspectos ambientais, fisiológicos, silviculturais e industriais acerca dos elementos inorgânicos presentes nas árvores.

Dessa forma, a manutenção da maior quantidade possível dos resíduos culturais no campo é indispensável para evitar a degradação da fertilidade do solo e o aparecimento dos sintomas de deficiência de magnésio no eucalipto.

O bom manejo do magnésio no eucalipto pode mitigar os impactos negativos dos sintomas de deficiência

Assim, é importante que o agricultor implemente diferentes boas práticas agrícolas para mitigar os impactos negativos dos sintomas de deficiência de magnésio no eucalipto.

Sintomas estes que se manifestam principalmente pelo aparecimento de manchas amareladas e pontos necróticos entre as nervuras das folhas mais velhas.

Para isso, é preciso que se busque a manutenção do equilíbrio de nutrientes do solo. Isso pode ser feito com práticas corretas de correção e adubação, associadas a retenção de resíduos culturais no campo e a escolha adequada de fertilizantes, a fim de favorecer a maior disponibilidade de magnésio para o eucalipto e evitar os sintomas de deficiência no campo!

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