Quais são os maiores produtores de potássio no mundo?

Quais são os maiores produtores de potássio no mundo?

O Brasil chega a importar mais de 95% do potássio necessário para a adubação das lavouras. Vale ressaltar que ele é um dos nutrientes mais demandados para expressão da produtividade e qualidade dos produtos agrícolas. Mas, de onde vem todo esse potássio? Como essa relação impacta o agronegócio brasileiro? Conheça mais sobre os maiores produtores de potássio no mundo e o potencial de produção brasileira nesse contexto internacional!

O papel dos fertilizantes potássicos e os maiores produtores de potássio no mundo

O grande papel estratégico e comercial que os fertilizantes potássicos desempenham na agricultura faz com que eles sejam uma importante commodity agrícola comercializada nas bolsas de valores do mundo todo.

Esse termo da língua inglesa, commodity, pode ser traduzido como “mercadoria”. Dentro do âmbito do comércio internacional, uma commodity abrange todos os produtos que são ofertados no mercado sem qualquer tipo de diferenciação significativa.

Uma das fontes de potássio mais comercializadas nessas transações internacionais é o Cloreto de Potássio (KCl), um fertilizante potássico obtido através da extração de minerais como a silvita e a carnalita, ou ainda, como um subproduto da produção de ácido nítrico.

Os maiores produtores de potássio no mundo estão concentrados em países como a Rússia, a Bielorrússia e o Canadá, que juntos, controlam 80% da produção e distribuição mundial de KCl.O panorama mundial dos maiores produtores de potássio (em azul) e as suas principais minas (marcadores). (Fonte: ORRIS et al., – 2014)

O panorama mundial dos maiores produtores de potássio (em azul) e as suas principais minas (marcadores). (Fonte: ORRIS et al., – 2014)

Mas, como o Brasil fica diante dessa dinâmica do mercado mundial de fertilizantes potássicos?

A dinâmica do mercado mundial de fertilizantes potássicos e o Brasil

No caso do Brasil, essa concentração internacional das fontes de potássio nem sempre torna muito favorável a relação de troca para muitos agricultores.

Em alguns momentos desse ano (2021), por exemplo, foi possível perceber um aumento no valor do preço do Cloreto de Potássio de mais de 200%. Parte desse aumento pode ser atribuído a um conjunto de fatores internacionais, como:

  • A Índia ter negociado um preço mais caro para o contrato anual de fornecimento da commodity para 2021 através da Belarus Potash Company (BPC), a empresa de potássio estatal da Bielorrússia;
  • O encerramento das operações de duas minas da Mosaic no Canadá;
  • Instabilidade política na Bielorrúsia;
  • A passagem do furacão Ida pelos Estados Unidos em setembro, o que desestabilizou a logística de distribuição mundial.

Segundo Magnus Berge, fundador e diretor executivo da Acerto Limited, a tendência é de que os preços de grande parte dos fertilizantes continuem altos e estáveis até o final do ano (2021), fato que tem gerado certa resistência no mercado agrícola brasileiro:

“A relação de troca não está tão favorável quanto antes, com a subida enorme do preço dos nutrientes. Com isso, há uma resistência muito grande a esses novos patamares e tem levado muitos agricultores a esperar o máximo possível até tomar as posições de mercado para a safrinha. Porém, sempre há um risco com essa espera, já que a elevada demanda pode levar ao aumento dos preços novamente no caso do Brasil.”

Essa alta no preço dos fertilizantes potássicos também tem levado a diversos impactos na agricultura brasileira.

A influência do preço do potássio na agricultura brasileira

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), mais de 70% dos fertilizantes usados na agricultura brasileira são importados, com destaque para alta dependência externa do KCl, que chega a atingir mais de 95%.

Somente no primeiro semestre de 2021, o Brasil importou mais de 13 milhões de toneladas de fertilizantes, um novo recorde dentro da série histórica de dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Uma das consequências dessa grande dependência de importações de fertilizantes é que o preço deles acaba atrelado às flutuações da principal moeda de câmbio: o dólar.

Desde março de 2020, a cotação do dólar vem fechando acima de R$5 e influenciando o valor final dos fertilizantes para o agricultor, como menciona Magnus Berge:

“A incerteza política no Brasil pode levar a um câmbio ainda mais alto, com o real se desvalorizando em relação ao dólar. E, uma vez que haja uma desvalorização muito grande, a importação irá custar mais para os agricultores, sendo que já estamos vendo um preço até 3 vezes maior na logística.”

Mas será que só o cenário externo tem influência nos preços dos fertilizantes no país? Não, outro fator responsável pela alta do preço dos fertilizantes no Brasil foi o tabelamento feito após a greve dos caminhoneiros que ocorreu em meados de 2018.

De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o valor do transporte rodoviário ficou 12% mais caro com a medida e levou ao aumento do preço dos fretes.

As cotações dos fertilizantes em patamares historicamente elevados, tem levado a constante deterioração das relações de troca dos três principais macronutrientes (NPK) utilizados nas lavouras do país. Vale lembrar que, segundo a consultoria COGO, elas estão nos piores níveis dos últimos 10 anos.

Uma das formas de reverter esse cenário, está no incentivo e investimento na exploração de reservas nacionais de nutrientes para produção de fertilizantes, como já acontece com o potássio.

O potencial do Brasil para se tornar um dos maiores produtores de potássio no mundo

As mudanças de paradigma trazidas pela Nova Revolução Verde vêm jogando luz sobre fontes de potássio que podem mudar a dinâmica do mercado de potássio mundial.

Essas mudanças incluem o uso de novas fontes de potássio além do Cloreto de Potássio, das quais o Brasil tem reservas. Isso ajuda, inclusive, a reduzir a dependência internacional dos maiores produtores de fertilizantes potássicos mundiais.

 

O Siltito Glauconítico é um exemplo de fonte de potássio que pode servir de matéria-prima para o potássio nacional.

Assim, ao usar fontes de potássio nacionais eficientes os agricultores vão poder contar com relações de troca cada vez mais favoráveis e fortalecer a agricultura do Brasil!

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