Como o próprio nome sugere, as fontes de liberação gradual de potássio, possuem uma taxa gradual de disponibilização dos nutrientes e fazem com que as plantas tenham acesso ao potássio por um tempo prolongado. Mas, será que esse é o único motivo para adotar esse tipo de fonte de potássio?
Por que usar fontes de liberação gradual de potássio?
Frente ao aparente desempenho dos fertilizantes potássicos convencionais de liberação imediata, as fontes de liberação gradual de potássio sempre tiveram um papel secundário nos programas de adubação.
Entretanto, a cada nova safra, os agricultores começaram a perceber novos problemas que se acumulam com o uso intensivo das fontes convencionais de adubação potássica, como os custos com reaplicações e as perdas por lixiviação.
As fontes de liberação gradual de potássio surgem, assim, como uma possível solução para minimizar os efeitos de grande parte desses problemas.
Mas o que significa a liberação gradativa do fertilizante potássico? Como o nome indica, as fontes potássicas que possuem essa caraterística têm uma taxa de disponibilização mais lenta do nutriente para o solo e para as plantas.
Veja a seguir 5 motivos para adotar o uso de fertilizantes com liberação gradativa de potássio na sua lavoura:
1. São menos suscetíveis a sofrer perdas por lixiviação
Quando comparados aos fertilizantes potássicos convencionais, as fontes de liberação gradual de potássio são menos suscetíveis à lixiviação e proporcionam um melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas.
A lixiviação acontece quando os nutrientes são carregados para as camadas mais profundas do solo e pode levar a prejuízos econômicos e ambientais para os agricultores.
Esse fenômeno compromete o desempenho das plantas, uma vez que elas não terão uma nutrição adequada, já que parte das dosagens de potássio aplicadas estarão inacessíveis para o sistema radicular das plantas.
No livro Fertilizantes de eficiência aprimorada, os pesquisadores Márcio Valderrama e Salatiér Buzetti estimam que 40% a 70% dos fertilizantes usados no manejo agrícola podem se perder por lixiviação e volatilização.
Nesse sentido, os fertilizantes que apresentam liberação gradativa de potássio, como o o K Forte®, conseguem mitigar os efeitos da lixiviação, porque eles possuem uma taxa progressiva de disponibilização dos nutrientes para o solo e para as plantas.
Assim, as plantas vão absorvendo o potássio que será liberado de forma gradativa ao longo do seu ciclo produtivo. Isso favorece o não aparecimento de sintomas de toxicidade e ainda equilibra as interações entre os nutrientes que influenciam na absorção de potássio, em especial na relação entre potássio (K+), cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+).
2. Podem reduzir custos com aplicação
As fontes de liberação imediata são importantes em certos contextos em que há necessidade momentânea de repor nutrientes em um solo.
Entretanto, quando a carência imediata é suprida, o agricultor pode construir a fertilidade do solo com o uso das fontes de liberação gradual de potássio.
Dessa forma, como o potássio fica no solo por mais tempo, o manejo nutricional da lavoura também é otimizado, uma vez que as necessidades de reentradas na lavoura para reaplicações da fonte de potássio podem ser reduzidas.
Para alcançar esse benefício, o agricultor deve conhecer a taxa de liberação e os teores de potássio e outros nutrientes do fertilizante escolhido.
Segundo o Comitê Europeu de Normalização, um fertilizante de liberação lenta precisa atender a três critérios:
- Não mais que 15% liberado em 24 horas;
- Não mais que 75% liberado em 28 dias;
- No mínimo 75% de liberação no prazo fixado pelo fabricante.
3. Mantêm os níveis de potássio no solo estáveis por mais tempo
Quando o potássio é liberado de forma gradativa, os níveis de nutrientes no solo ficam estáveis por mais tempo. E isso é particularmente positivo para alguns sistemas de cultivo e culturas com ciclos produtivos mais longos.
Em sistemas de cultivo em sucessão, o efeito residual presente nas fontes de liberação gradual de potássio permite que o agricultor reduza o número de adubações antes da próxima cultura.
Já em culturas perenes, como o café, o efeito residual também ajuda a deixar o solo com bons níveis nutricionais por períodos mais longos, fazendo com que haja economia no número de reaplicações e com custos operacionais.
O efeito residual, de forma análoga ao conceito da liberação gradual de nutrientes, se caracteriza pela prolongação de todos os benefícios que o fertilizante possa proporcionar a longo prazo. Essa tecnologia surgiu com o objetivo de disponibilizar e ajustar os nutrientes às necessidades das plantas e ainda reduzir as perdas no sistema solo-planta-atmosfera.
A liberação gradual e o efeito residual dos nutrientes para a lavoura estão presentes em fontes como a glauconita, que é presente em fontes de potássio como o Siltito Glauconítico. A estrutura da glauconita permite a adsorção de nutrientes com carga positiva, como o potássio.
A estrutura física e química da glauconita mantém o potássio por mais tempo no solo
No artigo An investigation of plant growth by the addition of glauconitic fertilizer, o Dr. Maxim Rudmin e outros pesquisadores da Tomsk Polytechnic University, na Rússia, falam sobre o efeito residual da glauconita:
“Isso significa que, após a colheita, a glauconita continuará tendo um efeito positivo nos rendimentos durante as próximas duas ou três estações.”
4. Podem otimizar a adubação nitrogenada
Algumas fontes de liberação gradual de potássio podem otimizar a adubação com outros nutrientes, como o nitrogênio.
O princípio para se alcançar esse feito é simples: utilizar fontes muito voláteis de nitrogênio, como a ureia, revestidas com fontes de potássio de liberação gradativa.
Esse recurso tecnológico é importante, porque no estudo Perdas de amônia por volatilização em solo tratado com ureia, na presença de resíduos culturais, a autora Daily Soraya Aquino Duarte destacou que podem ocorrer perdas de até 78% do nitrogênio aplicado na forma de ureia sobre a superfície do solo.
Para estudar esse princípio, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realizou um estudo para investigar o potencial do K Forte®, uma fonte de potássio de liberação gradativa, reduzir as perdas por volatilização e lixiviação da ureia.
As perdas de nitrogênio por volatilização e lixiviação ocorrem por meio da ação de uma enzima chamada urease, produzida pelos microrganismos. Quando essa enzima entra em contato com os grânulos de ureia, eles são dissolvidos e liberam o nitrogênio para a atmosfera sob a forma de amônia (a volatilização) e para as camadas mais profundas do solo sob a forma de nitratos (a lixiviação).
Os resultados obtidos na pesquisa mostraram que nos tratamentos com ureia e K Forte®, houve redução nas perdas por volatilização proporcional à quantidade de K Forte® utilizado: quanto maior a quantidade de K Forte® utilizada, menor foi a perda de nitrogênio por volatilização.
Resultados da redução das perdas de nitrogênio por volatilização com diferentes tratamentos com K Forte®.
O fator que proporcionou a redução da volatilização verificada pelo estudo da EPAMIG, foi a presença da glauconita no K Forte®, um fertilizante potássico de liberação gradual produzido a partir do Siltito Glauconítico.
As moléculas carregadas negativamente presentes na estrutura mineralógica da glauconita, conseguem atrair os cátions de amônio (NH4+) e proporcionar a redução da volatilização do nitrogênio.
5. Reduzem a retenção de potássio no solo
O potássio é um nutriente catiônico (K+), ou seja, apresenta uma carga positiva na solução do solo. Essa característica faz com que ele possa ficar retido nas partículas do solo, num fenômeno conhecido como adsorção.
A preferência de adsorção dos cátions nas partículas do solo fica com aqueles de maior densidade e consequentemente são esses que ficam mais fortemente retidos no solo. Ela pode comprometer a quantidade e movimentação do potássio na solução do solo e, consequentemente, a sua disponibilidade para as plantas.
Mas, como as fontes de liberação gradual de potássio podem auxiliar nessa relação? Essas fontes permitem um equilíbrio entre a taxa de disponibilização de nutrientes e taxa de absorção de potássio pelas plantas.
Como as plantas absorvem a maior parte potássio disponível, menos cátions ficam livres na solução do solo para serem adsorvidos às partículas e consequentemente existe um melhor aproveitamento do potássio aplicado na lavoura.
Para garantir todos esses benefícios é preciso se atentar a qualidade do solo.
A utilização de fontes de liberação gradual de potássio deve estar aliada a uma boa qualidade do solo
A disponibilização adequada de potássio das fontes de liberação gradual depende das condições do solo e clima. Ou seja, essas fontes só vão expressar o seu máximo potencial em solos bem estruturados quimicamente, fisicamente, biologicamente e que apresentem recursos para mitigar os efeitos de condições climáticas adversas, como a seca.
Assim, é importante que o agricultor se atente em aplicar técnicas que favoreçam a qualidade do solo a fim de alcançar todos os benefícios das fontes de liberação gradual de potássio.