Ureia: entenda o que é esse fertilizante nitrogenado

Ureia: entenda o que é esse fertilizante nitrogenado

Com alto teor de nitrogênio e um custo de aquisição e transporte relativamente baixo, a ureia é um dos fertilizantes nitrogenados convencionais mais utilizado no manejo nutricional do solo. Porém, atrelado a esse baixo custo, vem uma série de fatores que limitam o bom aproveitamento dos nutrientes disponibilizados pelo adubo para a planta. Conheça o que é a ureia e as suas limitações enquanto fonte de nitrogênio.

O uso da ureia como fertilizante nitrogenado

A ureia (CO(NH2)2) é um fertilizante amídico perolado, granulado ou pastilhado. Ela é sintetizada em condições de temperatura e pressão elevadas, a partir da amônia e do gás carbônico, para que, ao final do processo, seja obtido um adubo com altas concentrações de nitrogênio.

Em 2021, a ureia deve se tornar o fertilizante com o maior salto em consumo no Brasil nos últimos anos, segundo a Associação Internacional de Fertilizantes (IFA).  Estima-se que entre 2011 e 2021, o uso da ureia passe de 3,5 milhões para 8 milhões de toneladas.

E, assim como acontece com grande parte dos fertilizantes que o Brasil utiliza em sua agricultura, ele ainda é muito dependente do mercado externo para suprir a demanda nacional. Em comparação com o ano de 2019, levantamentos da GlobalFert indicaram que em 2020 houve um aumento de 61% do volume importado de ureia, chegando a quase 900 mil toneladas.

Essa demanda é reflexo das próprias características do fertilizante, que apresenta uma concentração média de 45% de nitrogênio, segundo a Embrapa. Porém, esse nitrogênio não se encontra nas formas absorvidas pelas plantas, que são a nítrica (NO3) ou amoniacal (NH4+).

Uma vez no solo, a ureia passa por uma série de transformações químicas, que são dependentes de algumas condições para se obter a máxima eficiência do processo, como:

  • Umidade: responsável pela solubilização da uréia e liberação da amônia (NH3), composto precursor da forma de nitrogênio absorvida pelas plantas;
  • pH: responsável pela transformação da amônia (NH3) em amônio (NH4+), caso o pH esteja abaixo de 6. Caso contrário o composto pode sofrer perdas por volatilização;
  • Oxigênio: responsável por disponibilizar um meio favorável para a atuação das bactérias Nitrossomas e Nitrobacter, que transformam o amônio (NH4+) em nitrato (NO3).

Portanto, garantir boas condições do solo antes da aplicação do insumo são essenciais para proporcionar um bom desempenho da ureia. Alguns dos fatores que podem ser observados no dia a dia são a previsão meteorológica e a ocorrência de compactação no solo, que limitam a disponibilidade de umidade e oxigênio.

Alternativas às limitações da ureia

Como condições desfavoráveis no solo podem gerar perdas de nitrogênio da ureia, nem sempre a adubação nitrogenada vai suprir a demanda da planta. Essa condição de carência é ainda mais agravada caso a planta se encontre nos seus primeiros estágios de desenvolvimento, em que a demanda é maior.

Condições de falta ou insuficiência de nitrogênio causam o retardamento do crescimento da planta e amarelecimento das folhas mais velhas. Isso porque o elemento é o macronutriente mais exigido pelas plantas, sendo indispensável para garantir uma boa produtividade das lavouras, por atuar diretamente no desenvolvimento vegetativo e radicular.

Comparativo dos incrementos de produtividade do milho safrinha, em uma pesquisa conduzida na Fundação

Comparativo dos incrementos de produtividade do milho safrinha, em uma pesquisa conduzida na Fundação MS, com a aplicação de ureia protegida no sulco e cobertura. (Fonte: GITTI, 2014) 

Uma das formas mais usuais de mitigar as perdas de nitrogênio, é o revestimento da ureia. Essa alternativa visa disponibilizar o nutriente de forma mais gradual e reduzir as perdas por volatilização, como explica o agricultor e gerente da Fazenda Brinquinho em Minas Gerais, Henrique Cunha:

Ainda assim, a eficiência da ureia protegida em relação a sua forma convencional continua sendo  foco de muitas pesquisas. Em baixo índice de chuvas, os pesquisadores Weslei dos Santos Cunha e Osvaldo Fernandes Júnior em seu estudo Adubação nitrogenada com ureia convencional e revestida com polímeros na cultura do milho no Oeste da Bahia, não identificaram diferenças estatísticas, tornando o investimento maior na forma protegida de ureia ainda incerto.

Além das perdas por nitrogênio, outro fator que dificulta a utilização da ureia é a sua alta higroscopicidade. Ou seja, ela absorve água com muita facilidade, o que dificulta o armazenamento e aplicação do produto.

Algumas estratégias, como o armazenamento em sacos plásticos e a aplicação durante dias com baixa umidade relativa do ar, podem ser utilizadas para reduzir as complicações advindas dessa característica.

Será então que existem mais alternativas para tornar o uso da ureia mais eficiente?

O desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas trazem alternativas para a ureia

Com o avanço das pesquisas e investimentos no setor agrícola, cada vez mais tem sido descobertas e desenvolvidas novas alternativas para tornar mais eficiente o uso dos fertilizantes convencionais, como a linha BAKS® que conta com o MAP como fonte de nitrogênio.

Além de ser rico em potássio, ele conta com a tecnologia N Keeper, que otimiza a adubação nitrogenada, já que ela auxilia na redução das perdas de nitrogênio por lixiviação e volatilização, além de melhorar as propriedades físicas e químicas do solo!

 

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