O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores mundiais de fumo em folha. É o que diz um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAOSTAT). Para manter tal posição e sustentar a produção nacional de mais de 500 mil toneladas anuais, a adubação potássica desempenha um papel essencial, já que o potássio é o nutriente mais absorvido pelas plantas de tabaco. Saiba mais sobre as melhores práticas de manejo do potássio para tabaco!
Os impactos da adubação com potássio para tabaco
A adubação potássica pode ser considerada uma prática agrícola chave para o tabaco, visto que ele é uma cultura que exige uma forte associação e equilíbrio entre a produtividade e a qualidade das folhas.
Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil e a SindiTabaco, a diferença do preço pago pela arroba da melhor e da pior qualidade da variedade mais plantada no Brasil chegou a ser de quase 20 vezes em 2018, variando de R$ 9,30 a R$ 178,00.
Por isso, características como a coloração das folhas, aroma e combustibilidade são tão importantes quanto a manutenção de altas produtividades, aspectos que podem ser favorecidos pela aplicação dos fertilizantes e doses de potássio mais adequadas.
O potássio é conhecido como o nutriente da qualidade dos produtos agrícolas, por estar envolvido com diversos processos e funções que afetam o desenvolvimento das plantas, como:
- Amenização de estresses bióticos e abióticos;
- Regulação do potencial hídrico das células;
- Transporte de compostos;
- Crescimento celular;
- Síntese proteica.
No artigo Effect of Different Kinds of Potassium Fertilizer on the Contents of Potassium, Neutral Aroma Components and Non-volatile Organic Acids of Flue-cured Tobacco, Xiefeng Ye e outros pesquisadores demostraram que a adubação potássica aumentou o teor de ácidos orgânicos não-voláteis e diminuiu o conteúdo de ácido cítrico e de ácido linolênico de folhas de tabaco curadas.
Eles também destacaram que a presença de enxofre e ausência do cloro na fonte de potássio escolhida trouxe vantagens às plantas de tabaco, com destaque para o favorecimento da combustão do material.
Além disso, o tabaco pertence à família Solanaceae, que é composta por espécies que requerem intensa adubação de plantio e cobertura, mas que apresentam, em sua maioria, baixa eficiência na absorção dos nutrientes.
Por isso, é muito importante entender quais são as melhores práticas de adubação potássica para assegurar uma boa qualidade e produtividade do tabaco:
1. Evitar o uso de fertilizantes com altos teores de cloro
A escolha da fonte de potássio pode ter um grande impacto na cultura do tabaco, principalmente porque um dos fertilizantes potássicos mais utilizados, o Cloreto de Potássio (KCl), contêm altas concentrações de um elemento o qual a cultura é sensível: o cloro.
No boletim técnico Fertilizantes para a Cultura do Fumo, Raquel Bastos Rubin explica que o uso de fontes ricas em cloro pode desfavorecer a qualidade das folhas e a combustibilidade do cigarro.
Além disso, o excesso de cloro tem potencial para causar a compactação, diminuir a eficiência de produtos biológicos e ainda reduzir as populações de microrganismos benéficos, ocasionando a perda de diversas interações estabelecidas entre as plantas e os microrganismos.
É possível evitar diversos efeitos negativos na lavoura ao utilizar fontes de potássio livres de cloro, como o K Forte®.
2. Construir a fertilidade do solo
A construção e manutenção da fertilidade do solo é muito importante para que a produtividade de qualquer lavoura seja satisfatória. Isso não é diferente com a cultura do tabaco.
Devido à importância do potássio na nutrição vegetal e suas importantes funções, é essencial que o agricultor evite que os níveis de potássio do solo estejam abaixo dos necessários para suprir as demandas da lavoura.
No Brasil, em particular, isso é muito relevante, já que uma ampla parte dos solos brasileiros apresentam baixa disponibilidade desse nutriente, segundo o estudo Aspectos relacionados ao mapeamento da disponibilidade de potássio nos solos do Brasil, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Nesse sentido, o uso de fontes de potássio com efeito residual prolongado e disponibilização gradual de potássio são essenciais para essa construção e manutenção da fertilidade do solo.
Isso porque, graças às características dessas fontes, o potássio é disponibilizado para as plantas ao longo de um período maior, trazendo também um efeito residual benéfico para culturas de ciclos mais longos, como é o caso do tabaco.
3. Buscar alcançar o equilíbrio nutricional das plantas
Apesar do potássio ser o nutriente mais absorvido pelo tabaco, os agricultores devem sempre se atentar a condição geral do estado nutricional da lavoura, já que a interação com outros nutrientes pode reduzir ou potencializar os efeitos da adubação potássica.
No artigo The effect of nitrogen and potassium fertilizer on yield, quality and some quantitative characteristics of fluecured tobacco cv.Coker347, Ali Reza Farrokh e outros pesquisadores observaram que o maior comprimento e número de folhas foi identificado na associação do uso de fontes de potássio e nitrogênio.
Segundo a Lei de Liebig, o desenvolvimento de uma planta será limitado pelo nutriente disponível em menor quantidade, mesmo que todos os outros elementos ou fatores estejam presentes.
Por isso, é sempre interessante avaliar o potencial da matéria-prima utilizada na fabricação do fertilizante para fornecer outros nutrientes além do potássio, principalmente daqueles requeridos em menores quantidades, como cobre, zinco, boro, manganês e ferro.
A excelência da adubação potássica para tabaco
Como vimos, o agricultor pode favorecer a produtividade e qualidade da sua lavoura de tabaco ao alcançar a excelência na adubação potássica buscando evitar a utilização de fertilizantes com altos teores de cloro, construir a fertilidade do solo e alcançar o equilíbrio nutricional das plantas.
Assim, cada vez mais os fertilizantes potássicos de liberação progressiva vão se tornar um importante aliado da fumicultura no Brasil!
