Lei do mínimo: o que é e como ela influencia a produtividade das lavouras? - Lei do minimo o que e e como ela influencia a produtividade das lavouras

Lei do mínimo: o que é e como ela influencia a produtividade das lavouras?

Você sabia que a produtividade de uma cultura pode ser limitada pela ausência ou deficiência de qualquer um dos nutrientes essenciais para as plantas, mesmo que todos os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas? Conheça, a seguir, a Lei de Liebig, também conhecida como Lei do mínimo, e entenda como ela influencia a produtividade das lavouras!

Qual a premissa da Lei do Mínimo?

“O sucesso de um organismo em um ambiente depende de que nenhum fator de sobrevivência exceda seu limite de tolerância”, ou seja, para que um indivíduo sobreviva, deve ter à disposição todos os elementos necessários para tal.

A frase citada acima, se refere ao postulado da Lei do Mínimo, proposta em 1842 pelo químico e inventor alemão Justus Liebig.

Após estudar diferentes culturas agrícolas e os trabalhos de Carl Sprengel, Liebig observou o crescimento de plantas e percebeu que mesmo recebendo água e dióxido de carbono em quantidades suficientes para o desenvolvimento, algumas delas não sobreviviam.

Estudando mais a fundo, ele descobriu que, apesar de dispor de elementos mais que suficientes, o crescimento das plantas estava limitado a elementos em quantidades mínimas. Dessa forma, Liebig concluiu que “o organismo não é mais forte que o elo mais fraco de sua cadeia ecológica de necessidades”.

A Lei de Liebig, também é conhecida por Lei dos Mínimos.

Representação da Lei dos Mínimos: a produtividade de uma lavoura é limitada pelas quantidades mínimas dos nutrientes dos quais as plantas precisam

No meio agrícola, a descoberta da Lei do Mínimo permitiu a revisão de grande parte dos conceitos relacionados a fertilidade do solo e trouxe à tona a importância do bom manejo de todos os 14 nutrientes essenciais para a sobrevivência das plantas encontrados no solo.

Esses nutrientes são divididos em dois grandes grupos, dependendo da quantidade exigida pelas plantas: os macronutrientes e os micronutrientes.

Os macronutrientes são, de forma geral, aqueles que têm o seu uso mais difundido na agricultura. Eles contemplam nutrientes exigidos em grandes quantidades pelas culturas agrícolas e são também divididos em dois grupos.

O nitrogênio, o fósforo e o potássio (NPK)são classificados como macronutrientes primários. Já o cálcio, o magnésio e o enxofre, que são classificados como macronutrientes secundários.

Os micronutrientes, por sua vez, contemplam todos os demais 7 nutrientes essenciais para a sobrevivência das plantas, que são exigidos em pequenas quantidades. São eles:

Apesar da Lei do Mínimo reforçar a importância de fazer a adubação buscando atender todas as necessidades nutricionais das plantas, na prática nem sempre é isso o que acontece.

A importância do equilíbrio de nutrientes no solo

Dentro do manejo da fertilidade do solo, dois aspectos muito importantes a serem considerados pelo agricultor são: a escolha das fontes de nutrientes e a aplicação das doses adequadas.

Isso porque o uso inadequado e excessivo de fertilizantes sem atender aos critérios técnicos pode causar desequilíbrios nutricionais que podem afetar negativamente a produtividade e a rentabilidade da lavoura e ainda aumentar a incidência de pragas e doenças.

É o que explicam os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Maria da Conceição Santana de Carvalho e Pedro Marques da Silveira.

O excesso de nitrogênio, por exemplo, afeta a disponibilidade de boro e cobre. Já o excesso de fósforo no solo também afeta a disponibilidade de cobre e zinco. E até mesmo o potássio em excesso diminui a disponibilidade magnésio e boro.

Por isso, é recomendado que o manejo da adubação do solo siga criteriosamente as recomendações técnicas e sempre inclua fertilizantes multinutrientes, capazes de fornecer macronutrientes e micronutrientes essenciais para as plantas.

O uso de fertilizantes multinutrientes, além de favorecer o maior equilíbrio de nutrientes no solo, podem reduzir muito os custos operacionais da propriedade. Isso porque em uma só aplicação o agricultor já estará incluindo no solo diversos nutrientes exigidos pelas culturas, o que reduz a necessidade de novas entradas nas áreas das lavouras.

A combinação de nutrientes em um só fertilizante pode ser uma estratégia eficiente, otimizando os processos e os custos operacionais.

Além disso, muitas vezes, a combinação de dois nutrientes pode criar um efeito sinérgico, favorecendo ainda mais a eficiência da adubação. É o que explicou o Mestre em Agronomia Alesson Felipe Eckert em sua participação no evento Encontro com Gigantes:

“Estudos indicam que plantas que crescem com a concentração adequada de boro, por exemplo, um nutriente que promove o aumento de atividade enzimática no sistema radicular, tem uma absorção mais rápida de potássio. Por isso, é preciso que o agricultor esteja atento tanto às necessidades nutricionais do solo e das plantas, quanto às interações entre elementos na hora de planejar o manejo da lavoura.”

Entretanto, é importante ressaltar que nem todos os fertilizantes multinutrientes vão oferecer esses dois benefícios, sendo importante procurar no mercado especificamente por aqueles com liberação progressiva de nutrientes e com longo efeito residual.

Enquanto a liberação progressiva dos nutrientes vai permitir um melhor ajuste entre a liberação dos nutrientes pelo fertilizante e as necessidades das plantas ao longo do seu ciclo, o longo efeito residual irá proporcionar o prolongamento de todos os benefícios do fertilizante no longo prazo.

Dessa forma, o uso de fertilizantes multinutrientes com essas características poderá favorecer a construção e manutenção da fertilidade do solo no longo prazo de forma a contribuir para valorização do maior patrimônio que o agricultor tem: o solo.

Entender sobre a importância da Lei do Mínimo é essencial no momento da escolha dos fertilizantes

Em resumo, podemos perceber que as plantas precisam que os níveis de todos nutrientes no solo estejam adequados para que elas expressem o seu máximo potencial produtivo. Conforme é anunciado na Lei do Mínimo, proposta pelo químico e inventor alemão Justus Liebig.

Sendo assim, é muito importante que o agricultor sempre busque por fertilizantes que ofereçam uma maior diversidade de nutrientes para as plantas e que, ao mesmo tempo, favoreçam a construção e manutenção da fertilidade do solo.

Requisitos esses que podem ser atendidos com o uso dos fertilizantes multinutrientes de liberação progressiva de nutrientes e com longo efeito residual.

Portanto, entender sobre a importância da Lei do Mínimo é essencial para escolher fertilizantes que favoreçam a nutrição das plantas e, por resultado, a sua produtividade!

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