O solo é composto por complexos sistemas que incluem diferentes elementos. Esses elementos vão desde aspectos macroscópicos, como a fração mineral, até os aspectos microscópicos, como os diferentes microrganismos. Entenda como esses diferentes sistemas que compõem o solo podem potencializar os resultados na sua propriedade.
A composição do solo e seus elementos
- Sequestro de carbono;
- Purificação da água e degradação de contaminantes;
- Ciclagem de nutrientes;
- Produção de alimentos, fibras e combustíveis;
A grande variedade desses serviços ambientais só se torna possível por meio da grande diversidade de elementos presentes no solo, que de forma geral é composto por 45% de elementos minerais, 25% de ar, 25% de água e 5% de matéria orgânica.
Cada elemento que compõe o solo tem sua origem que vai desde aspectos criados com o processo de formação do solo aos fatores bióticos e abióticos que interagem com ele .
O processo de formação do solo acontece através do intemperismo, processo no qual as rochas, quando expostas a superfície da Terra, sofrem um conjunto de alterações físicas e químicas.
Essas alterações podem levar milhões de anos e quanto mais velho for o solo mais profundo geralmente ele será. Esse é o caso dos latossolos presentes no Brasil, caracterizados pela baixa fertilidade e grande profundidade.
Mesmo que o processo de formação ou as rochas que deram origem ao solo não sejam fatores controláveis, ao se entender sobre a estruturação do solo, se torna possível optar pelas melhores práticas de manejo e culturas a serem adotadas em uma região.
A estruturação se refere ao tamanho, formato e disposição das partículas do solo, que se reflete na velocidade de infiltração e capacidade de retenção de água, aeração e desenvolvimento radicular.
Os doutores em Física do Solo, Rattan Lal e C.J. Bronick, pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA), escreveram sobre a estrutura do solo no artigo Soil structure and management: a review, publicado na revista Geoderma: Global Journal of Soil Science. De acordo com os autores:
“A estrutura favorável do solo e a alta estabilidade dos agregados são importantes para melhorar a fertilidade do solo, aumentando a produtividade agronômica, a porosidade e diminuindo a erodibilidade”.
Mas, o solo não deve ser interpretado apenas como um material inerte e sim de forma similar a um ecossistema, que estabelece diferentes relações com o meio ambiente e abriga uma ampla diversidade de vida.
Estima-se que em somente uma colher de sopa de solo saudável, existam cerca de 50 bilhões de microrganismos. (Fonte: Embrapa Agrobiologia)
Essas diferentes relações se estabelecem por meio dos demais fatores bióticos e abióticos que se relacionam com a composição do solo, como o clima e os próprios microrganismos.
E o homem também se incluiu dentro desses fatores, podendo gerar benefícios ou malefícios através de atividades como a agricultura.
A interferência da agricultura no solo
Na dissertação de mestrado Influência do manejo nas entre linhas do cafeeiro na produtividade e nos atributos físicos e químicos do solo, Guilherme Martins Maia ressalta que a utilização de plantas de cobertura nas entre linhas, favorece a densidade e diversidade de microrganismos, principalmente solubilizadores de fósforo, melhora estrutura do solo e proporciona uma melhor ciclagem de nutrientes.
Já o engenheiro agrônomo e sócio-diretor da Cientia, Eduardo Coelho, explica alguns dos malefícios gerados pela utilização do Cloreto de Potássio (KCl), um fertilizante que contém altos índices de cloro e salinidade:
Ou seja, a tomada de decisão do agricultor no campo são cruciais para garantir um solo saudável e de boa qualidade. E isso vem se tornado cada dia mais desafiador com a crescente pressão sobre os recursos do solo para garantir o aumento da produção e qualidade dos alimentos.
Os fertilizantes tem um papel essencial para atender à crescente demanda de alimentos
Os pesquisadores da Universidade de Ohio (EUA), Rattan Lal e C.J. Bronick, concluem que uma aproximação diferente sobre o solo é necessária e pode ser o melhor caminho rumo a produção de alimentos:
“Uma outra abordagem no uso da terra e gestão é necessária para lidar com o aumento da pressão sobre os recursos do solo para a produção de alimentos e fibras sustentáveis, ao mesmo tempo reduzindo os impactos ambientais das práticas agrícolas”.
Essa nova abordagem inclui o uso de novas fontes de fertilizantes para suprir a demanda do mercado. Essas fontes, como o Siltito Glauconítico, têm desempenhado um papel essencial para atender os novos requisitos da agricultura 4.0 do século XXI.
O Siltito Glauconítico é uma rocha sedimentar rica em minerais potássicos, encontrada na região de São Gotardo, Minas Gerais. Ele possui diversos benefícios para o solo, sendo os principais:
- Melhoria de propriedades físicas e químicas do solo;
- Liberação gradual dos nutrientes no solo, o evita efeitos como a lixiviação e também traz um efeito residual dos nutrientes;
- Uma fonte eficiente de potássio, silício e outros nutrientes que é livre de cloro.
Ele também é rico em glauconita, um mineral usado como fertilizante desde 1760 nos Estados Unidos. Esse por sua vez também possui a capacidade de melhorar as propriedades do solo, proporcionando uma maior retenção de água e nutrientes.