Para o agricultor que acompanha as notícias agrícolas recentes, não é novidade que p mercado da soja mantém-se em um estado de equilíbrio na Bolsa de Chicago, navegando entre altos e baixos.
Na última terça-feira, por exemplo, o dia foi de poucas movimentações significativas, com as cotações apresentando um leve aumento, com o contrato de novembro alcançando US$ 12,88 por bushel e o contrato de maio atingindo US$ 13,33 por bushel. Já os subprodutos da soja continuam em queda, liderados por uma queda superior a 1% no preço do óleo.
Como um todo, o mercado de soja permanece em compasso de espera por novas informações, caracterizado por oscilações moderadas.
No entanto, segundo reporta o portal Notícias Agrícolas, o analista e diretor da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, avalia que a permanência da soja acima de US$ 13 (nos contratos mais próximos) tem sido de curta duração.
Dois pontos principais continuam a receber atenção: a colheita nos Estados Unidos, que já ultrapassou a marca de 70%, de acordo com os últimos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e o plantio no Brasil, que está ganhando destaque na perspectiva dos participantes do mercado.
Fernandes explica que, no Brasil, já foi plantada 32% da área prevista. Se considerarmos a média nacional, esse número não está significativamente atrasado.
No entanto, quando se isolam certas regiões e se faz uma comparação com os números do ano passado, pode-se observar atrasos específicos em algumas áreas. Ainda assim, no quadro geral, ainda se podemos falar em atraso, e é assim que os investidores estrangeiros estão avaliando a situação, conclui Ronaldo Fernandes.
Os desafios enfrentados pelos produtores brasileiros devido a adversidades climáticas ainda não estão afetando as cotações da soja na Bolsa de Chicago. Neste momento, todos os olhos estão voltados para as previsões meteorológicas e se elas se concretizarão de acordo com as últimas atualizações.
Ronaldo Fernandes explica que se espera chuvas entre os dias 25 e 27, seguidas por uma pausa. Depois, estão previstas chuvas generalizadas de 31 de outubro a 8 de novembro.
Essas informações estão nos mapas, mas é preciso confirmar se essas previsões se concretizarão. Além disso, outro fator que monitorado são as altas temperaturas, conclui ele.
“Então, a produção brasileira não está nada definida, nem em volume, nem em preço. O mercado não consegue criar tendência porque ainda não consegue saber qual volume o Brasil vai conseguir produzir. E é importante deixar isso claro agora,” acrescenta.
O executivo esclarece que a incerteza em relação à tendência do mercado se deve ao cenário que oscila entre a falta de uma janela climática favorável no momento e a não vivência do pior cenário possível.
O diretor da Royal afirma ainda que se têm essas duas perspectivas: uma produção que pode ser comprometida e outra que pode ser bem-sucedida. Os mapas meteorológicos estão apontando essas possibilidades. Portanto, o mercado optou por adotar uma postura de espera.
Gradualmente, o mercado está voltando sua atenção para a nova safra brasileira, e em breve começará a acompanhar de perto a safra 2023/24 na Argentina. O plantio na Argentina ainda não começou, como é comum, e agora há especulações sobre a possibilidade de parte da área destinada à soja ser direcionada para o cultivo de milho, o que poderia impactar o mercado.
De acordo com Fernandes, seja devido às condições climáticas ou aos preços, o futuro da produção de soja na Argentina terá um papel importante na determinação dos preços da oleaginosa.
“Assim, para definir a tendência da soja, temos, em primeiro lugar, o Brasil; segundo a Argentina, a América Latina é quem vai definir a tendência para a soja. E tem a demanda também, mas o chinês vai passar por trancos e barrancos, 100 milhões de toneladas ele precisa comprar e isso está certo, precificado. O que vai definir o preço da soja em 2024, mais do que a demanda, é saber o que virá de oferta. Essa é a dúvida. Porque a demanda vai variar, mas está precificada e consolidada”, resume Ronaldo Fernandes.
Portanto, as ameaças que pairam sobre a oferta futura ainda não foram avaliadas completamente, criando espaço para potenciais aumentos de preço, mas as direções finais ainda estão indefinidas.
Acompanhar as notícias agrícolas e estar atento à adubação é importante para os produtores de soja
Como visto, o mercado de soja ainda aguarda definições em vários aspectos, como o clima. Todavia, analistas enxergam o Brasil e a Argentina como dois países que vão ditar as tendências na América do Sul.
Nesse sentido, é importante que os agricultores que cultivam soja no Brasil estejam atentos para as notícias agrícolas, tanto sobre as perspectivas de mercado quanto do clima, para tomar decisões que sejam mais assertivas para o seu manejo.
Entre essas decisões assertivas, estão escolhas que podem fazer o manejo ser mais eficaz, como por exemplo realizar uma boa adubação, com fertilizantes eficazes e que tragam mais vantagens para a lavoura.
Isso é importante para que o Brasil consiga manter uma alta produtividade da soja, além de manter também a qualidade desse cultivo tão essencial para a economia do país.