Atualização do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja pelo MAPA é destaque nas notícias agrícolas

Atualização do Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja pelo MAPA é destaque nas notícias agrícolas

A Portaria nº 865, que traz revisões e atualizações para o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), foi emitida nesta quinta-feira (03), sendo destaque nas notícias agrícolas.

O objetivo principal do programa é fortalecer o sistema de produção agrícola da soja, promovendo ações estratégicas de defesa sanitária vegetal, apoiadas por pesquisas agrícolas e assistência técnica para prevenir e controlar essa praga.

A nova regulamentação busca aprimorar a governança do programa, conferindo maior autonomia à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que agora assume a condição de Instância Central e Superior do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), para estabelecer medidas de prevenção e controle da doença.

A Ferrugem Asiática da Soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e é considerada uma das mais graves que afetam a cultura da soja, podendo surgir em qualquer estágio fenológico. Em regiões onde a doença foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam entre 10% e 90% da produção.

Para lidar adequadamente com essa doença e minimizar os potenciais prejuízos à cadeia produtiva da soja, é necessário considerar diversos aspectos, como a redução do inóculo do fungo e o manejo da resistência aos fungicidas.

Como a soja é cultivada em quase todos os estados brasileiros, as medidas oficiais estabelecidas precisam abranger os resultados desejados em âmbito nacional, conforme destacou a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane Castro.

Medidas importantes para o controle da Ferrugem Asiática da Soja

Dentre as medidas fitossanitárias previstas no PNCFS, duas se destacam: A primeira é a prática do chamado vazio sanitário, que estabelece um período contínuo de pelo menos 90 dias durante o qual não é permitido semear ou manter plantas vivas de uma espécie vegetal em uma determinada área, com o objetivo de reduzir o inóculo de doenças ou população de uma determinada praga.

A segunda é a observação do calendário de semeadura da soja, recomendado pela pesquisa científica como uma medida para racionalizar o número de aplicações de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo causador da doença.

As particularidades regionais também são levadas em conta, assim como acontece em outros programas oficiais de prevenção e controle de pragas.

Contudo, as excepcionalidades previstas na normativa não comprometem a sustentabilidade da cadeia produtiva como um todo. O objetivo é enfrentar a Ferrugem Asiática de forma abrangente, garantindo a proteção da produção de soja no Brasil.

A importância da adubação adequada

A adubação também pode exercer um papel fundamental para o controle da Ferrugem Asiática da Soja. Isso porque existem nutrientes e elementos benéficos que exercem funções para ajudar as plantas a lidar de maneira mais efetiva com essa doença.

O silício, por exemplo, ainda que não seja amplamente considerado um nutriente essencial, é tido como um elemento benéfico para as plantas. E estudos recentes demonstram justamente que a aplicação de silício na soja pode se tornar outra estratégia importante para o controle dessa doença.

A nutrição com silício está entre as técnicas de manejo que já comprovaram sua eficácia para o controle da ferrugem asiática.

De acordo com o Prof. Fabrício de Ávila Rodrigues e outros pesquisadores do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa, esses estudos têm evidenciado que o silício é capaz de aumentar os níveis de substâncias pigmentantes, que são importantes para a fotossíntese das plantas.

O efeito positivo disso é a   redução dos efeitos dos sintomas da Ferrugem Asiática da Soja. É o que é observado no artigo Asian Soybean Rust Control on Soybean Sprayed with a New Source of Soluble Silicon.

Além disso, outra vantagem da aplicação do silício na soja está relacionada à redução dos sintomas da ferrugem asiática.

Isso acontece porque esse elemento benéfico potencializa os mecanismos de defesa da planta às infecções por patógenos, já que ele contribui para a formação de uma barreira física que evita a penetração de fungos patogênicos.

É o que observaram Maria Fernanda Antunes da Cruz e outros pesquisadores, no artigo Silício no processo infeccioso de Phakopsora pachyrhizi em folíolos de plantas de soja.

Micrografias de luz e eletromicrografias de varreduras evidenciando a diferença do processo infeccioso do agente causal da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) em folíolos de plantas de soja sem (A, B e E) e com a aplicação de silício (C, D e F) (Fonte: Cruz et al, 2012)

Micrografias de luz e eletromicrografias de varreduras evidenciando a diferença do processo infeccioso do agente causal da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi) em folíolos de plantas de soja sem (A, B e E) e com a aplicação de silício (C, D e F) (Fonte: Cruz et al, 2012)

Assim, a implementação boas práticas de controle da ferrugem asiática, como as mencionadas na Portaria nº 865 do MAPA, além de uam adubação com fertilizantes eficientes e que sejam fontes de silício são importantes ferramentas para que o agricultor consiga controlar essa doença e mitigar os seus impactos na produtividade da soja.

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