Por que a boa adubação é importante no manejo integrado de doenças?

Por que a boa adubação é importante no manejo integrado de doenças?

Você sabia que a adubação pode promover a redução da incidência ou severidade das doenças nas lavouras? Entenda porque a boa adubação é importante no manejo integrado de doenças e quais nutrientes estão envolvidos com a promoção desse benefício para as plantas! 

O que é o manejo integrado de doenças (MID)?

O manejo integrado de doenças (MID) é uma metodologia que visa manter os níveis de incidência e severidade de patógenos ou doenças abaixo do nível de dano econômico, que é o nível no qual o prejuízo é igual ao valor do custo de controle.   

Ele, assim como o manejo integrado de pragas (MIP), busca usar de forma integrada todos os métodos e técnicas preventivas e de controle para o controle de patógenos com base nos parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos do agroecossistema. São eles: 

  • O controle físico;  
  • O controle cultural; 
  • O controle químico; 
  • O controle genético; 
  • O controle mecânico;  
  • O controle biológico 
  • O controle legislativo. 

É importante destacar que esses métodos e as tecnologias associadas a eles não resolvem os problemas da proteção das plantas e controle das doenças quando usados de forma isolada ou independente. Isso porque, dessa forma, os fitopatógenos podem facilmente criar mecanismos de resistência a eles. 

Diferentes práticas do manejo integrado de doenças da cultura do amendoim, que pode ser aplicado para grande parte das culturas agrícolas

Diferentes práticas do manejo integrado de doenças da cultura do amendoim, que pode ser aplicado para grande parte das culturas agrícolas (Fonte: Moraes, S. A. e Godoy, I. J., 1997)

No livro Controle de Doenças de Plantas: grandes culturas, os autores descrevem que o sucesso no controle da maioria das doenças de plantas requer o conhecimento detalhado da interação entre os patógenos, o ambiente e o hospedeiro. 

A interação patógeno-hospedeiro-ambiente é complexa e envolve vários fatores, incluindo: 

  • As características do patógeno, como sua virulência (capacidade de causar doença) e patogenicidade (capacidade de infectar o hospedeiro) e a adaptação do patógeno ao ambiente e ao hospedeiro ao longo do tempo; 
  • As características do hospedeiro, como a sua genética, que estão diretamente relacionados com os mecanismos de defesa das plantas; 
  • As condições ambientais, como o clima, o solo e as condições de cultivo, que podem afetar a capacidade do patógeno de infectar o hospedeiro e se disseminar.  

Dentre esses fatores que norteiam o planejamento e a execução do manejo integrado de doenças, diversas pesquisas vêm apontando um grande potencial a ser explorado no hospedeiro, ou seja, nas plantas e culturas de interesse. 

Isso porque o estado nutricional das plantas exerce uma grande influência na sua capacidade inata de resistir ao ataque de patógenos. Veja, a seguir, alguns dos nutrientes que estão envolvidos com a resistência das plantas a doenças! 

A importância da adubação no manejo integrado de doenças

A adubação é uma prática importante no manejo integrado de doenças de plantas, porque pode ajudar a fortalecer o sistema de defesa natural das plantas. 

Muitos nutrientes e elementos benéficos, como o enxofre e o silício, promovem melhorias para o sistema de defesa das plantas, seja pela produção de compostos vegetais específicos, seja pelo fortalecimento dos atributos estruturais das plantas. 

Heloísa Sabino Prates e seus colegas pesquisadores, no artigo O enxofre como nutriente e agente de defesa contra pragas e doenças, explicam que há relatos do uso do enxofre no controle de doenças de plantas desde o final do século XIX. 

Apesar do exato mecanismo pelo qual o enxofre age para induzir a resistência vegetal aos ataques de patógenos ainda ser incerto, duas hipóteses são propostas no meio científico. 

A primeira delas está envolvida com a capacidade que o enxofre tem para afetar a cadeia respiratória mitocondrial, que resulta na produção de compostos tóxicos a alguns fitopatógenos, como os fungos. 

A outra hipótese é que o enxofre elementar pode rapidamente e não enzimaticamente, oxidar grupos sulfidrílicos proteicos e não-proteicos importantes em muitas funções respiratórias nas mitocôndrias. 

Dessa maneira, há uma modificação no estado de oxidação do complexo respiratório, alterando o fluxo de elétrons na cadeia respiratória mitocondrial. A consequência disso é a fosforilação oxidativa, que resulta na fungitoxicidade. 

É o que explicam os pesquisadores J.S. Williams e Richard Cooper, no artigo The oldest fungicide and newest phytoalexins – a reappraisal of the fungitoxicity of elemental S. 

Já no caso do silício, pesquisas indicam que esse elemento benéfico vem apresentando resultados promissores para o controle de doenças foliares, como a ferrugem asiática, e para o controle de pragas que facilitam a entrada de agentes patogênicos nas plantas, como os nematoides. 

Durante o Congresso Plant Health 2019, realizado pela Sociedade Americana de Fitopatologia (APS), o pesquisador Prof. Fabrício de Ávila Rodrigues, PhD. em Fitopatologia pela University of Florida (EUA) e um dos maiores nomes da pesquisa sobre silício no controle de doenças de plantas no mundo, mostrou como o silício pode ajudar no controle da ferrugem asiática da soja e também de outras doenças e pragas. 

Na pesquisa Asian Soybean Rust Control on Soybean Sprayed with a New Source of Soluble Silicon, o Prof. Fabrício e outros pesquisadores do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa investigaram o potencial do Silício Forte, fertilizante fonte de silício produzido pela Verde Agritech, em reduzir os sintomas da ferrugem asiática. 

Segundo Fabrício, houve redução de 42% na severidade da doença nas plantas que receberam a aplicação do Silício Forte em comparação às plantas do tratamento controle (aplicação de água). Ele explica: 

“Com o silício ocorre um atraso no aparecimento dos sintomas das doenças foliares devido a maior dificuldade na penetração dos patógenos fúngicos bem como no surgimento das estruturas reprodutivas. Assim, a planta tem mais tempo de ativar os seus mecanismos de defesa contra a infecção pelo patógeno”. 

No controle da ferrugem asiática, uma das principais doenças foliares que afetam a produção da soja em todo o mundo, a nutrição com silício está entre as técnicas de manejo que já comprovaram sua eficácia no combate da doença.

Além do enxofre e do silício, também existem aqueles nutrientes que, indiretamente, contribuem para uma melhor resistência das doenças das plantas.  

Esse é o caso daqueles nutrientes envolvidos com a manutenção da integridade estrutural e funcional das membranas e paredes celulares vegetais, como o boro; e com a regulação de entrada de água nas plantas, como o potássio. 

Plantas bem nutridas com boro e potássio normalmente irão apresentar folhas mais rígidas e menos susceptíveis a fissuras, rachaduras e lesões, dificultando a entrada dos patógenos ou mesmo a penetração de insetos que são vetores de doenças ou que ainda facilitam a entrada deles nas plantas. 

É o que acontece no caso da broca da cana-de-açúcar, uma praga que está frequentemente associada a maior incidência das podridões, ou de pulgões que são vetores de diversas doenças em várias culturas, como o algodão e os citros. 

Assim, a adubação adequada com esses nutrientes é de grande valia para o manejo integrado de doenças, já que eles reforçam uma das bases dessa metodologia: os mecanismos naturais de defesa das plantas contra patógenos. 

O manejo integrado de doenças pode ser potencializado com a adubação

Em resumo, podemos perceber uma metodologia que visa a prevenção e o controle de doenças em plantas de maneira eficaz e sustentável, através do uso integrado de diferentes métodos e técnicas. 

Dentre eles está incluso a adubação de plantas, uma vez que muitos nutrientes e elementos benéficos estão envolvidos com funções que promovem uma melhoria dos mecanismos de defesa das plantas. 

Por isso, o uso responsável de fertilizantes ricos em silício, como o Silício Forte, e em outros nutrientes como o enxofre, o silício, o boro e o potássio, como o BAKS e o K Forte®, pode ser uma importante ferramenta dentro do manejo integrado de doenças para a melhoria da resistência das plantas a doenças. 

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