12-01-2021_Ulexita ou ácido bórico - qual fonte de boro escolher para a lavoura

Ulexita ou ácido bórico: qual fonte de boro escolher para a lavoura?

A ulexita e o ácido bórico são duas fontes de boro comumente usadas na nutrição da lavoura. Escolher bem qual delas usar é importante, sobretudo no contexto brasileiro, em que boa parte das culturas têm deficiência desse nutriente. Mas, qual a fonte de boro traz mais vantagens para a lavoura?

A importância do boro para as plantas

O boro é um nutriente muito importante para a planta, já que ele está envolvido em processos como a formação de novos tecidos, fazendo parte da parede das células, bem como da garantia da integridade da membrana celular.

O renomado engenheiro agrônomo Eurípedes Malavolta ressalta, no estudo Micronutrientes e metais pesados, mitos, mistificação e fatos, que muitas culturas no Brasil são deficientes em boro. Algumas, como o café, têm uma deficiência bastante elevada do nutriente.

O grande problema é que o boro faz parte do grupo dos micronutrientes, ou seja, geralmente ele é exigido em menores quantidades que nutrientes como o potássio ou o nitrogênio.

Isso faz com que acertar a dose adequada seja mais difícil e muitas vezes o fornecimento de micronutrientes é ignorado na hora de fazer o planejamento do manejo nutricional.

Além disso, segundo o renomado pesquisador e autoridade em fertilizantes com micronutrientes John Jacob Mortvedt escreve no artigo Needs for controlled-availability micronutrient fertilizers, a maioria dos fertilizantes de boro, como o ácido bórico, são altamente lixiviáveis.

Mas, como essa característica do ácido bórico pode afetar o seu uso como fertilizante?

O problema da lixiviação do ácido bórico

O ácido bórico é uma das fontes que pode ser utilizada na agricultura para o fornecimento de boro. Por ter um alto grau de solubilidade, ele consegue disponibilizar o boro mais rapidamente para as plantas. Porém, isso traz um problema: a lixiviação.

O fenômeno da lixiviação acontece quando os nutrientes se perdem para as camadas mais profundas do solo, em decorrência do excesso de chuvas ou da irrigação mal planejada.

Em comparação com outras fontes de boro, o ácido bórico tem um grau mais alto de lixiviação.Comparação de boro acumulado nos lixiviados no Neossolo Quartzarênico Órtico Típico, em função de diferentes fontes aplicadas

Comparação de boro acumulado nos lixiviados no Neossolo Quartzarênico Órtico Típico, em função de diferentes fontes aplicadas. (Fonte: Rafael Oliveira Silva Romano Correia et. al, Solubilidade e mobilidade de fertilizantes boratados em condições controladas)

Comparação de boro acumulado nos lixiviados no Latossolo Vermelho Eutroférrico Típico em função de diferentes fontes aplicadas

Comparação de boro acumulado nos lixiviados no Latossolo Vermelho Eutroférrico Típico em função de diferentes fontes aplicadas. (Fonte: Rafael Oliveira Silva Romano Correia et. al, Solubilidade e mobilidade de fertilizantes boratados em condições controladas)

Comparação de boro acumulado nos lixiviados no Gleissolo Melânico Distrófico Típico em função de diferentes fontes aplicadas

Comparação de boro acumulado nos lixiviados no Gleissolo Melânico Distrófico Típico em função de diferentes fontes aplicadas. (Fonte: Rafael Oliveira Silva Romano Correia et. al, Solubilidade e mobilidade de fertilizantes boratados em condições controladas)

Quando a lixiviação acontece, mesmo que seja aplicado o fertilizante, o solo acaba ficando deficiente em boro, especialmente em solos arenosos.

É o que nota a pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas, Cleide Aparecida de Abre, no artigo Solubilidade e mobilidade de fertilizantes boratados em condições controladas.

Outra consequência da alta solubilidade do ácido bórico, além da lixiviação, é que toda a demanda do nutriente é disponibilizada no solo muito rapidamente e de uma única vez. A pesquisadora Isabela Rodrigues Bologna, na dissertação de mestrado Adubação boratada em pomar de laranja pêra rio afetado pela clorose variegada dos citros, destaca que:

“A alta disponibilidade inicial pode provocar sintomas de toxidez em culturas susceptíveis em estágios iniciais de desenvolvimento.”

Ademais, a longo prazo, isso pode diminuir o custo-benefício desse fertilizante. Isso porque que haverá necessidade de reaplicação, tanto em casos de culturas perenes quanto no caso de sistemas de rotação de culturas.

Mas, então, qual a saída para evitar os problemas causados pelas fontes altamente solúveis de boro?

Ulexita: uma fonte de boro menos solúvel com liberação gradual

A ulexita é um mineral borato, ou seja, que contém boro em sua composição. Ela pode ser utilizada na agricultura como fertilizante para fornecer esse nutriente para as plantas, com uma vantagem sobre os fertilizantes como o ácido bórico: ela é menos solúvel e de liberação gradual.

Enquanto a solubilidade do ácido bórico, por exemplo, fica em torno de 49 g/L (gramas por litro) a 20º C, a da ulexita é de apenas 0,9 g/L a 20º. Isso significa que a ulexita utilizada como fonte de boro está menos sujeita à lixiviação.

O agricultor que opta pelo uso da ulexita no manejo nutricional da lavoura evita as perdas de boro para as camadas mais profundas do solo. Isso traz o benefício de não haver deficiência desse importante nutriente para as plantas.

O uso da ulexita como fonte de boro também traz um benefício associado à sua forma de aplicação. Isso porque o boro deve ser usado de preferência em aplicação via solo, devido à sua característica de se movimentar dentro da planta, das raízes em direção às folhas.

Por não sofrer lixiviação, a ulexita tem vantagem sobre as outras fontes de boro que são mais solúveis.

Outra vantagem da menor solubilidade da ulexita é que ela é liberada de maneira mais gradual no solo. Dessa maneira, o boro fica presente no solo durante o tempo que a planta precisa para se desenvolver e ter mais produtividade.

Além disso, não há o risco de uma superdosagem inicial e os consequentes sintomas de toxidez nas plantas.

Assim, a ulexita é uma fonte de boro que tem grandes vantagens quando utilizada na adubação da lavoura, graças a sua menor solubilidade e por não sofrer com a lixiviação. Já fontes como o ácido bórico podem trazer desvantagens para o agricultor a longo prazo.

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