Especialistas falam sobre o uso da agroecologia na produção rural

Especialistas falam sobre o uso da agroecologia na produção rural

É crescente a demanda pela produção de alimentos mais saudáveis aliada à preservação do meio ambiente. A agroecologia é uma maneira de cultivar a terra de forma racional, equilibrada e respeitando os recursos naturais.

No dia 03 de setembro, o evento Encontro com Gigantes, promovido pela Verde, empresa que produz o fertilizante K Forte ®️, recebeu Antônio Nascimento Silva Teixeira e Julia Vieira de Camargo Lopes, especialistas que apresentaram o Instituto Brasileiro de Agroecologia (IBA).

A conversa pode ser vista na íntegra aqui:

Julia Vieira de Camargo Lopes, coordenadora geral do Instituto Brasileiro de Agroecologia (IBA), também engenheira agrônoma pela UNESP/FCAV, apresentou a associação de direito privado, fundada em 2018.

Segundo ela, o IBA é regido por seu Estatuto Social, definido a partir da Assembleia Geral. Constituído pelos seguintes Órgãos Administrativos: Diretoria Executiva, Conselho Técnico, Conselho Consultivo e Conselho Fiscal. “Hoje no Brasil a agroecologia tem várias vertentes. É erroneamente vista. O nosso foco é exclusivamente científico e na produção de alimentos no país em larga escala. Queremos promover modelos técnicos e práticos, agilizando esses sistemas agroecológicos, que também visam a melhoria da qualidade de vida.”

Conforme a coordenadora Julia Vieira o IBA atua com três ações estratégicas interligadas:

  • Pesquisa – produção de dados e evidências concretas;
  • Organização – gerando procedimentos que viabilizem a implantação;
  • Ensino – divulgação, estímulo e encontro de pessoas engajadas.

“A visão do IBA é ser referência para a agricultura tropical, na consolidação de modelos agroecológicos de produção de alimentos do Brasil. E os nossos valores são respeito ao meio ambiente, compromisso com os resultados, verdade, integridade e transparência, ou seja, fazer acontecer”.

Antônio Nascimento Silva Teixeira, fundador e diretor executivo do Instituto Brasileiro de Agroecologia (IBA), também Mestre em Ciência do Solo pela UNESP de Jaboticabal, explicou sobre agroecologia e sobre como atuam as empresas do terceiro setor:

“Hoje existem no mundo milhares de ONG’s. No caso do IBA, a partir de um desejo que eu tinha, ainda quando atuava como professor de agroecologia, de ver esse setor expandir e que não fosse visto apenas como uma ideologia”.

Segundo o fundador Antônio Nascimento, a verdadeira agronomia é a agroecologia. Uma agronomia que leva em consideração as leis naturais que regem o sistema agrícolas e todos os ecossistemas do planeta.

“A agroecologia tem como base o conhecimento e o uso dos princípios da ecologia, para poder montar um sistema de produção de alimentos viável, gerando lucro para o produtor. É inútil querer o avanço dessa atividade sem a rentabilidade”.

Como destacou Antônio Nascimento, existe uma agroecologia em progresso. Os recursos naturais não renováveis e os renováveis. Os não renováveis como petróleo, gás natural e carvão, por exemplo, e os renováveis como a energia solar, biomassa e energia geotérmica.

“Os grandes produtores de alimentos de soja, milho, frutas e verduras, têm o grande desafio de entregar esses produtos com o menor custo e com maior produção e qualidade para o consumidor final”.

Antônio defendeu a ideia do uso de defensivos que não sejam prejudiciais à saúde da população. E questionou como fazer isso respeitando as leis naturais, sem tirar essa possibilidade de bens para as futuras gerações. “Como nós vamos fazer uma economia apartada das leis naturais? O solo tem suas leis. Enquanto Instituto, nós estamos tentando entender as leis naturais para usar esse solo, sem tirar as possibilidades para as futuras gerações”.

Julia Vieira de Camargo Lopes, coordenadora geral do Instituto Brasileiro de Agroecologia (IBA), apresentou os projetos em andamento:

Projeto de Contabilidade Ambiental do Solo

Mensuração e registro anual de parâmetros físicos, químicos e biológicos do solo de áreas de produção de alimentos. Cria o Índice de Qualidade do Solo (IQS) nas propriedades, para entender a evolução do uso do solo. Busca entender se o uso do solo está afetando seu uso para as futuras gerações.

Benefícios

  • Diagnóstico do solo;
  • Aumento da rentabilidade;
  • Preservação do agroeossistema;
  • Produção de alimentos mais limpos.

O projeto já tem dois anos e foram avaliadas 19 propriedades produtoras de café e grãos nas regiões de Alta Mogiana Paulista, Sul e Minas e Goiás.

Projeto Produtor de Saúde

Comparação de teores nutricionais em hortaliças produzidas com adubação convencional e alternativa, com o objetivo de desenvolver, viabilizar e estimular a produção de alimentos nutricionalmente mais ricos e saudáveis.

Como é feito:

  • Áreas experimentais em produtores de e hortaliças;
  • Análises laboratoriais;
  • Comparação entre os tratamentos

Na primeira parte do projeto já foram avaliadas sete áreas experimentais, três culturas (tomate, alface e couve-flor) e as análises laboratoriais foram concluídas. Ainda é necessário mais tempo para comprovar as hipóteses do estudo.

Projeto de Comunicação

Produção de conteúdos educativos sobre Agroecologia, em diversos formatos e mídias sociais, com o objetivo de levar informações úteis e de qualidade para a sociedade, a fim de ensinar, divulgar, estimular e encontrar pessoas engajadas.

“Eu tenho visto por aí muitos produtores preocupados com a parte biológica e não só física e química do solo. Mas, ainda existe muita dúvida sobre como iniciar as mudanças”, finalizou Antônio Nascimento.

Não perca os próximos eventos! Confira toda a programação do Encontro com Gigantes e faça sua inscrição pelo link: https://www.kforte.com.br/encontrocomgigantes/

Antônio Nascimento Silva Teixeira – Fundador e Diretor Executivo do Instituto Brasileiro de Agroecologia (IBA), Mestre em Ciência do Solo pela UNESP de Jaboticabal

Julia Vieira de Camargo Lopes – Coordenadora Geral do Instituto Brasileiro de Agroecologia (IBA), Engenheira Agrônoma pela UNESP/FCAV

 

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