Conheça os agrominerais silicáticos e a sua importância na formação de solos agrícolas

Conheça os agrominerais silicáticos e a sua importância na formação de solos agrícolas

Os agronominerais silicáticos constituem um grupo de rocha que têm o potencial para imitar os processos naturais de formação de solo. Então, quais os benefícios que eles têm proporcionado para formação de solos agrícolas do país?

Para falar sobre o assunto, a Verde convidou o Doutor em Geologia, Professor na Universidade de Brasília (UnB) e Pesquisador da Embrapa Cerrados, Dr. Éder de Souza Martins, para o “Encontro com Gigantes – Agrominerais silicáticos na formação de solos agrícolas”.

O evento foi promovido pela Verde, empresa que produz os fertilizantes BAKS®, K Forte® e Silício Forte, no dia 30 de setembro de 2021.

Você pode conferir a conversa, mediada por Rinamara Martins, na íntegra pelo link:

 

O impacto do processo de formação de solos na agricultura

A pedosfera engloba as interações entre a litosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera. Também conhecida como esfera do solo, ela é o único ambiente que integra totalmente as quatro esferas terrestres e é formada ação natural da biologia e do clima sobre os afloramentos de rocha na superfície do planeta.

O solo é composto por diferentes elementos.

Tal ação provoca o desenvolvimento de horizontes pedológicos a partir do intemperismo químico da rocha mãe. Segundo o Dr. Éder de Souza, esse processo levou a formação de dois grandes ambientes agrícolas:

“Quando olhamos para o planeta como um todo, nós vamos ver dois grandes ambientes agrícolas: os ambientes de clima temperado e tropicais. Os ambientes tropicais são ambientes em que ocorrem solos muito antigos com milhões de anos de idade, enquanto que o solo de clima temperado é bem mais jovem com no máximo alguns milhares de anos.”

Enquanto existe o intemperismo químico, responsável pela dissolução e formação dos solos, também existe a denudação, que é a retirada física por erosão do material do solo. Porém, diversos estudos evidenciam um significativo desequilíbrio entre taxa de formação e de erosão dos solos.

No artigo Geoquímica Fluvial E Balanço De Denudação Em Tinguaítos De Poços De Caldas, Minas Gerais, Diego de Souza Sardinha e outros pesquisadores observaram que no município estudado a denudação retira 5 cm/103 anos de solo e dissolução proporciona a formação de apenas 3,6 cm/103 anos.

Já no município de Rio Sorocaba, em São Paulo, Alexandre Martins Fernandes e outros pesquisadores observaram que a denudação chegou a alcançar quase 50 cm/103, enquanto a dissolução apenas até 9,6 cm/103 anos.

Esses resultados foram explorados no artigo Modelagem do controle climático nas taxas de erosão mecânica e de intemperismo químico na bacia do Rio Sorocaba (SP).

O professor Éder de Souza explicou que os diversos estudos nessa área levam a uma importante conclusão:

“Temos que tratar o solo de forma a conservá-lo, porque a taxa de erosão é maior que a taxa de formação do solo. Então, toda ferramenta necessária para preservar o solo é importante para o desenvolvimento da agricultura.”

Dentre as diferentes ferramentas para preservação do solo, os agrominerais silicáticos têm ganhado cada vez mais destaque, já que a sua aplicação anual na proporção 1 tonelada por hectare, tem capacidade de formar até 10 cm/103 anos de solos. Mas o que são eles?

O que são agrominerais silicáticos?

Os agronominerais silicáticos são um grupo de rochas com potencial agronômico que, ao serem processadas e manejadas pelo homem, têm a capacidade de imitar os processos naturais de formação de solo. Na natureza, eles são encontrados na forma de rochas:

  • Alcalinas: fontes de potássio (K);
  • Ultramáficas: fontes de magnésio (Mg);
  • Calcissilicáticas: fontes de cálcio (Ca);
  • Basalticas: fontes de Ca e Mg;
  • Ultramáficas alcalinas: fontes de Ca, Mg e K.

Apesar de ser uma tecnologia que ainda está conquistando o seu espaço no mercado agrícola, os seus benefícios já vêm sendo desfrutados há muito tempo pela agricultura.

Segundo o Dr. Éder de Souza, o agrominerais silicáticos compõe cerca de 90% da crosta terrestre e tem um grande potencial na agricultura:

“Os agrominerais silicáticos tem potencial para formar solos agrícolas, porque eu posso criar um solo que vai continuar tendo propriedades benéficas para o desenvolvimento de plantas no longo prazo.”

Diferentemente dos demais grupos de agromineirais, os silicatos são o único grupo de apresenta a capacidade de gerar minerais novos e oferecer benefícios que aumentam a produtividade e a qualidade da produção ao longo do tempo, proporcionando:

Naturalmente, esses benefícios terão um maior impacto nos ambientes de clima tropical, já que os solos apresentam baixa retenção de água e são formados por minerais ricos em cargas positivas, que são bons para reter apenas nutrientes com cargas negativas.

O professor Éder de Souza explicou que a aplicação dos agrominerais silicáticos proporciona um equilíbrio de cargas no solo, que potencializa a retenção de nutrientes e possibilita um melhor desenvolvimento das plantas no sistema agrícola.

O uso de agrominerais, então, se insere no novo paradigma: a revolução sempre-verde.

O que é o novo paradigama da revolução sempre-verde?

O Dr. Éder de Souza destacou que a revolução sempre-verde é um passo além da revolução verde, que com o uso de recursos locais e regionais, busca:

Nesse novo contexto, o professor Éder de Souza concluiu que os agrominerais vão desempenhar um papel fundamental para a construção dos solos agrícolas, já que eles são uma forma de seguirmos e respeitarmos os processos naturais.

Para entender mais sobre a importância dos agrominerais silicáticos na formação de solos agrícolas, confira o vídeo do Encontro com Gigantes na íntegra!

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