Quais os desafios que o Brasil precisa enfrentar para crescer mais em 2021? Mais do que isso, o que precisa mudar para que o país possa tomar seu lugar entre as grandes economias mundiais e continuar a ser um gigante do agronegócio?
Em uma reflexão sobre esses assuntos, o Presidente da ABRAMILHO, Fundador da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (EMBRAPA), ex-Ministro da Agricultura e ex-Secretário de Agricultura de Minas Gerais, Sr. Alysson Paolinelli, participou do “Encontro com Gigantes – Mercado agro: perspectivas para 2021”.
O evento foi promovido pela Verde, empresa que produz os fertilizantes multinutrientes Silício Forte, K Forte®, K Forte Boro e BAKS, no dia 17 de dezembro de 2020.
Você pode conferir a conversa, mediada por Cristiano Veloso, na íntegra pelo link:
2020: um ano de muitos desafios para o agro e para o mundo
O ano de 2020 foi um ano que trouxe muitos desafios para o mundo e para o Brasil. A crise provocada pela pandemia do Covid-19 gerou novos problemas sociais e agravou os que já existiam na sociedade.
Para o Presidente da Abramilho, Sr. Alysson Paolinelli, uma das piores consequências que a pandemia trouxe foi o aumento da dívida pública brasileira:
“Este ano, com os desacertos econômicos gerados pela pandemia, a nossa dívida pública reconhecida pelo próprio governo está acima dos 6 trilhões de reais. Dívida que nós, não sendo caloteiros, vamos ter que acertar, vamos ter que pagar. Por outro lado, se nós vencermos esse desafio de equilibrar a nossa balança comercial, o nosso fundo de reservas, que é o quinto maior do mundo, isso não é suficiente nem para cobrir essa dívida e muito menos para atender às necessidades básicas do país.”
Uma das críticas feitas pelo Sr. Alysson foi aos problemas de gestão pública que têm assolado o Brasil ao longo do tempo. Somado a isso, as práticas do processo político também se tornam travas que, na avaliação do ex-Ministro da Agricultura, impedem que o Brasil possa colher os resultados da Revolução Verde realizada na agricultura nos últimos 50 anos.
A chamada Agricultura Tropical desenvolvida no Brasil a partir da década de 70 tem muitas vantagens que fizeram com que o país se tornasse um gigante do agronegócio. Por exemplo, diferente de países de zona temperada, em que as baixas temperaturas do inverno param a atividade microbiológica do solo durante boa parte do ano, no Brasil isso não acontece.
Isso possibilita um período maior de tempo para o cultivo de alimentos. Além disso, com o uso de novas tecnologias e da agricultura biológica, temos o clima mais favorável para que haja a substituição de produtos químicos nocivos no controle de pragas e doenças.
O Sr. Alysson Paolinelli expressou sua preocupação em relação ao futuro, caso não sejam tomadas medidas para corrigir as práticas do processo político e as falhas na administração do país que travam o progresso do Brasil, especialmente em um cenário em que a pandemia se prolongue:
“A minha preocupação é que nós ainda não enxergamos o fundo do posso. Se as vacinas não funcionarem como nós estamos esperando, essa dívida vai superar o valor do nosso PIB.”
Mas então, quais os caminhos para superar esse cenário?
Caminhos para que o futuro do Brasil seja melhor
Na avaliação do Sr. Alysson, é preciso, em primeiro lugar, “arrumar a própria casa”. Isso quer dizer voltar a atenção para uma administração financeira do país mais competente, que faça uma boa gestão dos recursos que o país tem e sanar a dívida pública no menor tempo possível.
Mas o Brasil não está isolado do resto do mundo, estando sujeito aos acontecimentos internacionais que também impactam na nossa economia. Para Paolinelli, é preciso ficar atento a fatores como a flutuação do câmbio do dólar.
Segundo ele, uma desvalorização do dólar no futuro, uma possível consequência de uma nova espécie de guerra fria entre Estados Unidos e China, prejudicaria a competividade do Brasil no cenário mundial. Para o Sr. Alysson, o ideal seria que a economia mundial fosse menos atrelada ao dólar:
“O ideal é que houvesse referência não a uma única moeda, mas uma cesta de moedas, para que houvesse mais tranquilidade aos participantes e competidores do mercado internacional.”
Outro ponto que o presidente da ABRAMILHO reforçou é o investimento na ciência, na tecnologia e na inovação. Para ele, isso é importante para superar não somente crises como a da pandemia do Covid-19, mas também continuar melhorando a agricultura.
Uma nova geração que tem a capacidade de melhorar o futuro
As novas gerações são a chave para melhorar o futuro. Essa é a avaliação do Sr. Alysson Paolinelli. Ele destaca o nível de qualificação, de informação e profissionalização que os jovens têm demonstrado.
Ele ressalta que isso é muito importante para vencer os desafios que o futuro propõe. Mais do que isso, Paolinelli tem esperança de que são os jovens que poderão corrigir os atuais erros que impedem o progresso do país:
“Esta juventude vai corrigir os erros que nós estamos deixando pra eles. Estamos entregando a eles um país ainda cheio de erros, distorções, omissões, que precisam ser consertados”.
Para ver mais sobre a conversa com o Sr. Alysson Paolinelli, assista ao vídeo na íntegra.
Este foi o último Encontro com Gigantes de 2020, mas você pode conferir todas as edições passadas aqui no blog, acessando aqui.
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Alysson Paolinelli – Alysson Paolinelli é presidente da ABRAMILHO e um dos nomes mais importantes da agricultura brasileira. Foi Ministro da Agricultura e Secretário de Agricultura de Minas Gerais. Fundou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em 2006, recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação, reconhecido pela contribuição no avanço do desenvolvimento humano em aprimorar a qualidade, quantidade e disponibilidade de alimentos no mundo. É formado em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras. Paolinelli é diretor da Verde desde 2014.