No dia 13 de agosto, o evento Encontro com Gigantes, promovido pela Verde, empresa que produz o fertilizante K Forte®, recebeu o Dr. Wilson Gonçalves e Bruno Quadros, para debater sobre o cenário do agronegócio na pós-pandemia.
A conversa pode ser vista na íntegra aqui:
Cada elo da cadeia produtiva do agronegócio sofreu, de forma diferente, as consequências da COVID-19
Dr. Wilson Gonçalves, doutor em Agronegócio e professor da área de Inovação Tecnológica e Agronegócio do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA), afirmou:
“Um dos aspectos centrais é entender como funciona a cadeia produtiva no agronegócio. Tivemos cadeias produtivas coordenadas e não coordenadas, como foi o caso da cadeia das flores, no primeiro momento. É preciso pensar que as informações imprevisíveis do momento da pandemia são intemporais. O mundo não será mais o mesmo após essa crise. Mundialmente temos um movimento diferente de globalização, uma transição”.
Outro aspecto fundamental citado por ele é a tendência de um comércio mais regional, com maior rapidez no fluxo de abastecimento no agronegócio na pós-pandemia:
“Temos a classificação das cadeias globais em arquétipos: cadeia global de inovação, cadeia global intensiva em trabalho e mão-de-obra, regional de processamentos (que vai de bebidas até papel e vidro), cadeia intensiva de bens e produtos. O Brasil faz parte desse quarto tipo de cadeia em função da sua exportação de carne e grãos.”
Essa cadeia nos últimos 20 anos, segundo ele representa 27,8% do PIB do agronegócio. Que hoje representa 24,4%, apesar da crescente exportação dos últimos anos. Mas essa diminuição é relativa devido ao crescimento do país em outras áreas.
De maneira geral isso impõe algumas questões para as empresas que trabalham globalmente: “Elas têm que pensar como acelerar e aumentar essa oferta de serviço, avaliar os custos de decisão e localização, priorizar a velocidade de mercado e proximidades de clientes e fornecedores. Empresas já estão dizendo que não vão voltar a ter o mesmo número de viagens e reuniões presenciais pós-pandemia”.
Para Dr. Wilson Gonçalves nos países é preciso trabalhar automação intensiva e na sua visão a pandemia já veio para aumentar esse tipo de serviço. Assim como os laços comerciais regionais, investimento de pesquisa e desenvolvimento e modernização dos acordos comerciais e alfandegários.
“O Brasil tem negligenciado a participação em algumas cadeias globais. Temos excelência em vários setores, mas não estamos acompanhando as inovações tecnológicas mundiais dos últimos tempos”.
Bruno Quadros, diretor executivo do Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA), possui 17 anos no mercado agrícola, atuou em empresas nacionais e multinacionais. Ministra palestras para o desenvolvimento pessoal e profissional na área e destacou:
“O agronegócio está se beneficiando com a pandemia, a curto prazo. É uma situação que ninguém queria estar passando, como todos os problemas de saúde, mas podemos enxergar coisas mais positivas do que negativas aqui no Brasil: Cadeias da carne e da soja batendo recordes de exportação”.
Ainda somos um país de commodities, precisamos agregar mais valor em tecnologia, o que fazer para não enviar produto e ter que comprar de fora a tecnologia. O agro vinha trabalhando essa parte e a pandemia vai acelerar essa mudança, afirmou Bruno Quadros.
“O agro tinha de 7 a 10 anos de atraso do segmento de varejo normal. Hoje já encurtou muito. A gente vê empresas batendo recordes em comercializações digitais, webinários, mais conexão e a pandemia trouxe essa abertura no segmento. Sai na frente as empresas que estão mais preparadas”.
Essa mudança de consumo, levada pela digitalização para o campo oportuniza a democratização da informação e do ensino com mais qualidade. Empoderando todo o elo da cadeia do agronegócio na pós-pandemia.
Ainda existe a preocupação com aqueles produtores que não tem acesso a internet, contrastou Dr. Wilson Gonçalves para os serviços de agronegócio. Na sua visão falta investimento público para esses locais, como uma plataforma digital para ofertar seus produtos.
“Aqueles que não conseguirem se moldar a essas mudanças, seja por falta de estrutura, seja por falta de conhecimento, poderão sair do mercado”, falou Gonçalves, sobre as consequências da digitalização no setor do agronegócio na pós-pandemia.
Para Bruno Quadros, o produtor que não tinha estrutura, que não tinha gestão, antes da pandemia tende a piorar, só vai ter o processo acelerado. E o produtor que já conseguia incorporar a tecnologia, vai melhorar e agregar valor aos seus serviços.
“A sucessão atual do agro não é tão jovem. O pessoal mais novo é mais ativo na tecnologia. Mas é preciso se adaptar”.
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Dr. Wilson Gonçalves – Doutor em Agronegócio e professor da área de Inovação Tecnológica e Agronegócio do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Bruno Quadros – Diretor Executivo do Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA)